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junho 06, 2010

Para onde vamos?

     Dias atrás vivi uma situação que, embora muito comum na vida de todos nós, sempre me deixa um tanto sem jeito. Sei que você deve estar se perguntando: que situação será essa? Podemos nos sentir sem jeito em um sem número de situações. Calma. Eu chego lá. O fato é que um colega, com o qual não tenho muita intimidade, teve que encarar a morte de um filho adolescente. Uma morte repentina e inesperada, uma vez que o garoto não sofria de nenhuma doença grave. Susto e comoção total para todos.
     Mas a vida segue. Chegou o dia do colega voltar ao trabalho e do inevitável encontro, pois eu só tive notícia de tudo meio de longe, sem participar diretamente do acontecimento. Foi quando o vi entrando na sala é que me dei conta de como é difícil essse momento. Diante de sua figura cabisbaixa e triste me senti o último dos seres humanos. O que dizer? Que atitude tomar? É claro que essa exitação durou segundos, mas foi como se tivesse durado uma eternidade. Acabei dizendo aquelas palavras que se diz sempre: "meus sentimentos", " meus pêsames",  "sinto muito", "essa foi a vontade de Deus"...
     Como esse colega não trabalha na mesma sala que eu, ele saiu e eu fiquei pensando na situação: como somos despreparados para lidar com esse momento pelo qual todos nós passamos, mais cedo ou mais tarde. Nascemos com esse carimbo (somos mortais) e só nos damos conta disso quando temos que enfrentar a partida de um ente querido ou de algum conhecido. Já passei por essa situação inúmeras vezes, mas confesso que isso não me fez nenhum "expert" no assunto. Pelo contrário, a morte sempre  me deixa travado como se fosse a primeira vez.
     Toda a nossa cultura de morte nos vem através das religiões, sobretudo as religiões cristãs( católica e evangélicas) que nos sinalizam com um céu para os bons e um inferno para os maus. Os testemunhas de Jeová acreditam que dormimos a espera do julgamento final, os espíritas e hindús acreditam numa continuação da vida através das reencarnações. E assim vai. Só que na hora h todas as perguntas voltam e nos sentimos pequenos diante do maior mistério de nossas existências.
     Longe disso nos fazer cair, devemos usar nosso questionamento para pensar na transitoriedade da vida, do quanto somos passageiros nesse barco que é o mundo, fazendo com que nossa viagem aqui seja o mais proveitosa possível no sentido do crescimento. Só assim podemos sentir menos dúvida e medo. Faz parte do plano de Deus que caminhemos empenhados na contrução não só do nosso caminho, mas do que vamos encontrar. Enquanto isso, vamos consolando uns os outros nesses momentos, pois isso demonstra nossa solidariedade e amor fraterno. Sem perder de vista a velha questão: para onde vamos?

junho 03, 2010

A arte de agradecer

      Outro dia falei aqui que devemos aprender a pedir aquilo que queremos ou  necessitamos, porque Deus não tem, necessariamente, que advinhar o que nós estamos querendo e precisando em nossas vidas. Volto a afirmar que é sempre bom "lembrar" a Deus dos nossos planos e metas e, sobretudo, incluí-Lo neles. É essa pareceria com o Todo Poderoso que nos leva mais facilmente às grandes realizações. Não fazemos parceria com pessoas por acreditar que elas vão nos abrir as portas do sucesso?  Deus é o melhor parceiro que podemos encontrar. 
     Pois bem, hoje vou falar sobre o outro lado da questão: agradecer. É aí que está a chave da coisa. Muitos de nós sempre que pode se vira para o Pai e faz seus pedidos. Uma lista imensa. Afinal de contas estamos sempre com mil planos na cabeça e queremos tudo para ontem. Alguns dizem que isso é um sinal dos tempos, cada vez mais corridos. Estamos todos, o tempo todo, com pressa para chegar a algum lugar, fazer algo de muito urgente, conseguir aquilo que vai salvar nossas vidas, resolver todos os nossos problemas e até, em nossa vã pretensão, salvar a humanidade. Porque nós não fazermos por menos, não é? Quem nunca ouviu aquela fala: "Se Deus me ajudar a ganhar na  loteria eu vou ajudar toda a minha família, os meus amigos, vou doar uma parte aos pobres..." Você conhece alguém que cumpriu a promessa? Nem eu.
     É nessa correria desenfreada que esquecemos, além de fazer o que prometemos, esquecemos de agradecer. Não só a Deus, porque não é só a Ele que fazemos nossos pedidos, não é? Pedimos ajuda ao nosso pai biológico, mâe, irmãos, avós, tios, amigos, vizinhos, colegas de trabalho ou escola e, não posso deixar de citar, ao porteiro do nosso prédio. Só que, uma vez que temos os nossos pedidos atendidos, o que fazemos? Esquecemos daquelas palavrinhas mágicas: Muito obrigado! No interior, de onde eu venho, usam muito aquela frase: Deus lhe pague. Acho essa forma de agradecimento a ideal. Pois, muitas vezes, não temos realmente como pagar o bem (ou ajuda) que recebemos. Nesse caso, só Deus mesmo.
     É claro que eu sei que o leitor amigo não se encontra nesse caso. Mas você não concorda comigo que é sempre bom não esquecer de agradecer?  Pois é. Muito obrigado por acessar esse blog, me seguir, me ler, por me aturar. Obrigado de coração. Que Deus lhe pague.

maio 26, 2010

Distribuição de comida nas ruas - uma polêmica antiga

       Já faz alguns dias um assunto andou circulando pelos programas de televisão, trazendo de volta uma antiga polêmica: é ou não válido distribuir comida às pessoas que vivem nas ruas? Será que esse tipo de ajuda surte algum efeito prático? As pessoas que moram nas ruas são mesmo apenas meros necessitados ou bandidos disfarçados prontos para atacar até mesmo àqueles que lhe oferecem ajuda? As perguntas foram muitas e as respostas se diviam em contra e a favor. De um lado a turma daqueles que acreditam que essa ajuda, se por um lado não resolve em definitivo os problemas dos necessitados, pelo menos minora a dor deles. Do outro lado estão aqueles que não acreditam nesse tipo de ajuda e que além de verem os moradores de rua como bandidos, trazem na boca de cor aquele antigo ditado: mais vale ensinar a pescar do que dar o peixe.
          Como participante de um grupo de pessoas que faz distribuição de sopas pelas ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro todas as segundas-feiras, faço parte do lado dos que acreditam que esse tipo de trabalho é, além de válido, necessário, urgente e impressindível. Não só pelo lado humanitário e cristão, mas pelo fato de eu mesmo um dia ter me servido desse tipo de trabalho quando enfrentei meus dias de rua.
          Por outro lado, também entendo que o que falta é trabalho, ou seja, a pescaria que deve ser ensinada. Essa gente não deveria estar sendo "alimentada" nas ruas e sim empregadas dignamente para poderem comprar sua própria alimentação e pagar por sua moradia. A rua não pode ser a casa de ninguém. Não imagino que, fora os casos de demência, uma pessoa viva na ruas apenas para poder receber alimentação e ajuda. É difícil pensar que isso seja verdade, embora tudo seja possível neste mundo, não?
          Por experiência própria e através da distribuição da sopa sei que os tipos são muitos: tem desde o cara que perdeu o emprego e não conseguiu outro, tem o que perdeu a casa na enxente, tem a família que foi despejada por não pagar o aluguél, tem o que cara que acabou de sair da cadeia, tem o malandro, o alcoolatra, o viciado em drogas, tem o doente que se vale da doença, tem a criança que fugiu de casa... O que não falta é história. Porém, o que não se pode é generalizar, dizer que isso é problema do governo e lavar as maõs, a lá Pilatos.
          Por seu lado, os representantes do governo aparacem na televisão dizendo que tem vários abrigos e  pede ao povo que não dê esmola, para forçar os moradores de rua a procurá-los. Não é o que a experiência e os depoimentos ouvidos nos provam. A situação dos abrigos é lamentável e a ajuda que eles oferecem se resume a um lugar para dormir e um café da manhã, o que não resolve a vida de ninguém.  O que essa população de rua precisa é ser cadastrada, como se faz com as pessoas que trabalham nas ruas, por exemplo, e ter cada caso estudado para que se encontre uma solução. O que não pode é pedir que a sociedade civil simplesmente feche os olhos para o problema propondo que não se dê comida a quem tem fome.

maio 23, 2010

Aprender a pedir.

          Outro dia, meio sem querer, pois não era dirigida a mim, ouvi uma frase que me fez parar para pensar. A frase em questão foi dita por  um rapaz para justificar seu novo estado de alma. Ele disse mais ou menos isso: "Agora tudo mudou para mim. Uma amiga me ensinou que para Deus nos ajudar, a gente tem que pedir. É o que eu tenho feito: estou pedindo tudo para Deus." Acredito que a convesa não terminou por ai, mas o que ouvi foi o bastante para que eu me jogasse de cabeça numa meditação sobre o assunto.
          Em primeio lugar, me dei conta de que eu também as vezes me esqueço dessa prerrogativa que Deus, o Pai Todo-Poderoso, nos dá: o de se dirigir a Ele com nossas queixas e pedidos. Quase sempre me colocava naquela condição daqueles que pensam que se Deus tudo sabe, também deve saber das minhas necessidades e, por isso, eu não precisava ficar o tempo todo pedindo ou lembrando a Ele para que não se esquecesse o filho Dele aqui. Talvez seja aí que eu, e acho que muita gente boa também, estava redondamente enganado. Deus precisa que eu me manifeste, que eu fale dos meus desejos, que eu divida com Ele os meus planos e metas. Só assim, como parte integrante daquilo que faço ou planejo fazer, Ele pode me ajudar.
          Foi essa a conclusão que eu cheguei depois de ter ouvido aquele rapaz. Para ele os problemas continuavam a existir, só que agora ele , depois do alerta recebido da amiga, tinha com quem dividí-los. Deus, com certeza, passou a ajudá-lo nas soluções dos seus problemas tornando seu fardo menos pesado.
         Em segundo lugar, conclui que eu estava precisando ouvir aquilo. Mais uma vez precisei dar o braço a torcer e admintir que Deus não costuma vir "pessoalmente" para ajudar os Seus filhos, Ele, geralmente, manda os seu anjos. Só que não são aqueles anjos tradiconais branquinhos, lourinhos e com asas. São anjos de carne e osso. Eles podem vir na forma de um amigo ou mesmo inimigo, conhecido ou desconhecido. É preciso estar sempre alerta. As mensagens estão sempre espalhadas por aí. Basta prestar atenção no que se passa à  nossa volta. Por ouro lado, nunca podemos esquecer que nós, eu, você e todo mundo, podemos também estar, vez por outra, no papel de anjos na vida de alguém. Quanta responsabilidade!

maio 19, 2010

Viver a vida - última emoção.

          É de opinião geral que a novela global, Viver a vida, ficou devendo (e muito) no quesito emoção. Todos concordam que a novela não chegou lá, não aconteceu. Embora, creio, essa devia ser a intenção do autor, Manoel Carlos: uma novela que fugisse do esquemão, onde a vida corresse sem muito maniqueísmo. As pessoas eram o que eram, nem boas nem más. Apenas pessoas com sonhos normais, ambições normais. Confesso que preferiria que a novela tivesse seguido o esquema normal maniqueista de sempre que é disso que o povo gosta. Essa coisa de jogo terminar zero a zero... Mas essa é uma outra história. Estou escrevendo para falar do último depoimento apresentado pela novela, o do pianista João Carlos Martins.
          Foi supreendente ouvir sua história e saber do número de vezes em que ele se viu diante da possibilidade de ter de abandonar a música e que, levado por um amor extremado por ela, deu a volta por cima em todas elas. Isso que é paixão! Com sua história, ele emocionou a todos e acabou dando a novela seu momento de maior enlevo, como diria o Nilson Xavier do site Dramaturgia. O que faltou de emoção na novela, sobrou no último depoimento. Elenco e equipe reunidos, painéis ao fundo mostrando os depoimentos que passaram durante o período de exibição da novela e João Carlos Martins regendo sua orquestra.
         Bela história de superação. Não desprezando nenhum dos outros depoimentos apresentados, o de João Carlos Martins realmente emocionou e deixou claro que nada pode nos abater quando temos uma meta, um alvo. Ele soube pegar o limão e fazer a limonada. E que limonada!

maio 15, 2010

A história do limão

             Eu sei que essa história é velha: quando aparecer um limão, faça uma limonada.    Em dias de calor, não vejo outra pedida, até porque uma limonada gelada é sempre muito bem vinda, não é mesmo? Só que a questão não é essa. Falo daqueles momentos em que nos vemos diante de problemas que, embora pequenos, nos deixam com vontade de mandar todo mundo para "aquele lugar", comprar uma boa briga, ou seja, não deixar barato. Não vai me dizer que você nunca viveu uma situação dessas, ou mesmo levantou da cama com o pé esquerdo? Basta alguém esbarrar em você na rua para seu mundo vir a baixo e você ter uma reação daquelas de fazer  todo mundo parar para assistir o seu "barraco".
          Tem gente que tem como lema não levar desaforo para casa. Por qualquer coisa vai logo perdendo a cabeça. Não admite sair perdendo em nenhuma situação. Como se sair  brigando com todo mundo fosse resolver alguma coisa... Briga-se, discute-se, em muitos casos provoca muito barrulho, confusão e não se resolve nada. Tem um conhecido meu que está sempre reagindo a tudo. Briga por qualquer coisa. Sabe o que acontece com ele depois? Passado aquele momento de raiva, fica morrendo de vergonha. As vezes, chega a não sair de casa pensando que todo muito vai ficar olhando para ele.
          Esse tipo de situação acontece muito no transito, na rua, em fila de banco, supermercado e etc.( filas em geral), nos bares... Tem sempre alguém cortando seu carro no momento errado, entrando na sua frente na fila do banco ou do supermercado, jogando fumaça de cigarro na sua cara, falando alto  no celular do seu lado, enfim, coisas que irritam e podem levar você a uma reação nada simpática.
          Portanto, para não acontecer como acontece com aquele meu conhecido que eu citei lá em cima, a saída é respirar fundo e seguir em frente. Sei que isso é difícil e para alguns, praticamente impossível. Mas não tem outro jeito.  Sabe por que? Porque você corre  o risco de ficar morrendo de vergonha, como o meu conhecido, e nem querer sair de casa. Além disso, tem a sua saúde. Não vá se aborrecer à toa por aí correndo o risco de ter pressão alta, até mesmo um ataque cardíaco. Nada disso. Releve aquele encontrão, aquele patrão chato e mandão, seu companheiro (a) incompreensível, o vizinho que não dá bom dia, desculpe aquele motorista barbeiro, aquele escandaloso falando aos berros ao celular. Quando muito evite essas pessoas e situações. Ah, se afaste também dos fumantes mal-educados, que existem em grande número por aí. No mais, siga seu caminho sem se irritar ou aborrecer. Lembra daquela história da limonada?