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novembro 01, 2011

Entre vivos e "mortos".


   Concordo que para nós encarnados é difícil de imaginar a ideia de conviver com espíritos na nossa vida diária. Aprendemos (infelizmente a família e as religiões se encarregam desse trabalho) desde cedo que habitamos num mundo completamente material e com isso passamos a crer que qualquer coisa fora disso é pura invenção de quem não tem coisa melhor para fazer. De pouco ou quase nada adianta tudo o que se fala do tema, os fenômenos vividos e presenciados, as experiências relatadas; as pessoas têm muita reserva em acreditar totalmente. E olha que muito se escreveu e continua sendo escrito sobre o tema. Nunca é demais lembrar que só o grande médium Chico Xavier nos legou mais de quatrocentos títulos. Não esquecendo, é claro, que o próprio Jesus Cristo já falava disso em seus ensinamentos.
   Porém, não tem jeito. Tem mesmo algo que nos trava e não deixa que acreditemos piamente. Muitos se agarram em convenções arcaicas que dizem que espiritismo é coisa do diabo. Alguns até tentam, mas poucos são os que realmente confiam na existência de vida após a morte. A maioria fica no meio termo: nem acreditam, nem desacreditam. Na verdade, fora todos os outros entraves, a coisa transita um pouco pelo lado da conveniência: se é bom acreditar, a gente acredita, se não, a gente nem toma conhecimento. E assim, vamos levando a vida desde que o mundo é mundo e parece que está tudo bem, não é mesmo?
   Só que com isso todos saímos perdendo. Perde o lado dos espíritos que não conseguem passar as informações que precisam passar e perdemos nós que não tomamos conhecimento e consciência de que esse intercâmbio é muito importante. Para ser exato, esse intercâmbio é vital. Pois não existe uma separação clara do mundo corpóreo do incórporio. No fundo tudo é a mesma coisa, ou antes, um é a continuação do outro. Como encarnados, transitamos nos dois mundos seja acordados ou dormindo, pois durante o sono saímos do corpo e viajamos por aí livres das amarras que nos fazem sentir tão somente matéria. Por isso, por que negar tanto que convivemos o tempo todo com os espíritos? Por que negar essa interação que só tem a nos ajudar?
   São perguntas que dificilmente encontraremos resposta num curto prazo. Mas num futuro, espero, não muito distante teremos um conhecimento maior e o convívio será mais estreito. Com isso, a troca de informações também será maior. Por hora, penso que devemos prestar mais atenção nos nossos irmãos desencarnados que nos rodeiam. Isso, independente de nossa religião ou crença. Não é preciso ser espírita para acreditar ou admitir esse convívio. 
    Um fato é certo: esse convívio existe. Se os espíritos que nos rodeiam são de índole boa ou má vai depender de nossa própria condição espiritual, de nosso carater, intenções e objetivos de vida. Cada um atrai o que lhe é pertinente. Também é preciso lembrar que, dado o nosso atraso, tanto os espíritos ditos bons como os maus, quando se aproximam, provocam algum tipo de alteração nas pessoas e no ambiente. Ninguém está livre de se sentir incomodado mesmo com a presença de um espírito amigo e afim. Como disse,  aceitar isso é uma questão de tempo e de nos empenharmos em tirar a venda que cobre nossos olhos.

Um comentário:

  1. Amigo Júlio, lendo seu texto percebi que fico no meio termo como você citou, mas não sinto que o corpo que carrego de um lado para outro seja eu realmente na essencia. Sinto meu corpo mais como uma prisão, algo a que estou atado e não consigo me livrar, o que sinto como meu, ou eu, é apenas minha mente, minha consciência e nada mais. Até olhando-me no espelho não me vejo como eu realmente. Não sei se deu para entender, mas sinto meu corpo como algo artificial, fabricado como uma casca para uma outra coisa que não sei o que é.
    Abraços amigão!!!

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