Desde que lancei o livro "No olho da rua", venho pensando em escrever um novo livro. Alguns daqueles que leram o primeiro livro me cobram um novo ou mesmo uma continuação contando como ficou a minha vida depois da saída da Fundação Leão XIII. Embora a ideia sempre tenha me causado algum entusiasmo, também me causa uma certa apreensão. Para dizer a verdade, tenho me esquivado da possibilidade de voltar a falar da minha vida em um livro pelo que isso representa de exposição. É estranho falar sobre isso, mas minha vida de uma certa forma se divide em antes e depois do livro. Antes as pessoas me vinham de um jeito, eu era um cidadão comum, sem marcas muito profundas e isso me dava uma certa proteção. Depois do livro passei a ser visto meio como uma espécie de coitadinho: "Olha, eu li o seu livro. Chorei o tempo todo. Não sei como você conseguiu..." Geralmente é esse o tipo de comentário que as pessoas fazem após lerem o livro. Para mim, passou a ser uma espécie de maldição. Cheguei a renegá-lo. Não queria que olhassem como um coitado, muito pelo contrário. Sempre pensei que ao ler o livro as pessoas me vissem como um vencedor, não um coitado. Até a minha carreira de ator ( eu vinha conseguindo algumas boas participações em produções da Tv Globo), deu uma cortada radical. De repente, passei a não conseguir mais nada. Fato que acredito ter sido agravado com a entrevista que dei ao programa "Sem censura" da TVE, pois a emissora a repetiu diversas vezes. Por fim, o livro não deu o retorno que eu esperava. Nem financeiro, nem de popularidade. Mas aqui estou eu outra vez querendo me expor, colocar o dedo na ferida de novo. O livro ainda não tem título, mas deve falar da minha relação com a sociedade e minha relação com o emprego, mais especificamente sobre uma mudança que pretendo fazer em meus caminhos. Bem, não dá para adiantar muito. Espere e leia. Se vai ser sucesso ou não, cabe ao futuro. E o futuro a Deus pertence, não é mesmo?
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