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julho 11, 2011

Seca pimenteira.

     Certa vez o genial poeta Carlos Drummond de Andrade disse que a crase (aquele acento que une duas vogais) não existe para humilhar ninguém. É verdade. Elas só existem para facilitar a escrita e o entendimento, não é? Deixando a crase de lado por hora, o que quero falar é sobre as palavras que também, na minha opinião e parafraseando o poeta, não existem para serem usadas como instrumento de humilhação e arma de ataque em verdadeiras guerras verbais.
     Sabe aquelas pessoas que por mais agradável que esteja a conversa sempre aparecem com uma palavrinha escolhida a dedo para cutucar a ferida alheia? Pois é justamente dessas pessoas que estou falando. São as famosas: "estraga prazeres". Parece que não conseguem viver num mundo onde aja paz e harmonia e por isso estão sempre jogando, aqui e ali, o seu veneno. Coisa triste, não? Embora eu saiba que esse tipo de atitude é apenas uma forma que a pessoa encontra para se defender ( do que e de quem provavelmente nem ela saiba) , ainda fico chocado com esse tipo de atitude.
     Sei que você vai dizer que eu já devia estar acostumado, que esse tipo de gente existe aos montes por aí e coisa e tal. Também concordo. Você está cheio de razão. Mas, cá pra nós, você acha mesmo que temos que nos acostumar com atitudes tão negativas? Acho que já chegou o momento de darmos um basta nisso. É claro que isso não significa riscar essas pessoas do nosso caderninho. Pelo contrário, elas merecem e devem permanecer nele. O que precisamos é ter uma postura mais firme diante desse tipo de atitude. Até porque elas contagiam tudo à sua volta. Lembra daquela história do tomate podre na caixa de tomates bons? Não dá outra, logo estão todos contaminados. Por isso, e com jeitinho, devemos ir mostrando para essa pessoa que sua atitude é corrosiva e que ela precisa se emendar senão corre o risco de ficar sozinha, sem amigos.
     Como ninguém é perfeito, vez por outra a gente também solta uma ou outra palavra mal falada até sem sentir. Principalmente naqueles momentos em que nos sentimos donos da verdade, os mais isso, os mais aquilo. Ninguém está livre disso. Por isso, precisamos nos policiar para não fazermos papel de "seca pimenteira" na vida dos outros.

Um comentário:

  1. Julio, gostei muito do seu texto.

    Em pleno quase terceiro milênio ainda existem pessoas de "olho grande" "pedra no sapato" "dona encrenca" "marechal sem farda" "urubu faminto" e muitos outros "apelidos" .

    Será que essas pessoas não têm o que fazer?
    Ei! você, homem ou mulher, que tal crescer verticalmente, elevar-se espiritualmente e viver a sua vidinha (que deve ser sem graça) em paz consigo e com Deus? Pensem nisto.

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