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maio 14, 2020

13 de maio.

Sei que já passou (13 de maio foi ontem), mas não podia deixar a data passar em branco. Afinal, ela é muito importante, seja para católicos ( foi o dia em que Nossa Senhora, a mãe de Jesus, apareceu para os três pequenos pastores na cidade de Fátima, em Portugal), para os umbandistas (é dia de se prestar homenagem aos Pretos Velhos, entidades que, despeito de todos os percalços enfrentados quando estiveram encarnados, usam essa vestimenta para fazer a caridade) e para a comunidade afro-brasileira, eufemismo para raça negra (pois é o dia em que depois de mais de trezentos anos de uma escravidão cruel, a princesa Isabel, filha do imperador dom Pedro II, assinou a abolição da escravatura).
Tela para Quadro 50x70 - Nossa Senhora de Fátima no Elo7 | Monte ...Os três fatos, fora tantos outros que com certeza não são mencionados, fazem com que esse dia tenha uma importância imensurável. Nossa Senhora de Fátima é símbolo de fé e graça para católicos e não católicos e, por si só, já faz o dia ter uma aura toda especial. Guardo da minha infância uma imagem  (estampa) da santa pairando sobre um arbusto e três crianças ajoelhadas em adoração que minha mãe (católica fervorosa) mantinha na sala de casa. e, diante da qual, rezávamos o terço.







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Os Pretos Velhos nem se fala; são seres que povoam o imaginário de muita gente. Muitos, incluindo aqueles que visitam suas tendas e têm a graça de ouvir seus conselhos, não conseguem compreendê-los em sua essência. Difícil entender como alguém alquebrado pelo sofrimento do mundo, venha a esse mesmo mundo trazer consolo e esperança. Essa é, sem dúvida, a sua maior mensagem: perdoar sempre.



Após 130 anos da abolição da escravatura do Brasil, Goiás não tem ...










Por último, mas não menos importante, é a comemoração da abolição da escravatura. Talvez seja o dado triste do dia; não há, nem nunca houve, motivo para se comemorar. Primeiro porque a abolição, como todos sabemos, veio atrasada, de forma atrapalhada, sem dar garantia de como os libertos viveriam e acabou criando um mal ainda maior para aqueles que viviam esse jugo terrível. Desde então os "ex-escravos" vivem tentando fazer a verdadeira abolição da escravatura, dar o verdadeiro grito de liberdade e assumir seu protagonismo, pois não possível vivermos eternamente como coadjuvantes na nossa própria história.
Seja como for, 13 de maio é um dia para refletirmos. Principalmente em dias de pandemia quando precisamos das graças de Nossa Senhora de Fátima, dos conselhos certeiros de um Preto Velho e de nos libertarmos dos grilhões da ignorância.

Bom dia!

maio 11, 2020

Não peça sal se você quer receber açúcar.

Coração e Vida | Vale trocar açúcar e sal pela versão light ...A maioria das pessoas reclama que nunca recebe exatamente aquilo que pede ou deseja. Por isso, se sentem muito infelizes e maldizem a vida: sou um(a) incompreendido(a) e nada presta. Deus, para uns, e o Universo, para outros, está sempre entendendo errado os pedidos. Muitos preferem acreditar que não recebem o que pediram ou simplesmente desejaram porque não são merecedores ou porque estão sendo castigados. 
Ei. Muita calma nessa hora. Os especialistas que estudam o controle da mente não cansam de explicar que isso se dá porque não formulamos nossos pedidos e desejos de maneira correta. Quase sempre lançamos mão de mensagens erradas ou truncadas na hora que fazemos os pedidos. É como se pedíssemos SAL quando na verdade queremos AÇÚCAR, entendeu?
Se não entendeu, vamos explicar. Suponhamos que você é um(a) doceiro(a) e ao fazer seu pedido de material para confecção de seus doces por engano colocou na lista uma grande quantidade sal em vez de açúcar. Quando chegou você viu todo aquele sal e logo pensou que o comerciante estava de sacanagem. Afinal, você é freguês(a) antigo(a) e ele sabe que o pedido maior sempre foi de açúcar e  de não sal.
Ninguém pode negar que você tem certa razão. O comerciante poderia ter pensado que você enganou no pedido e não custava ligar para confirmar., não é mesmo? Pois bem, no caso do comerciante é até possível. Muitos agem dessa maneira. Se um freguês tem o costume de comprar determinado produto e muda de uma hora para outra, ele estranha. Porém, com Deus e o Universo a coisa é diferente. A entrega é feita de acordo com o pedido. Não tem essa história de que "vão saber que não foi bem isso que eu falei/escrevi". Nada disso. Pediu sal, leva sal; pediu açúcar, leva açúcar. É assim que as coisas funcionam.
Portanto, tenhamos muito cuidado na hora formular nossos pedidos. Se  queremos açúcar, devemos pedir AÇÚCAR, pois só dessa maneira receberemos AÇÚCAR. Ou seja, não fale ou peça nada que cause ruído (confusão) no entendimento daqueles que estão nos ouvindo. Isso é ser positivo.
Boa semana. Cuide-se.

maio 08, 2020

Flávio Migliaccio, meu querido perdedor.

Resultado de imagem para imagens de flávio migliaccioSempre acompanhei a carreira de Flávio Migliaccio, sobretudo nas novelas das quais participou, e posso afirmar que a notícia de sua morte me deixou bastante mexido. Principalmente depois que foi divulgada as circunstâncias em que ela se deu. Triste saber que alguém chegue aos oitenta e cinco anos e toma uma atitude tão drástica. 
No entanto, não é difícil entender o que o levou a dar tal passo; estamos vivendo momentos desalentadores. Chegar aos oitenta e cinco numa outra cultura seria motivo de muito orgulho e contentamento, mas não entre nós; insistimos em ligar o envelhecimento à decrepitude e a inutilidade. À medida que vão envelhecendo as pessoas são colocadas de lado, passam a não mais interessar profissionalmente e, em muitos casos, não tem mais lugar no meio familiar. Isso leva muitos idosos a se tornarem pessoas tristes, amargas. Para chegar à depressão é um passo.
Flávio se desencantou com a vida ao vislumbrar esse futuro sombrio para si e, muito provavelmente, para todos que como ele caminham na mesma direção. Não bastasse isso, estamos em meio a uma pandemia que aponta como vítimas potenciais exatamente os idosos, como ele. Mais uma vez, o estigma da velhice sobre aqueles que resistem bravamente e alcançam idades acima da média de grande parte da população.
Porém, a partida o ator tem outro significado para mim. Disse, no início deste texto, que sempre acompanhei sua carreira, muitas vezes sem grande interesse. Afinal, ele nunca fazia o protagonista. Na maioria das vezes passava muito longe disso; seu tipo físico não o recomendava para o papel do galã, e sua cara engraçada o desaconselhava para o vilão. Sobrava para ele o tipo azarado, reclamador, triste, ou seja, o grande perdedor. Era isso que me chamava a atenção nele, pois, para mim, ele era a imagem do grande perdedor.
Muitas vezes me perguntei como ele lidava com isso e nunca encontrei resposta; ele não era o tipo solicitado para dar muitas entrevistas, nem estava o tempo todo na mídia. Portanto, pouco se sabia de sua vida. Seu último papel em Órfãos da Terra exacerbava todos os problemas da velhice e ele foi fundo e nos presenteou com uma grande interpretação como, aliás, fez em todos os seus trabalhos seja na televisão, no teatro, no cinema, escrevendo, dirigindo ou atuando.
Obrigado por tudo, Fávio Migliaccio, meu querido perdedor.

maio 02, 2020

Qual é o seu problema?

Mensagens de incentivo para vencer obstáculos.Sei que você está se perguntando: quem é esse louco que no meio de uma pandemia vem me perguntar qual é o meu problema? Não basta ter de me cercar de todos os lados para tentar me livrar desse vírus terrível que vem matando tanta gente pelo mundo afora ainda vem perguntar qual é o meu problema? 
Ei, calma. Eu entendo tudo isso. O COVID-19 (coronavírus) já é o bastante e ninguém, mesmo que tenha problema, está com tempo para pensar em outra coisa. Continue se cuidando, usando máscara, lavando as mãos seguindo todos os conselhos que a OMS e as autoridades (as sensatas, pelo menos) estão nos dando. Também estou me cuidando. A pergunta tem outro objetivo. Quero saber como você lida com os problemas do seu dia a dia. Aqueles que vira e mexe, entra ano sai ano estão lá te torturando. Como você encara? Sai correndo, nega a existência, entra em desespero e se sucumbe diante deles?  
Não sei você, mas eu costumava reagir de todas as formas que citei acima; achava que os problemas eram monstros terríveis que eu jamais poderia vencer e ficava sem ação. Minha vida era um eterno lamentar e tudo piorava a cada dia. Ou seja, não tinha jeito mesmo. Tudo piorou quando descobri que estava renal-crônico e o médio me classificou como doente terminal. Aí, pensei que era o fim. 
Foi então que cheguei a conclusão de que não podia simplesmente cruzar os braços e esperar a morte. Tinha de fazer alguma coisa, assumir o controle da minha vida: enfrentar o problema. Essa atitude me levou a perceber que ele (o problema) não era tão terrível quanto eu o pintava e que eu poderia vencê-lo se o encarasse de frente e sem me fazer de coitadinho.
Não foi fácil, confesso. Enfrentar as sessões de hemodiálise e todos os seus efeitos colaterais era desafiador. Houve dias em que pensei que não aguentaria o tranco, mas me mantive sempre disposto a não entregar os pontos. Entrei na fila do transplante e meses depois estava transplantado. Hoje posso dizer que a minha está voltando a ser o que era antes. 
Quer dizer, minha vida jamais será como era antes, pois descobri que quando um problema surge, seja de qual natureza for, não tenho outro jeito senão enfrentá-lo de frente, sem medo. 
Encare seu problema; ele não pode ser maior que sua vontade de vencê-lo. 

março 27, 2020

Diário de um renal crônico II


Este vídeo é o segundo da série Diário de um renal crônico, em que eu narro a minha experiência como renal crônico. No primeiro, eu falei de como foi para mim descobrir, de uma hora para outra, que estava com os rins paralisados e a transformação que ocorreu em minha vida. Neste segundo vídeo, Diário de um renal crônico II, eu falo da maneira como encarei a possibilidade de fazer três sessões semanais de hemodiálise pelo resto da minha vida e todos os percalços que enfrentei.

Assista o vídeo e se cuide. 

Beba muita água e esteja atento ao funcionamento de seus rins; eles são mais importantes para o bom funcionamento de nosso corpo do que sequer podemos imaginar.







março 26, 2020

Coronavírus: de quem é a culpa?

Não há dúvida de que vivemos um verdadeiro caos; a cada segundo tomamos conhecimento de que as chuvas causam morte e destruição em todos os lugares, que doenças ameaçam se espalharem pelo mundo e podem dizimar a humanidade, que o desemprego, a fome, a falta de habitação (em muitos casos a falta de uma pátria onde se possa viver com dignidade), saúde, educação, transporte, enfim, que parece não haver saída.
Em meio a tudo isso surge a pegunta: de quem é a culpa? A resposta é quase sempre a mesma: o governo não faz nada para resolver os problemas da população, sobretudo os mais pobres e que vivem nas periferias, nos morros e favelas, nas áreas de risco da cidade.
Também não esquecemos de mencionar que os políticos fazem promessas durante as campanhas e depois abandonam o povo à sua própria sorte. Ninguém em sã consciência negaria isso. O governo ignora as necessidades do povo e os políticos usam os mandatos para se locupletarem e se esquecem daqueles que os elegeram.
No entanto, particularmente neste momento, em vez de partimos à procura de solução ficamos perguntando de quem é a culpa, quem é o responsável pela disseminação do coronavírus (COVID-19), qual país criou o vírus..
A resposta mais acertada é de que a culpa é de todos nós. Primeiro, porque elegemos políticos incapazes e  e, segundo, porque quase nunca fazemos a nossa parte quando somos solicitados. Sempre achamos que tudo é problema dos outros. Se chove muito, não temos nada a ver com isso; se uma doença está se espalhando pelo mundo, igualmente nos esquivamos, não só da responsabilidade de não nos contaminarmos, mas da responsabilidade de não contaminarmos os outros. Ou seja, a culpa é sempre do outro.
Isso não é verdade. Somos todos responsáveis, seja pelas chuvas que inundam tudo e provocam desastres e mortes, pelo fogo que consome nossas florestas, pelo desmatamento, pela pobreza que graça pelo mundo e por este vírus que nos assusta a todos.
O mundo é a nossa casa e não estamos cuidando dele como deveríamos. Chegou a hora de cada um fazer a sua parte. Essa parte agora é ficarmos em casa, não contaminarmos e nem contaminar aqueles que vivem à nossa volta.
Sem culpar ninguém, vamos vencer tudo isso.

As necessidades que criamos.


Resultado de imagem para imagem do homem saindo da caverna no início dos tempos

Não é difícil chegar à conclusão de que nada, mas nada mesmo, neste mundo existe para um propósito. Tudo o que vemos ou sentimos existe para atender alguma necessidade. Algumas são reais e genuínas, sem as quais não podemos viver; outras, simplesmente criamos.
No início dos tempos, quando ainda habitava as cavernas, o homem (ser humano em geral) precisava de muito pouca coisa para viver: se limitava a caçar animais para comer sua carne e usar sua pele para vestir-se. 
A medida que "saiu da caverna" suas necessidades foram aumentando e, sobretudo, foram se modificando. Apenas caçar para se alimentar e se vestir já não era o bastante e foram nascendo novas necessidades: a casa, móveis, roupas, calçados, o saber, os meios de transporte, enfim, tudo que fizesse a vida mais fácil.
Sim, passamos a viver em busca de facilidades. E assim temos vividos nos últimos milênios. Grandes invenções e descobertas foram surgindo para melhorar as nossas vidas. Afinal de contas, precisamos encurtar distâncias, temos de encontrar curas para doenças, responder as perguntas que não param de surgir a todo momento.
No entanto, nesse bojo de invenções e descobertas importantes e imprescindíveis para a vida humana veio muita coisa desnecessária. Coisas que em vez de melhorar e facilitar as nossas vidas nos torna pessoas preguiçosas, indolentes e que nada mais querem do que ficar sentadas apertando botões para ter tudo à mão sem fazer o menor esforço.
Será que é esse o futuro que tanto esperamos que chegue? Um tempo em que não faremos nada e que ficaremos parados feito estatuas à espera de que máquinas nos sirvam? 
É hora de perguntar se o homem nasce somente para ser servido sem nada ter de fazer além de ver suas necessidades, que cria a cada momento, satisfeitas. Sem dúvida, as invenções e as descobertas são provas da inteligência humana e de sua luta para transformar o mundo num lugar melhor para se viver, mas temos que separar o que realmente é necessário à vida do que é apenas capricho.