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julho 08, 2011

Preste atenção nos livros.

     Nós brasileiros somos conhecidos (triste estatística) pelo nosso, digamos, desinteresse pelos livros. Dizem que a média de livros que cada brasileiro lê é muito baixa, aliás, baixíssima. Eu mesmo confesso que não era muito amigo deles. Quando tinha que ler algum obrigado pela escola, sofria por não ter paciência de ficar sentado lendo e muitas vezes chegava ao final da leitura sem nada entender ou lembrar do que tinha lido.
     Com o tempo e já sem muita obrigação de ler fui me interessando por eles. Quando vi já lia com regularidade e, pasmem, com prazer. Hoje não me sinto parte daquela estatístíca que nos coloca como pouco ou nada amigos dos livros. Posso dizer, sem orgulho, que faço parte da exceção, da minoria que os aprecia.
     Não sei qual o seu lado nessa questão, mas não estou aqui para julgar os que gostam e os que não gostam de ler. Definitivamente, essa é uma questão pessoal ( permita que eu diga, cultural) e não pode ser uma imposição. Minha intenção é falar da magia da leitura e da forma como os livros podem enfluênciar nossas vidas. Quando lemos um livro entramos em seu universo e nunca saímos dele sem sofrer algum tipo de transformação. Além disso, desde muito tempo tenho percebido que alguns livros chegavam e chegam até mim das maneiras mais estranhas possíveis. Uso a palavra estranha por não encontrar outra que melhor traduza o que realmente acontece. 
     Vez por outra um livro cai  (literalmente) em minhas mãos vindo como presente, empréstimo, indicação ou é encontrado por acaso numa estante e ao começar a lê-lo, ás vezes sem muito interesse, acabo descobrindo que trata de um assunto que há muito eu queria me aprofundar. Isso me acontece com certa frequência. Tanto que acabei dando uma conotação um tanto mística para isso; passei a acreditar que nenhum livro chega às minhas mãos por acaso. Toda vez que eles chegam por caminhos não muito usuais, logo percebo que estão querendo me dizer algo através deles. Pode parecer crendice, bobagem ou qualquer coisa que valha, mas cheguei a conclusão que eles são usados pela espiritualidade (ou qualquer outro nome que você queria usar) para nos instruir sobre determinados assuntos. Nossos mentores falam conosco através dos livros.
     É claro que esse assunto é muito instigante e não dá para falar sobre ele em poucas linhas.Daria pano para manga falar sobre o interesse da espiritualidade em que aprofundemos nossos conhecimentos em certos assuntos como forma de facilitar o trabalho deles junto a nós. Mas voltando aos livros, quero usar como exemplo um que acabei de ler: O Deus de cada um, do Waldemar Falcão. Esse livro chegou até  mim por meio de alguém que o ganhou e não se interessou por ele. Depois de tentar lê-lo, sem sucesso, essa pessoa o ofereceu a mim dizendo:
- Quer pra você?
Fiquei meio sem jeito e peguei o livro. Ele ficou uns dias comigo e, embora não tivesse maiores intenções com ele, resolvi que daria uma olhada. Foi uma minha surpresa constatar que ele tratava de um assunto que muito interessava além de trazer informações sobre várias regiliões através do relato de nove personalidades, cujas histórias nos prova que existem mesmo muitas formas de encontrar Deus. Isso só veio reforçar aquilo que eu já sabia: um livro não cai em nossas mãos por acaso.
     Então, nunca despreze se algum deles surgir inopinadamente em seu caminho. Dentro dele pode conter muito mais que uma simples história, pode conter uma mensagem valiosa ou até mesmo pode ser apenas a garantia de uns bons momentos de lazer. Eles podem tudo.

julho 03, 2011

Eu e a Bíblia Sagrada

     Acabo de, pela primeira vez na vida, ler a Bíblia integralmente. E, para mim, é um grande feito, pois sempre desejei fazer isso, mas nunca achava o momento certo de começar. Achava que ler a Bíblia era coisa de fanático ou mesmo uma empreitada tão difícil que nem ousava me arriscar. Lembro-me de que uma vez cheguei a ler os quatro evangelhos, mas eu estava num momento muito conturbado de minha vida e o efeito não foi dos melhores. Com isso, acabei dando razão àquela impressão que eu tinha de que era um livro para exegetas e não para alguém que, como eu, estava procurando apenas conhecer aquilo no qual fundamenta a sua fé, sem grandes vôos ou mesmo questões muito filosóficas.
     O tempo foi passando e eu sempre me cobrando. Foi quando, no início desse ano, resolvi enfrentar o fantasma do 'livro difícil e incompreensível para um leigo" e com toda coragem do mundo a abri no primeiro livro:  Génesis. Inicialmente minha intenção era apenas ler os primeiros cinco livros que são, além de Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Não pensava em passar deles, mas, confesso, que fui sendo conquistado a cada página. A Bíblia, além de um livro sagrado, é um registo muito importante da história da humanidade nos seus, digamos, primórdios. Só esse fato por si, torna a leitura apaixonante e, muito diferente do que eu pensava: uma leitura intediante e difícil.
     Ter contato com seus personagens, pessoas como Abraão, Isaque, Esaú, Jacó e seus doze filhos (que deram origem às doze tribos de Israel), Moisés, Araão, Josué, Samuel, Rute, Davi, Salomão, a rainha de Sabá, Ester e todos os profetas é uma experiência que não dá para descrever. Até mesmo o estranhamento de ver que Deus parecia preferir o povo hebreu em detrimento dos outros povos que O negavam, é desfeita no novo testamento em que encontramos a generosidade desse Deus ao mandar seu filho Jesus para anunciar que Ele era o Pai de todos e não de uns poucos escolhidos.
    Poderia ficar falando (escrevendo) sem parar das impressões que tive ao conhecer as páginas desse livro maior. Sei que para muitos de vocês essa minha confissão é uma vergonha. Muitos de vocês já devem tê-la lido de ponta a ponta muitas vezes, e continuam lendo e estão perplexos. Muito bem, mas devo confessar também que sou de formação católica e que os católicos não tem (pelo menos, não tinham) o hábito de ler a Bíblia. Isso fez com que eu não tivesse, desde cedo, uma grande intimidade com o livro sagrado. Talvez essa, ainda seja, uma das deficiências da igreja católica ao não estimular seus fiéis na leitura e conhecimento da Bíblia. Creio, e eu posso testemunhar, que isso está mudando. Mas ainda é uma mudança tímida. Não só católicos, mas todos deveriam ler a Bíblia ainda que fosse apenas como fonte de conhecimento e informação.
    Muitos não aconselham a leitura da Bíblia nos moldes que eu fiz, ou seja, uma leitura mais cultural e menos espiritual. Também concordo. Só que quando o espiritual vem através do conhecimento, talvez seja mais eficaz e duradouro seu efeito. Porém, seja como for, ler a Bíblia é uma experiência fantástica. Agora, quando o Padre na missa ou qualquer outra pessoa faz uma citação de alguma passagem da Bíblia, eu sei do que ele está falando.

julho 01, 2011

Os que falam e os que calam.

     Todos temos um comportamento (leia-se atitude) que adotamos quando estamos em sociedade. Uns são mais expansivos, outros mais introspectivos. É claro que existem muitas variantes desses comportamentos, podendo alguns serem mais assim ou assado. Não existe uma regra definitiva para isso. Até porque somos todos dotados de individualidades e isso, definitivamente, nos difere uns dos outros.
    Dividir as pessoas entre expansivos e introspectivos é apenas uma visão genérica. Porém, é assim que costumamos ser retratados nas estatísticas ( tantos por cento assim, tantos por cento de um outro modo) que tentam descobrir como agem ou pensam as pessoas. E, vamos combinar, isso é muito castrador.
      Só que não são apenas as estatistísticas que nos vêem assim. No nosso convívio temos por hábito taxar as  pessoas disso ou daquilo segundo os critérios que nos convém, ou seja, critérios nada científicos. Com isso, do alto de nossa sabedoria, decidimos que o nosso "analisado" tem esse ou aquele comportamento. Portanto, ele só pode ser do jeito que o vemos. E, uma vez que decidimos o padrão de comportamento daquela pessoa, não há volta. Colocamos o nosso selo, lacramos e pronto. A partir desse momento passamos a vê-la apenas com aquele selo. Ai dela se resolver agir de outra forma. Nesse caso, o texto está sempre na ponta da língua:
- Que  isso? Que estranho! Esse não é você? Que é que te deu? Você nunca foi assim.
E tudo fazemos para que a pessoa volte a agir da maneira antiga (a do selo, lacre, etc...), pois só a aceitamos assim, de outra maneira não serve aos nossos interesses. Negamos o direito que a pessoa tem de mudar, de rever seus conceitos, de se reinventar. E ainda juramos que fazemos isso  o bem daquela pessoa:
- Você era muito melhor, mais agradável. Não estou te reconhecendo.
Trocando em miúdos, só aceitamos os outros quando eles atendem às nossas exigências, quando eles agem da maneira que nós queremos e deixamos. Para ser explicito: se queremos que falem, que falem; se queremos que calem,  que calem.



junho 24, 2011

A visão da montanha.

    Não há nada demais em ser precavido. Pelo contrário, é sempre bom calcular bem os nossos passos para que depois a gente não tenha motivos para arrependimentos. Afinal, em muitos casos, logo após dar o primeiro passo em direção a alguma coisa tornar-se um tanto difícil voltar atrás. É quando colocamos as mãos na cabeça e dizemos: "Ai, se eu tivesse pensado melhor..."
    Muita gente exagera esse tal de "pensar melhor" e, em nome de evitar problemas futuros, decide retardar indefinidamente as decisões que precisa tomar e fica super dimensionando as dificuldades que poderá encontrar no caminho. Usa essas "dificuldades" como desculpa para não colocar o pé na estrada. Comporta-se como alguém que, diante de uma montanha muito alta, sente-se cansado só em imaginar sua escalada. Por isso, permanece na base da montanha esperando que um milagre a transporte até seu topo, onde se encontra o seu objetivo, a razão de sua vida.
   Existe, sem dúvida, o desejo das grandes (ou mesmo das pequenas) realizações, mas também existe o medo, a falta de confiança na sua própria capacidade de vencer os obstáculos. É isso que nos paralisa diante do caminho a ser desbravado e nos faz enxergar apenas as barreiras, os tropeços, o cansaço que certamente virá e a possibilidade de falhar.     
    Nesses momentos, infelizmente, esquecemos que igualmente existe a chance do sucesso, do êxito e que tudo só depende de nós, que somos nós que construimos os nossos sucessos e os nossos fracassos. E se a decisão é nossa, por que não optar pelo sucesso? Acredito que você concorda comigo que seria burrice optar por ficar parado na base da montanha imaginando as dificuldades que poderá encontrar na sua escalada, não? O melhor é subir aos poucos e, se possível, sem olhar para trás. Como diz o ditado: é para frente que se anda. 
   


junho 17, 2011

Conhecendo nossos limites

     É comum e, na minha opinião, bastante saudável, o ser humano vez por outra (senão a vida inteira) lançar-se em desafios. A prova mais visível disso são os atletas. Eles, sabidamente, vivem desafiando seus próprios limites com o objetivo de quebrar recordes. Não raro, esses desafios de limites causam-lhes muitas alegrias por angariarem troféus, dinheiro, fama e tudo o que os grandes feitos promovem. Por outro lado, também podem trazer muitas dores e tristezas, quando aquele que se propõe ao desafio falha.
     É nessa hora que... Bem, nosso intuito aqui não é falar dos grandes atletas que são por vezes alçados à categoria de heróis e mitos, e sim dos simples mortais como eu e você. Porque ninguém pode negar que no nosso dia a dia nós somos levados a enfrentar vários desafios. Alguns nos são impostos pela vida e outros nós mesmos vamos ao encontro deles. Geralmente com a melhor das intenções.
    Afinal, quem não gosta de, após enfrentar alguns obstáculos, chegar vitorioso lá na frente? Todos nós gostamos, não é?  Só que muitas vezes levados pelo entusiasmo da hora ou simplesmente por não medir as consequências nos lançamos em verdadeiros abismos sem rede de proteção. Sem calcular se temos ou não condições de enfrentar os contratempos, saímos quais bois indo para o matadouro e quando damos por si estamos acima do limite de nossas forças e aí só nos resta perguntar: E agora? Desistir ou continuar? 
     A decisão não é fácil de ser tomada. Nosso lado altruísta certamente dirá que devemos continuar, usando o argumento: "Você já veio até aqui. Não custa suportar um pouquinho mais." Não se pode negar que conselhos desse tipo são, muitas vezes, sábios. Quantas histórias não conhecemos de pessoas que estavam a ponto de desistir e por insistirem um pouco mais acabaram vencendo grandes desafios que lhes foram impostos? Muitas, não?  
    Porém, devemos atentar para o fato de que, muitas vezes, estamos mesmo no nosso limite, que não se trata apenas de falta de coragem para continuar a luta, pois somos criaturas humanas e não máquinas. Existe sempre aquele momento em que nem um milagre pode mudar a situação e que temos que aceitar a realidade como ela se apresenta.
     E só podemos descobrir isso se nos conhecemos bem e, com isso, nos respeitamos. O respeito próprio é algo que nos livra de agir de forma orgulhosa e prepotente. Ele nos ensina a refletir e concluir que podemos interromper determinada tarefa e recomeçá-la num outro momento em que estejamos melhor preparados, sem que isso pareça fraqueza ou mesmo humilhação. E isso vale para tudo na vida. Não podemos exigir de nós aquilo que está acima de nossas forças. Quando nos vemos em situações como essa, agir com prudência e sempre a melhor saída.









junho 12, 2011

Você sabia?

        É assim que começa a maioria das conversas em que o falante tem a intenção de contar alguma novidade ou algum segredo cabeludo. Geralmente, antes mesmo que você responda sim, não ou o que? a pessoa já vai despejando toda a história. Não raro, trata-se de algo que todo mundo já está cansado de saber e , portanto, nem é tão novidade assim, mas também pode ser um daqueles segredos envolvendo algum conhecido que você preferiria não ficar sabendo. Não porque não se deva gostar de novidades. Todos gostam , não é?
     Porém, essas novidades ou segredos quase sempre são uma mera desculpa para que o falante espalhe seu veneninho sobre a pessoa da qual se trata a história. Você já reparou que é muito raro alguém vir contar que 'Fulano de tal" ou "Sicrano" subiu na vida por seu próprio esforço, que é talentoso, que merecia a promoção que recebeu no trabalho, que está no lugar certo, que merece a família que tem, os amigos e tudo o que tem? Pois é. Essas "novidades" são sempre para espalhar os maus passos daquela pessoa. Parece que tem gente que fica feliz quando descobre algum deslize dos outros: "Sabia que fulana está traindo seu marido?" "Sabia que o Jorge deu um desfalque na firma onde trabalhava?" Sabia que, apesar daquela cara de certinho, o Pedro é viciado em drogas ilícitas?" E vai por aí. Dá até para ver o veneno escorrendo no canto da boca.
     Esse tipo de pessoa não pode ser bem intencionada. Não acredito que alguém que saia por aí difamando os outros possa ser visto como inofensivo e que tudo o que quer é apenas jogar conversa fora, mostrar o quanto chocado está com a situação em que se encontra seu amigo. Mesmo com muito esforço, não dá para acreditar. Sempre tenho um pé (senão os dois) atrás com esse tipo de gente. Além do que ela só te conta o fato porque tem desejo de vê-lo disseminado. Para mim, não tem outro jeito: essa pessoa não passa de uma fofoqueira e quando ela conta a fofoca tem em vista que você vai contar para o primeiro que encontrar, ainda que seja apenas por ter achado a história esquisita, inacreditável ou para conferir se se trata de verdade ou mentira. É aí que muita fofoca acaba ganhando a boca do povo.
     Isso não significa que todo mundo seja anjinho e que tudo que é dito por aí é mentira, fofoca. Não é bem assim. As pessoas cometem erros mesmo, dão maus passos, saem da linha, têm vícios, taras, são politicamente incorretas. O que não significa que devam ser crucificadas por isso, nem protegidas também. Cada um de nós tem o seu caminho para trilhar e pode, claro, acontecer de num momento ou noutro a gente dar uma escorregada aqui e ali ou mesmo cair.
     Alguém já disse que só Deus é perfeito. Portanto, tudo pode acontecer nessa nossa caminhada. E se nós, por algum motivo (ou pela graça de Deus) não temos esse ou aquele defeito, não podemos(nem devemos) ficar apontando o dedo, jogando luzes sobre os defeitos dos outros. O fato de estarmos (se for o caso) um pouco adiantados em relação àqueles que estão do nosso lado só nos faz ser mais compreensivos, mais solidários.
     Tenho por hábito esquecer ou ignorar qualquer história que venham me contar em que envolva a vida particular dos outros. Principalmente quando não posso fazer nada para ajudar aquela pessoa. Nesse caso, só resta mandar vibrações positivas para a pessoa (ou rezar, para quem assim prefere) e esperar que ela atravesse aquele momento e saia lá na frente inteira. Fuja quando alguém aparecer com algo parecido com: "Você sabia?"

junho 10, 2011

Como naquela canção do Roberto

     Em uma de suas canções mais populares dos anos 1970, o cantor Roberto Carlos diz que quer ter um "milhão de amigos". Quem não se lembra dessa música? Não sei ao certo se o cantor, no seu convívio social, conseguiu tal façanha. Embora seja possível calcular que ele tenha mais do que isso em número de fãs. Fãs e amigos são a mesma coisa? Creio que não. Amizade é algo mais que sentir admiração pelo trabalho de um artista, não é ? Ao mesmo tempo podemos dizer que talvez não seja algo para se contar em números. Melhor um amigo que vale por um milhão do que o contrário. Nesse caso, o importante de verdade é a qualidade das amizades e não a quantidade.
     Mas a questão não é essa. Afinal quem não gosta de ser benquisto, adorado por todos e viver cheio de amigos por onde passa? Todo mundo, não? Eu mesmo confesso que não acharia nada mal. Nada como ser querido de todos, ter amigos verdadeiros e ser alguém cuja presença é sempre requisitada não por outro motivo que não seja pela empatia pessoal. Esse é o ideal que todos buscamos no nosso dia a dia, no nosso convívio social, durante toda a nossa existência.
     Em dias de "redes sociais" como Orkut, Facebooks e outros mais talvez não seja de duvidar que alguém chegue perto de ter um milhão de amigos. Ainda que, para muitos ( inclusive para mim), "a amizade virtual" não seja precisamente como a amizade, digamos, "real" . Polêmicas à parte, o fato é que nem sempre somos essa simpatia toda. Por mais que estejamos abertos ao diálogo, certos de nossa boa energia, a coisa não rola. Acontece de antes mesmo de chagarmos a algum lugar já estarmos causando estranheza em alguém. Daí a desenvolver grandes antipatias é um pulo. Muitas pessoas acabam estigmátizadas como chatas, desagradáveis e insuportáveis ( o que não falta é adjetivo) por causa dessas antipatias à primeira vista.
     Tenho certeza de que você se enquadra no primeiro tipo, sou seja, o dos simpáticos, os candidatos a um milhão de amigos. Porém, é preciso lembrar que nem sempre isso é possível. Sobretudo quando a pessoa desempenha alguma função do tipo síndico, chefes de toda sorte, policial, juiz, advogado de acusação e tantas outras em que, não raro, se vê obrigada a ter posições não muito simpáticas mas necessárias para o bom andamento das coisas.
     Então o que fazer se você  por mais que cante "aquela canção do Roberto" continua mal no IBOPE? Para ser sincero, não há muito o que fazer e nem adianta ficar reclamando da sorte. Principalmente  se você tem certeza de suas qualidades e do tanto de calor humano e amizade que tem para distribuir. Muitos preferem pensar que as pessoas são que não vêem as suas qualidades e estão fechadas no seu mundinho particular e não enxergam o mundo à sua volta. Uma saída, talvez mais sensata, seria  distribuir esse amor por todas as pessoas com as quais você encontra sem se preocupar  se elas estão percebendo ou não. Uma hora elas vão perceber e então... O importante é não armazenar esses sentimentos aí dentro de você esperando uma ocasião propícia para usá-los. Bota isso pra fora. Toda hora é hora de distribuir bons sentimentos e estar em paz consigo mesmo.
     Quando eu era adolescente. e enfrentava problemas que todo adolescente enfrenta, li um livro chamado "Pai, me compra um amigo", do Pedro Bloch. Acho que não é o caso de sair por aí comprando amigos.  Amizade a gente conquista. E é bom que seja uma conquista bem difícil para que possamos valorizá-las mais. Para que saibamos o seu real valor.