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agosto 04, 2012

Perdoando para viver melhor.

       Infelizmente, existem muitas coisas que atravancam a vida e impedem que a gente viva em paz. Dentre elas estão a raiva, a mágoa, o rancor e tantos outros sentimentos. Sentimentos esses que nos levam a ter pensamentos e emoções ruins. Quando sentimos, por exemplo, raiva de alguém é possível que essa pessoa nunca tome conhecimento desse nosso sentimento, mas, por outro lado, o nosso corpo... Ele é o primeiro a ter notícia de que estamos odiando determinada pessoa, pois grande parte do ódio, da raiva, do rancor, do ressentimento fica parada em nós e passa, consequentemente, a nos fazer mal.
      Portanto, não vale à pena ficar alimentando dentro de nós sensações que nos causam tantos estragos. E´claro que ninguém é santo. E´ difícil sair por aí perdoando todas as vezes em que sofremos ofensas, maus tratos, injúrias, todas as vezes em que somos ofendidos, humilhados. Esses, digamos, baixos sentimentos são, muitas vezes, nossa válvula de escape. Através deles tentamos exorcizar, botar pra fora aquilo que nos corrói a alma.
     Acreditamos que tendo um pensamento ruim por aquela pessoa estamos acertando as contas com ela, que  estamos reagindo. Em muitos casos, a pessoa até pode receber aquela carga ruim que enviamos para ela, chegando mesmo a sofrer as consequências maléficas dele tal é a força do pensamento, o poder da sugestão.
     Só que existe a lei do retorno. Nada fica parado. Aquilo que saiu de nós, a nós retorna. Já pensou você recebendo de volta uma carga de ódio enviada a alguém? Seria muito triste constatar que podemos estar sofrendo exatamente porque de nossa mente saiu uma mensagem de sofrimento que retornou a nós. Parece estranho, mas é a mais pura verdade.
     Você já deve ter ouvido dizerem que a raiva invenena aquele que a sente. E´ exatamente isso. Literalmente, nos envenenamos com o nosso próprio veneno. Aí você pode dizer: "Fui eu quem foi ofendido primeiro". Pode mesmo ser verdade. A ofensa e a injúria partiram do outro lado. Como se diz: você estava quieto no seu cantinho. E´ duro sofrer a ofensa e ainda por cima ter que ter bons sentimentos. Mas é esse, pode se dizer, o pulo do gato. Não se deve cair em tentação.  O "diabinho" está ai para tentar, para dizer que não se deve levar desaforo para casa.
     E´por esse motivo que temos tanta contenda, tanta briga. Ninguém quer levar desaforo para casa. Baseado nesse tipo de pensamento, estamos sempre prontos a reagir, nos defender. Basta um simples encontrão e lá vamos nós tirar satisfação acreditando que assim é que está certo. Afinal, é isso que aprendemos desde que nascemos: é preciso reagir, senão ficamos em desvantagem.
     Nada disso. Dê um sorriso e siga adiante. Seu corpo vai agradecer. E aquela pessoa que te deu a topada, se foi intencional, vai ficar muito sem graça e até mesmo desapontada por não ter conseguido o seu intento. Pelo seu lado, você poderá seguir o seu caminho livremente, sem precisar conviver com as emoções ruins que uma reação intempestiva pode causar. Aprender a perdoar é difícil, duro e exige muito treinamento, mas nos faz viver melhor.

agosto 02, 2012

Cuidado com os adversários.

     A amizade é algo que todos buscamos. Quem não se orgulha dos amigos que faz pela vida afora. Principalmente daqueles que nos acompanham anos seguidos e que estão sempre presentes em nossos melhores e piores momentos. Temos certeza de que se eles não estivessem ao nosso lado não suportaríamos as passagens difíceis do nosso caminho. Mas por outro lado, sabemos que as nossas melhores realizações, nossos triunfos só são o que são porque eles estão ali do lado vibrando com a gente.
     Porém, a amizade tem o seu contrário: a inimizade. Inimigos são aquelas pessoas que, em determinado momento, muitas vezes sem nenhuma explicação plausível, deixam de ser nossos amigos, de fazer parte da nossa história e passam a nos querer mal, a bem da palavra, passam a nos amaldiçoar. Nossos feitos que antes para elas eram motivo de alegria e festa, agora passam a ser motivo de raiva e rancor.
     Triste situação de se viver. No entanto, não podemos negar que desentendimentos fazem parte da vida. E. com muita sorte, esses momentos acabam passando e a amizade sendo plenamente restabelecida, não é? Quantos casos conhecemos e até vivemos em que isso deu, não é mesmo? Uma relação muito próxima não está livre de sofrer percalços. De repente, uma palavra mal falada, um mal entendido acaba por azedar uma relação de anos ou da vida inteira.
     E´ preciso lembrar também que não existe a possíbilidade, pelo menos eu penso assim, de uma inimizade nascer sem que antes tenha existido a amizade. Inimizade é o oposto da amizade. Por isso, vem sempre depois. Para alguém ser nosso inimigo tem que ter sido nosso amigo antes ou coisa muito parecida com o calor humano e as afinidades de uma amizade. Sem querer ser filósofo de esquina, mas essa é uma grande verdade. Ninguém pode ser inicialmente nosso inimigo. Isso é praticamente impossível. E´ o mesmo com o ódio em relação ao amor. Um vem depois do outro.
      Estou falando disso para chegar à uma descoberta que fiz há algum tempo e que ultimamente tenho notado com mais frequência. Acontece que tenho percebido que algumas pessoas das quais eu nunca fui nem próximo tem se revelado, sem nenhuma razão aparente,  minhas verdadeiras inimigas. Achei isso muito estranho e me pus a pensar no assunto e cheguei a uma conclusão: elas não são realmente minhas inimigas, elas são minhas adversárias.
     E´ isso mesmo. Essa é a terceira porta. Nem amigo, nem inimigo, mas adversário. E´ como se estivéssemos numa olimpíada, num campeonato onde queremos sair sagrados campeões e por isso temos que vencer os adversários que surgem no nosso caminho. Sem isso, nada de pódium, nada de levantar o caneco.
     Brincadeiras à parte, não temos mais que temer os inimigos e sim ficar atentos aos adversários que encontramos em nosso dia a dia. Eles são piores que os inimigos. Pois se alguém tem raiva de nós ou quer nos prejudicar é por alguma razão, justa ou injusta, mas uma razão. Já os adversários querem apenas levantar a taça e para isso não pensam duas vezes em quebrar-nos as duas pernas.

julho 28, 2012

Dia do aniversário.

     Costumo brincar que essa é a única situação em que ninguém deve ou precisa ter inveja de ninguém. Afinal, todos temos ( salvo, claro, algumas raras e tristes exceções) conhecimento do dia em que viemos ao mundo e passamos esse dia acreditando que é ele fosse especial e nós especiais igualmente. Ficamos em suspenso como se a qualquer instante alguma coisa maravilhosa fosse acontecer. E´ aquele dia em que merecemos e queremos todas as homenagens. Mesmo quando negamos isso viementemente. Alguns comemoram com festas suntuosas, muitos convidados, viagens e costumam gastar rios de dinheiro só para ter o gostinho de ouvir o "parabéns para você" cantado em sua única e exclusiva homenagem.
     Tem também aqueles que meses antes já saem por aí avisando para todo mundo a data de seu aniversário e ficam torcendo para receber uma festa surpresa. Aquelas em que o aniversariante a despeito de toda uma movimentaãção fora do normal é pego desavisadamente pelos amigos e faz cara de "eu bem que estava desconfiado(a)". Agem meio como crianças. Aliás, nessa data é comum as pessoas ficarem, sem nenhum constrangimento, um tanto infantis, cheias de vontades e até ( por que não dizer?) um tantinho carentes. Aí daqueles que não se lembrarem da data. Pode, inclusive, virar motivo para que se nasça uma daquelas inimizades terríveis. Esquecer de cumprimentar determinados aniversariantes pode ser considerado falta grave, portanto, passível de brigas memoráveis.
     Já outros... Bem , os outros ( e acho que me incluo nesses) fazem de tudo para que a dada não seja lembrada nem por sua mãe. Por que será isso, não é? Mesmo não gostando de ser cumprimentado e fazendo tudo para que a data passe em brancas nuvens, também não consigo entender muito bem esse meu "estranho" comportamento. Verdade. Mas a sensação de ser o centro das atenções, nesse dia, sempre me incomodou.
     Desde de criança tenho a sensação que nesse dia volto para o útero de minha mãe e lá quero ficar bem quietinho até que passe e eu poça sair de lá e retomar a vida. No outro dia sou até capaz de comentar que estive de aniversário no dia anterior, como estou fazendo agora. Porém, deixo claro que não recebo cumprimentos no dia seguinte. Aniversário é só no dia.  Nada de cumprimentos atrasados, chego a ser mal educado com quem insiste.
     Por isso, não consigo entender as pessoas que transferem as datas de aniversário. Algo como, o aniversário cai no meio da semana e deixa para comemorar no fim de semana. Ou aqueles que comemoram adiantado para aproveitar alguma presença de alguém que considera importante e que não poderá estar presente na data verdadeira. Acho isso sem sentido. Soa falso, para mim.
     Seja lá como for, cada um tem a sua relação com essa data tão importante. Nesse dia viemos ao mundo e só isso já seria motivo para festejar, não é mesmo? Tenho certeza de que você deve estar me achando um esquisitão por agir assim. Está bem. Devo confessar que penso assim também. No entanto, não sei ser diferente. Isso não significa que eu não goste de comemorar aniversários de parentes e amigos. Pelo contrário. Adoro festa de aniversário. São sempre muito animadas e calorosas.  E nada melhor do que ver uma pessoa circulando feliz entre os convidados do "seu aniversário", naquele que considera (e com muita razão) o "seu dia".  O resto é maluquice de bichos do mato, como eu.

julho 26, 2012

Exorcizando demônios.

     Existe um ditado espanhol que diz mais ou menos o seguinte: "Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem". No que diz respeito aos diabo ou demônio, a coisa parece ser quase a mesma. Por mais que muita gente admite não acreditar, também não dúvida de sua existência. Pode parecer complicado à primeira vista, mas em se tratando das nossas cabecinhas... Está bem. Somos mesmo um tanto quanto contraditórios, é verdade.
     O fato é que vez por outra nos damos de frente com alguém que dizem estar endemoniado, ou seja, a serviço das forças do mal. E aí não adianta fazer cara feia. O jeito é apelar para as forças do bem (muita oração e água benta nessa hora) para tentar anular os efeitos dessa força destruidora que toma conta de certas pessoas e costuma impregnar os locais por onde passam.
     Por mais que não levemos isso a sério, não se pode negar que o mal exista e faça bastante estrago na vida das pessoas. Há quem acredite em amuletos e toda sorte de proteção e os que acham que só se pode resolver lançando mão de verdadeiros exorcistas para resolver o "problema". Quem nunca ouviu falar em exorcismo? Para ser mais exato, em padres exorcistas? Aqueles que com palavras de ordem conseguem (?) fazer com os demônios saiam do corpo das pessoas e as deixe em paz.
     Os evangelhos narram algumas passagens em que o próprio Jesus (sim, Ele mesmo)  expulsou demônios que estavam usando os corpos das pessoas para poder enganar e espalhar a dúvida e a discórdia. Isso nos leva a acreditar que a coisa não é só imaginação de algum cineasta tentando impressionar as pessoas com efeitos especiais mirabolantes. A coisa vai além disso.
      Portanto, todo cuidado é pouco. Devemos estar sempre alertas para não sermos nós mesmos vítimas e abrirmos caminho para esse tipo de situação. Por isso, é preciso tomar cuidado com os nossos sentimentos, o que levamos em nossos corações, nossas  atitudes. Ninguém está livre de ser "assaltado" por pensamentos ruins e de repente sair por aí espalhando maus sentimentos.
     Sempre imaginamos o demônio apenas de forma física, concreta. E esse o nosso grande engano. Ele é, na verdade, toda gama de maus sentimentos, maus pensamentos, más atitudes. E se torna concreto quando eles se tornam realidade. Basta uma fofoca, um disse-me-disse para que o demônio esteja "trabalhando". E acreditar que exorcismos vão resolver é querer varrer a sujeira para debaixo do tapete, fingir-se de cego.
     O melhor "exorcismo" que podemos lançar mão são os bons pensamentos, as boas atitudes. E só conseguimos isso nos policiando. Verificando como estamos vivendo e que tipo de energia estamos atraindo ou mesmo que tipo de energia estamos emitindo. Quando damos amor, recebemos amor de volta. Quando sentimos raiva, ódio, ciúme, inveja devemos estar preparados para receber de volta emoções  do mesmo quilate.
     Exorcizar demônio é, em primeiro lugar, não negar que eles (os maus sentimentos) existem e, em segundo lugar, estar sempre dispostos a espantá-los lançando de genuínos sentimentos de amor, paz, solidariedade.

julho 21, 2012

Céu, inferno e purgatório.

     E´ incrível como depois de percorrer um longo caminho, ter passado por diversas transformações e acreditar estar vivendo uma era de grande desenvolvimento tecnológico, a humanidade ainda se encontre diante de tantos enigmas. Entre eles está a questão: para onde vamos após a morte? Não adiante correr para responder porque a coisa é um tanto quanto complicada. Cada religião tem lá as suas respostas para a pergunta, embora, no fundo, a dúvida permaneça. Ou seja, ninguém tem certeza de nada, estamos todos tateando no escuro.
     No entanto tem aqueles que levados por suas crenças religiosas chegam a afirmar que sabem mesmo para onde vão. E sabem que lugar é esse? Acertou quem apostou em céu. Sim, aquele lugar onde mora o Criador de todas as coisas juntamente com os anjos e os santos. Essa é a crença de quase todas as pessoas independente do tipo de vida que leve, dos pecados que cometa e de ter ou não alguma ligação com o Homem lá em cima.
    Estou falando sobre esse assunto porque, como creio que já disse aqui outras vezes, sou católico por nascimento e frequento uma igreja onde percebo no convívio com alguns irmãos de fé essa certeza de já ter um lugar reservado ao lado de Deus quando morrer. Pode parecer ignorância minha ou até mesmo influência do espiritismo, mas confesso que tenho dificuldade de aceitar isso assim sem nenhum questionamento. Principalmente partindo do princípio que católicos não acreditam em reencarnação. E´ ensinado a todos que nascemos uma vez só e dure essa vida o tempo que durar, passe o sujeito pelas experiências que passar o destino é o mesmo: se for bom vai para o céu, se for mau vai para o inferno e para os que foram mais ou menos tem a opção do purgatório.
     Não se pode esquecer que céu e inferno são lugares definitivos. O único em que há uma certa mobilidade é o purgatório. Dele se pode descer definitivamente para o inferno ou subir para o céu e gozar das felicidades eternas. Até aí nada de mais, não é? Basta um tempo no purgatório, uma boa enquadrada e o sujeito pode se livrar de queimar no fogo do inferno. Legal.
     Mas vamos analisar a coisa pelo lado dos que são condenados a passar a eternidade no inferno. Preciso abrir um parenteses para falar dessa palavra eternidade. E´ outra que me causa calafrios. Toda vez que alguém fala em eternidade tenho ideia de coisa estática, parada. Mas deixa isso prá lá. O que quero mesmo é advogar pelos pobres condenados ( vale torcer para que nem eu nem você estejamos nessa lista) ao fogo eterno do inferno.
     Tudo bem que eles (?) pecaram sistematicamente, aliaram-se ao coisa ruim, deixaram passar a chance de se arrependerem de seus pecados e tudo o mais que todo mundo está cansado de saber. Só que, em se tratando de uma única vida, não seria uma condenação injusta? Pensa bem: o cara nasce ignorante como todo mundo nasce, envereda pelo mau caminho e de repente, antes que pudesse  entender melhor as coisas, dar aquela refletida básica, morre com um monte de crimes (pecados) nas costas e o coração cheio de ódio. Resultado: inferno nele.
    Por outro lado teria outro que cometeu os mesmos enganos na tenra idade, mas que viveu o bastante para poder rever os seus conceitos e botar a cabeça no lugar. Nesse caso, o cara deve ir para o purgatório e pode acabar indo para o céu. O contrário do outro que não terá uma segunda chance. Quem sou eu para botar em cheque os designos de Deus? Longe de mim. Quero apenas entender essa coisa de céu, inferno, purgatório que me baratina desde criança.

julho 19, 2012

Um amor que foi, um amor que veio.

     Falando parece tudo muito simples.  Ana perdeu aquele que pensava ser o grande amor de sua vida. Sofreu pra caramba, chorou, se humilhou, pediu para o cara voltar, procurou aquelas conhecidas ajudinhas para tentar trazer o grande amor de volta e, no auge do desespero, chegou a pensar até em dar cabo de sua vida. 
     Porém, como tudo na vida um dia passa, num belo dia a Ana acordou um pouco melhor, dias depois estava melhor ainda e, zaz, ficou curada daquela paixonite que parecia que acabaria com ela. Uma vez curada, fez aquele juramento que todos que sofrem de amor fazem: jurou que jamais entregaria o seu coração novamente.
     E, com esse propósito, Ana tentou seguir sua vida. Parecia que estava vacinada contra o amor, ou melhor dizendo, as paixões. Mas... Tinha que aparecer um mas, não é? Ana conheceu um outro cara e, zaz, ficou paradinha nele. Aí surgiram aquelas dúvidas atrozes: fica ou não fica? Entrega ou não entrega o coração?
     Antes mesmo que pudesse encontrar respostas para suas indagações ela percebeu que já era tarde de mais. O seu coração já estava todo tomado de amor. A batalha estava perdida. E agora? Ana não titubeou e deixou-se levar nas águas daquele amor inesperado.
     Poderia repetir a experiência anterior e sofrer de novo, só que Ana preferiu considerar aquela outra alternativa que dizia que as coisas poderiam ser diferentes. Ela estava disposta a pagar o preço e ver no que daria aquilo. Resultado: Ana encontrou a felicidade após viver na pele uma experiência tão marcantemente ruim, dolorida.
    Temos por hábito levar muito a sério nossas experiências ruins a ponto de fechar o caminho para que as boas experiências possam chegar. E claro que nada é assim tão simples. O sofrimento deixa marcas muito profundas e, por seu lado, a felicidade costuma nos deixar inebriados, sem muita noção do que é  realidade e do que é pura fantasia da nossa cabeça. Mas alguém já disse que "quem não arrisca não petisca". Na vida é preciso correr riscos, inclusive de encontrar a felicidade. Ana arriscou.

julho 14, 2012

O preconceito religioso.

     Mesmo com todos os avanços obtidos pela humanidade, ainda padecemos de muitas ignorâncias que fazem parecer que vivemos na mais completa escuridão por mais que se tente dizer o contrário. E essa falta de luz se nota claramente quando o assunto em questão é religião. Nesse momento, perdemos completamente nossa capacidade de lidar com as diferenças e muitos são capazes de julgar o outro partindo do credo que ele professa. É como se a religião colocasse uma espécie de selo na pessoa: se é judeu é assim, se é católico é assado, os evangélicos fazem isso, os espíritas fazem aquilo.
     Não existe um meio termo. Para a maioria, a  religião seguida fala pelo fiel, define seu modo de ser, suas atitudes. Se é uma pessoa aberta ou um retrógrado, até mesmo se é uma pessoa boa em quem se pode confiar ou se é uma pessoa má e, portanto, que deve ser evitada.
     Por mais que isso esteja enraizado em nossa sociedade, não passa de puro preconceito. Julga-se a pessoa e julga também a sua religião. Os judeus carregam o estigma de ser um povo aferrado às tradições, os muçulmanos são vistos como violentos e fundamentalistas, os católicos como povo que professa uma fé que não vive, os evangélicos como aqueles que julgam os únicos que receberão a salvação, os espíritas  como deturpadores dos ensinamentos de Cristo, e os seguidores do candomblé, talvez os que sofram mais com os prejulgamentos, são tidos como feiticeiros e adoradores do diabo. E por aí vai. Sem deixar de lembrar dos budistas, testemunhas de Jeová  e tantas outras denominações que, como as outras citadas, não escapam de serem taxadas disso ou daquilo.
     Uns mais, outros menos, todos acreditam que sua religião é que é a verdadeira, a única que tem ligação direta com o Criador e, nesse caso, a única em que os fiéis terão direito a estar ao lado Dele depois da morte ou mesmo após o fim dos tempos. como muitos acreditam.
     Não é difícil perceber que não há a menor boa vontade de um religioso para com o outro. Não obstante, é possível ver adeptos  (principalmente, os seus líderes) de uma religião detonando os seguidores de outra partindo do princípio de que todos estão no caminho errado e somente eles no caminho certo. E que traz isso, senão ódio e intolerância? Se um líder religioso usa do microfone para incitar os fiéis contra as outras religiões, não creio estar buscando outra coisa.
    Antes, deveriam todos pregar a paz, o amor e a união, com todos respeitando todos. Todos vivemos neste mundo, cheio de incertezas, buscando encontrar um caminho que nos leve a uma vida plena e cheia da graça do contato com o Divino. Todos queremos, acredito, fazer parte de algo maior, algo que seja para nós o ponto de apoio, que retome a ligação que em algum momento perdemos ou que apenas deixamos que ficasse um pouco mais frouxa.
   É verdade que muitos conseguirão e muitos não, mais isso não significa que não haverão outras tentativas, que se tenha novas chances de acertar o caminho. Antes, porém, talvez a gente ainda erre muito, mas que vamos acertar o passo a qualquer momento, isso é certo. Estejamos nós onde estivermos, nessa ou naquela religião. O importante é que o nosso coração se abra para que entre nele algo tão grande que fará com que não vejamos mais diferenças, que possamos acolher todos, sejam eles judeus, católicos, muçulmanos, evangélicos, espíritas, indús, budistas, umbandistas, candomblecistas, testemunhas de Jeová, xamanistas...

Paz para todos.
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