Estou longe de ser (embora faça um considerável esforço nessa direção) a pessoa mais agradecida do mundo. Vira e mexe e lá estou eu fazendo algum tipo de reclamação por esse ou aquele motivo. Geralmente trata-se de pura bobagem. Coisas sem a menor importância. Mas o bastante para fazer aflorar o espírito reclamador que habita nas minhas profundezas. E nem é preciso que aconteça nenhuma grande tragédia. Basta um simples espirro para que eu me ache o mais infeliz do mundo.
Exageros à parte, espero que com você seja diferente: que você seja uma pessoa extremamente positiva e que viva agradecendo cada minuto de sua vida. Aliás, que você veja a vida como uma sucessão de milagres, que o próprio fato de existir seja um milagre que para você. Mas caso não seja, se você também às vezes se pegue reclamando da vida por qualquer motivo como eu, lhe convido a fazer algo que tenho feito nos últimos tempos e que tem sortido efeito comigo.
De uns tempos para cá tenho prestado mais atenção nas pessoas com as quais cruzo na rua. É claro que a maioria é feita de pessoas, digamos, normais. Pessoas que têm corpos aparentemente perfeitos, são até bonitas, bem vestidas, que andam apressadamente ou não, que falam, que riem, que sabem para onde estão indo ou pelo menos assim acreditam.
Por outro lado, há também aquelas que apresentam a outra face da moeda. São aquelas que estão em cadeiras de roda, os cegos, mudos e surdos, os que andam com dificuldades, enfim uma gama de pessoas que num olhar apressado e até, por que não dizer, preconceituoso teriam motivo de sobra para ficarem em casa reclamando da vida e que, ao contrário disso, lutam pelo direito de sair às ruas na busca pelo seu pão de cada dia ou simplesmente pelo direito de existir, de fazer parte deste mundo e influir nele. Nadando contra a maré, elas saem de suas casas todos os dias e enfrentam calçadas irrelugares, ônibus que não são adaptados para elas, escadas ( e como existem escadas, meu Deus!) , elevadores quebrados, sinais de trânsito que as ignoram (não existem sinais de trânsito sonoros, por exemplo. Eles seriam de grande utilidade para os deficientes visuais), ruas movimentadas. gente mal educada e um número sem fim de impecílios.
Particularmente, não conheço nenhuma pessoa que viva esse tipo de situação, mas me considero amigo de todas as que eu encontro pelo caminho. Tenho por todos uma admiração muito grande. Toda vez que cruzo com um cadeirante, um deficiente visual ou qualquer outra pessoa portadora de necessidades especiais fico imaginando o esforço que ele teve que fazer para sair de sua casa e estar ali participando da construção da vida em sociedade. \Por isso, boto a mão na consciência e reflito:
- Do que é que eu estou reclamando?
A resposta vem redondinha:
- De nada. De barriga cheia, para ser mais exato.
E isso faz com que eu me sinta fortalecido e mais agradecido. Cada uma dessas pessoas são um exemplo e um estímulo para que eu siga minha vida sem me abater e sem achar que pequenas dificuldades possam me deixar caído à beira do caminho. \O exemplo delas me impulsiona a continuar seguindo em frente. Muito obrigado pela lição de vida.
- Do que é que eu estou reclamando?
A resposta vem redondinha:
- De nada. De barriga cheia, para ser mais exato.
E isso faz com que eu me sinta fortalecido e mais agradecido. Cada uma dessas pessoas são um exemplo e um estímulo para que eu siga minha vida sem me abater e sem achar que pequenas dificuldades possam me deixar caído à beira do caminho. \O exemplo delas me impulsiona a continuar seguindo em frente. Muito obrigado pela lição de vida.
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