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julho 27, 2014

Personalidade forte ou grosseria?

     É muito comum a gente ouvir dizer que determinada pessoa tem uma personalidade forte. Imediatamente pensamos numa pessoa altiva e cheia de atitude, capaz de se manter firme nas situações mais extremas que a vida possa oferecer.
      E ninguém duvida que isso seja uma coisa positiva. Afinal de contas, isso é tudo que nós muitas queremos, ou seja, manter firmes nossas posições sem nos deixar influenciar por ideias que não são as nossas. 
     Esse  é um dos grandes perigos dos nossos dias, pois o que não faltam são amigos (sim, eles), empresas (todas querem nos convencer que os seus produtos são os melhores, os mais baratos e que não podemos viver sem eles), governos ( eles são querem nosso bem e por isso mesmo devemos confiar em suas ações), políticos ( eles têm a solução para todos os problemas da cidade, do estado, do país e quiçá do mundo. Antes de se elegerem, claro.), religiões ( só elas podem nos salvar da danação eterna)  e tudo mais para nos puxar para esse ou aquele caminho sem nos dar o direito da livre escolha.
    Portanto, ter uma personalidade forte pode ser um bom escudo. Sempre nos resguardando, obviamente, do risco de sermos, sob a capa dessa "personalidade forte", pessoas intransigentes que se negam a ver um palmo além do próprio nariz e que acham que mudar de opinião é sinal de fraqueza.
     Outro grande perigo, muito mais comum do que podemos imaginar, é o de, em nome dessa força de caráter camuflarmos nossa grosseria. Tem muita gente por aí que confunde as estações e sai  distribuindo bordoadas verbais a torto de a direito por onde passa.
     Reagir com rispidez e estupidez,  responder as perguntas que lhe são dirigidas aos berros e sempre com mau humor estão longe de serem exemplos de uma personalidade forte, são grosseria mesmo.

Bom final de semana.

julho 13, 2014

A lição de Gandhi.

     Existem pessoas que sentem tanta felicidade quando veem a gente se dar mal que são capazes até de dar uma festa para comemorar a ocasião.
     Eu  achava isso impossível, achava que as pessoas não perdiam tempo com esse tipo de coisa. Para minha tristeza descobri que estava enganado.
     A minha sorte é que  tudo não passou de algo banal e sem a menor importância. Mas ver aqueles olhinhos brilhando de felicidade diante do meu provável fracasso me deixou bastante espantado e  perguntando o que leva alguém a agir dessa forma. O que alguém pode ganhar diante da desventura de uma outra pessoa?
      É chato chegar a conclusão de que muita gente vai além da simples gargalhada quando vê você levar aquele tombo no meio da rua ou falhar em alguma atividade que muitos fariam com o pé nas costas. Há maldade, prazer, torcida para que você se estrepe todo.
     O que fazer diante disso? Tirar a pessoa pra briga? Ficar torcendo para que surja uma oportunidade em que você possa devolver na mesma moeda? Nada disso. Peça a Deus que tenha compaixão dessa triste pessoa. Com certeza, ela é doente e precisa de ajuda. Porque ninguém em sã consciência pode ficar feliz com as desgraças dos outros.
     No meu caso, além de feliz com o meu mau sucesso, que graças a Deus, não chegou a acontecer, a pessoa ainda armou tudo e sentou-se confortavelmente para assistir. Para minha sorte, encarei tudo com bastante naturalidade e  a deixei  completamente decepcionada, pois ela esqueceu-se de um pequeno mas importantíssimo detalhe: para quem alguém realmente nos faça mal, quase sempre, depende da nossa cooperação.
     É isso mesmo. Sem essa cooperação, nada feito. E é com isso, ou seja, nosso destempero, que a pessoa conta.  Como, geralmente, somos condicionados a reagir de maneira impensada diante dos acontecimentos até provar que focinho de porco não é tomada a confusão já se formou.
     No final, acabei me sentindo feliz e recompensado por descobrir que é possível impedir que algo ruim aconteça simplesmente pela não reação. E pensar que Gandhi passou a vida pregando isso. Ele tinha toda razão.

julho 06, 2014

Transmissão de pensamento.

     Apesar de todas as provas que temos a todo momento de que, como disse Shakespeare: "existem mais coisas entre o céu e a terra do que explica nossa vã filosofia", insistimos em continuar acreditando somente naquilo que vemos com nossos próprios e olhos e que podemos tocar.
    .Tal como o apóstolo de Jesus, Tomé, precisamos ver para crer e, em muitos casos, nem assim. Somos mesmo um bando de incréus materialistas pouco afeitos ao lado sutil da vida. Qualquer coisa que não tenha forma conhecida e seja comprovado cientificamente tratamos como loucura ou bruxaria.
     Pena. Porque se, pelo contrário, acreditássemos mais nos mistérios que envolvem o nosso mundo, estaríamos mais disponíveis para compreender mais aquilo que está à nossa volta e receberíamos com mais facilidade as mensagens que a toda hora nos são enviadas.
    Não apenas mensag3ens de espíritos que vivem em outros mundos - eu sei que você não acredita nisso -, mas de pessoas que vivem nesse nosso mesmo plano. Quando pensamos em alguém, estamos estabelecendo um contato com e, muitas vezes, esse contato é plenamente atendido pela outra pessoa esteja ela do outro lado da rua ou do outro lado do mundo.
     Assim, podemos "conversar" com essa pessoa e transmitir a ela o nosso pensamento, dizer o que queremos, passar as informações que tanto precisamos que ela receba: o nosso carinho, o nosso apreço, a nossa gratidão, a nossa saudade, o nosso amor.
     Como tudo tem dois lados, nesse caso também não poderia ser diferente.  Pensamentos de raiva, rancor e ódio são transmitidos "on line" o tempo todo. Uma pessoa pode muito bem mandar energias negativas para outra pessoa de qualquer lugar que as duas estejam.
     É triste constatar que muitas pessoas costumam ser  mais eficientes quando estão sobre o poder de forças negativas, não é mesmo?  A boa notícia é que podemos nos proteger "dessas transmissões ruins" cultivando bons pensamentos.
     Os bons pensamentos - os pensamentos de amor, paz, saúde, felicidade etc -  criam uma barreira de proteção à nossa volta e nos isolam. E isso se dá não apenas para os pensamentos ruins que possam mandar em nossa direção, mas também aos possam porventura partir de nós.

Bom domingo.




 

junho 15, 2014

Hora de rir.

     Diz a canção que "o pra sempre acaba". Não, eu não quero fazer uma homenagem ao saudoso (não dá para deixar de usar esse adjetivo) cantor Renato Russo que, numa bela canção, nos alertava para essa dura realidade. Nem muito menos a minha intenção ao tocar nesse assunto não tem nada de depressivo, pois ão quero  falar das perdas da vida que nos levam a olhar para trás cheios de saudades e com lágrimas nos olhos.
     O que quero fazer é falar dos nossos muitos enganos, da nossa (minha, em particular) ingenuidade diante da vida. E essa ingenuidade, que muita gente pode classificar de pretensão ou até coisa pior, se dá de forma mais forte, sem dúvida, quando se é jovem.
    Na juventude, além de acreditarmos que tudo vai durar para sempre, inclusive a  própria juventude, somos levados a pensar que não existe um amanhã. No máximo, aceitamos que, se existe, ele está muito longe de acontecer. Até chegar o tal "amanhã", muita coisa ainda vai acontecer e esse tempo, numa cabeça jovem, toma ares de infinito.
     Bom seria se assim fosse, não é? Viveríamos jovens e felizes para sempre. O  tal amanhã, porém, um belo dia, dá o ar da graça e descobrimos que o "pra sempre acabou". A utopia da eterna juventude se desfez e temos que conviver com a realidade da finitude não somente das coisas, mas a nossa própria finitude.
     Duramente, descobrimos que as amizades se desfazem com o tempo, que os amores acabam, que as pessoas mudam, que nós também mudamos todos os dias. As crenças que tínhamos mudam, ficamos mais isso ou menos aquilo. Sem se tornar outra pessoa, vale lembrar..
     É nesse momento que, sem nenhuma melancolia, podemos olhar para trás e dar boas risadas de nós mesmo, pois vemos o quanto estávamos enganados ao sustentar essa ou aquela posição, por ver problema em coisas que tão banais, por acreditar em coisas tão estupidas.
     Também, nesse momento, descobrir o quanto foi importante passar por tudo aquilo, o quanto foi importante quebrar a cabeça, a cara, o corpo inteiro. Se não fosse isso a risada que você dá hoje não teria a mesma sonoridade.
    Ao contrário, hoje você estaria lamentando ter querido ser adulto antes do tempo e de não ter dado chance a si mesmo de experimentar, de errar para no final das contas poder contabilizar uns poucos, mas generosos, acertos..

junho 07, 2014

Sufocados por palavras não ditas.

     Corre pela internet, pelo facebook para ser mais preciso, um texto simples, mas que me chamou a atenção. Nele, alguém lamenta a morte de uma determinada pessoa motivada por sufocamento. Até aí, nada demais. Apesar de triste, é perfeitamente natural que alguém morra em decorrência de um sufocamento, pois sabemos que o ar é vital para a manutenção da nossa vida e que a falta dele nos leva à morte.
    O texto, porém, nos avisa que não se tratou de sufocamento qualquer e, sim, um sufocamento por palavras não ditas. Espera aí, o que é isso? É possível que alguém morra sufocado por palavras que não falou?
    Infelizmente, é possível sim. E, provavelmente, não sejam poucos os óbitos que  se dão por esse mal. Em tempos de politicamente correto, está cada vez mais difícil falar. Não aquele falar do blablabá tão comum em nossos dias, mas o falar onde você diga exatamente aquilo que está pensando. O falar onde você, eu e todo mundo, usemos a nossa liberdade de expressão e não fiquemos o tempo todo preocupados com o que se pode ou não se pode falar.
    É verdade. Estamos vivendo num tempo, literalmente, de liberdade vigiada. Somos livres e tal e coisa, mas nem tudo é permitido, nem tudo pode ser dito ou sequer pensado, sem que você seja taxado disso ou daquilo.
   Sou a favor daquela máxima que diz que nossa liberdade começa onde termina a do outro e vice versa e que é preciso ter cuidado com o que se diz. Não podemos sair por aí dizendo o que pensamos sem levar em conta quem está do nosso lado.
   Tudo sem paranoia e sem um código de conduta tão rígido, onde ninguém mais diz o que pensa e, se diz, pode sofrer sanções. Isso leva, irremediavelmente, a uma sociedade falsa, hipócrita calcada em proibições.
   Dessa maneira, estamos todos fadados a viver com palavras paradas em nossas gargantas sem poder sair e correndo o risco de morrermos sufocados por elas. Palavras essas que, muito certamente, não são apenas de ofensas e ódios, mas também de amor e gratidão. 
    Precisamos encontrar o caminho do meio e ele, talvez,  seja dizer as coisas que pensamos com os cuidados necessários e na dosagem certa.
Bom domingo!

maio 30, 2014

Erva daninha.

     A erva daninha é uma praga que geralmente cresce junto com a planta principal do jardim, aquela que você, muito cuidadosamente, está cultivando. Ela quase sempre chega depois que o jardim está pronto. Não é desejada. Por isso mesmo não é bem-vinda. Chega sem ser notada.
      Talvez seja por isso que ela tem tanta facilidade para crescer. Quando o jardineiro percebe ela já está enraizada profundamente e ameaça aquela plantinha, não raro mais sensível, que você queria ver crescer e florir lindamente.
      Alguém apressado poderia dizer:
- Arranca a erva daninha.
Aí que está o problema, Pois ao arrancar a erva daninha você pode matar aquela que você tanto ama. É um momento delicado em que se deve tomar todo cuidado. Qualquer deslize, qualquer desatenção pode ser fatal.
     Há quem diga que depois que a praga ataca uma planta ou plantação é caso perdido, a lavoura ou o jardim não tem mais solução. O ideal, dizem, é botar tudo abaixo e começar tudo de novo, de preferência num outro lugar.
     Não é bem assim. Como dizem também, tem jeito para tudo nessa vida. Por mais enraizada que esteja a dita cuja sempre é possível salvar o seu jardim, sua lavoura, sua floresta. Sim, elas atacam florestas inteiras. O poder delas é muito grande. Só não é maior que o amor que você tem por sua plantinha querida, cultivada com tanto carinho.
     E é munido desse amor que você deve começar sua luta para erradicar a erva que invadiu o seu jardim, sua lavoura, sua floresta, seu bosque encantado. Use esse amor com toda a força que você puder e vá expulsando aos poucos aquele ser intruso que chegou com o firme propósito de destruir, desunir, enfear. 
    As ervas daninhas não conseguem crescer num jardim cultivado com amor e carinho. O amor é o antídoto contra qualquer parasita que se apresente.
    Ame sempre.

maio 23, 2014

Noção das coisas.

     Hoje acordei com algumas perguntas na cabeça: será que temos noção do bem e do mal que fazemos no nosso dia a dia? E se a reposta for positiva, será que sabendo que temos sim noção do bem e do mal praticado continuaríamos agindo dessa maneira?
     Se eu soubesse conscientemente que uma atitude despretensiosa da minha parte pode salvar muita gente, ou alguma gente, eu permaneceria fazendo isso de forma despretensiosa? Será que eu não iria querer tirar vantagem disso. Será que eu não acharia que estava fazendo demais?
      Da mesma forma, penso quanto às pequenas malvadezas que fazemos nosso dia a dia. Temos ou não temos controle sobre elas? E se não temos, uma vez tendo mudaríamos de atitude para assim nos livramos do peso de sermos seres do mal?
      Essas indagações me levaram a conclusão de que, enquanto seres, ainda estamos muito longe de agir com consciência completa dos nossos atos. Basta andar pela cidade e ver as coisas que são feitas, como se desrespeita os direitos dos outros, como passamos por cima de regras básicas de convivência, como negamos os direitos dos outros. 
   Direitos esses que sempre reclamamos para nós. Isso me leva a crer que vivemos para nós mesmos e não para o mundo. Só que esse "viver para nós" está a cada momento tornando o viver no mundo impossível.
    Nosso culto à individualidade está destruindo o nosso planeta sem que ninguém tome consciência disso e acha que o problema é do outro. Esse outro é quase sempre alguém que está muito longe do nosso alcance, o governo principalmente.
    Outro dia vi uma pessoa jogar lixo na rua e falei com ela sobre isso. Ela me disse que o lixo em questão era algo insignificante diante da sujeira em  que a rua se encontrava. Discurso comum de quase todo mundo. Resultado, o planeta está do jeito que está.
    É preciso que se tenha noção do nosso papel no mundo e diante disso mudar o nosso paradigma. Só assim podemos mudar o todo. O todo nesse caso é o Planeta, ou seja, nós mesmos.