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agosto 21, 2010

Cachorro leva dono para passear.

    Sei que onze em cada dez pessoas adoram animais, principalmente cachorros. E essa estatística não é difícil de ser comprovada, basta dar umas voltas pelas ruas da cidade. Não é preciso andar muito para encontrar a dupla (dono e cachorro) passeando, tranquila e distraidamente. Até aí, nada de mais. Você que conseguiu ler até já deve estar se perguntando: "qual é a novidade? Onde esse cara quer chegar?" Calma! Eu não quero ir muito longe. Apenas quero deixar claro que vou sozinho, não levo cachorro ou qualquer outro animal que não eu mesmo. Embora também queira deixar claro que nada tenho contra esses animais que são conhecidos como os melhores amigos do homem. Pelo contrário, eu até devoto a eles uma grande afeição, e por que não dizer, admiração? É isso. Na verdade, o que sinto pelos cães e cadelas com os quais encontro todos os dias pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, é uma grande admiração. Digo isso, para não dizer que o que sinto mesmo é dó, pena, compaixão...
     Deve ser muito dura a vida dos referidos bichanos que são arrastados ruas à fora pelos seus donos que, insensíveis a qualquer apelo dos animais, os obrigam a andarem pelas ruas e parques apenas para que eles cumpram seu papel de donos de cachorro e respondam àquela pergunta que não quer calar: você já seu levou seu cão para passear hoje? Em nome do cumprimento dessa obrigação de dono de cachorro (será que eles têm outra?) saem por aí desabaladamente sem ter sequer noção de que o pobre do animal tem vontade própria.
     Não fosse isso, ainda tem o agravante de que, não raro, donos de cachorro não tem nenhum tipo de preocupação com a limpeza das ruas, pois permitem que seus animais urinem e defequem nelas e, embora existem honrosas exceções, deixam o resultado disso pelo caminho e continuam o passeio  como os mais justos dos mortais. Quando alguém um pouco mais exaltado faz algum comentário ou reclamação reagem ora de maneira agressiva e mal educada ou colocam a culpa no animal dizendo: " nossa, fulano (o nome do animal), você fez isso? O papai (a mamãe)(?) já não disse que aqui não é lugar para isso, seu porco?" Geralmente terminam de dizer o texto repreendendo fisicamente o animal para que o reclamante veja que ele(ou ela) é um cidadão(ã)  muito consciente, o cachorro que não aprende a se comportar como ele ensina. Tenho a leve ideia de que fazem isso de propósito, pois nesse momento o reclamante (outro que tem grande admiração pelos aludidos animais), por ver o animalzinho ser maltratado, se arrepende de ter feito a reclamação e sai apressado se martirizando. Depois o dono de cachorro segue sem nada fazer em relação às fezes do animal que, a essa altura, já foi pisada por um sem número de passantes e virou uma mancha na calçada. Mancha essa que foi fazer companhia a muitas outras que já existiam.
     Isso me leva a acreditar que não são os donos que levam seus cães para passear e sim, o contrário. Acredito, sem querer ofender ninguém, que os cães são mais educados que seus donos, por isso mais preparados a levá-los a passear pelas ruas. Uma coisa eu tenho certeza, eles não permitiriam que seus animais urinassem e defecassem pelas ruas. Só falta recomendá-los a proibir seus donos de fumarem tanto enquanto passeiam.

agosto 14, 2010

A cura do espírito

     Outro dia falei aqui sobre a cura do corpo, falei sobre a necessidade de buscarmos curar o nosso corpo através de meios que não sejam tão invasivos, que não agridam tanto. Porque, na verdade, muitos remédios causam mais males que benefícios. Além, é claro, do grande risco que corremos de nos tornar dependentes e, a partir daí, estarmos diante de um novo e assustador problema. Por isso, volto a falar na possibilidade que temos de buscar "curar" nosso corpo através de meios naturais e, principalmente, através da educação alimentar, e educação física. Comer de forma saudável e praticar exercícios regularmente são os caminhos que nos levam a cura do corpo.
     Porém, isso de nada vale se não procurarmos ter uma boa saúde espiritual. Eu sei que para muita gente é só falar em saúde espiritual ou coisa parecida que logo dizem que estão "fora", que não vieram ao mundo para viverem  como monges, fechados para as coisas boas que esse mundo oferece. Não é nada disso. É claro que esse tipo de pensamento é o que corre por aí. Frases como: você tem que aproveitar cada minuto como se fosse o último; só se vive uma vez; não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje, estão aí para fazer apologia ao consumismo, à pressa, ao imediatismo, ao materialismo, nos afastando cada vez mais do nosso lado espiritual que é a nossa essência. Afinal de contas fomos criados por Deus como espíritos, o corpo veio muito depois e como sabemos desde os primórdios, é perecível.
     Por isso, antes mesmo de cuidarmos de nosso corpo, devemos cuidar do nosso espírito e uma vez que nosso espírito esteja saudável, o nosso corpo vai "perceber" isso tornando-se saudável também. Acho que não é demais dizer que toda doença é uma desarmonia do espírito. Primeiro ficamos doentes espiritualmente e só depois essa doença se manifesta em nosso corpo. E isso causa muita dor e sofrimento, pois logo que nos sentimos doentes procuramos apenas tratar do corpo quando, na verdade, devemos fazer as duas coisas juntas: tratar do corpo e do espírito e assim nos livrarmos daquela desarmonia.
     E qual é a maneira de mantermos o nosso espírito saudável? O primeiro mandamento é o pensamento positivo, pois ele funciona como uma proteção contra a chegada e instalação do seu contrário, o pensamento negativo. E o que é o pensamento negativo? É tudo aquilo que nos coloca para baixo, que nos diminui diante de Deus (o sagrado), de nós mesmos e do mundo ( os outros). Todo pensamento de inveja, raiva, ódio, rancor, mágoa, ironia, mesquinharia, maldade, discórdia nos torna prontos para receber o mesmo de volta. A vida é troca. Sempre recebemos de volta aquilo que doamos. Então é mais inteligente doarmos amor, paz, compreensão, harmonia, desejos de saúde. bem estar e tudo aquilo que desejamos para nós e para aqueles que amamos, não é mesmo?
     Outro mandamento importante é termos consciência de que não nascemos do acaso, somos crias de um Deus amoroso e que nos quer sempre bem e que não percamos a ligação com Ele. E essa ligação se faz através da profissão de um credo, seja ele qual  for, que geralmente nos é passado pelos nossos pais ou descobrimos pela vida a fora. Mantermos ligados ao Pai nos faz sentir em harmonia com a vida, com o cosmos, com a natureza e com tudo aquilo que nos rodeia. Todos os dias ao se levantar faça um compromisso consigo de manter uma postura positiva diante da vida e se algum revés acontecer lembre que Deus tem muitas maneiras de falar com a gente. Ande como uma criança, de mãos dadas com o criador,

Paz e saúde para todos.

agosto 07, 2010

Somos realmente livres?

     Quando eu era criança (e isso foi há muito tempo) passava uma propaganda na televisão cujo gingle dizia mais ou menos o seguinte: "Liberdade é uma calça velha azul e desbotada que você pode usar do jeito que quiser. Não usa quem não quer." Lembro que eu assistia extasiado a essa propaganda, porque além de gostar da música, de seu visual colorido (de certa forma apenas imaginado, pois a televisão em questão era preta e branca) com jovens felizes numa caminhonete (ou coisa parecida) a rodar pelos campos, gostava mesmo era ouvir falar na tal de liberdade. A palavra liberdade cantada na música vinha de encontro com um anseio meu de ser livre, dono do meu próprio destino.
     Meus pais, sobretudo minha mãe, eram muito severos. Eles mantinham, a mim e a meus irmãos, sob rédea curta, como gostava de dizer minha mãe. Então ouvir naquela propaganda um conceito tão simples de liberdade me deixava qualquer coisa entre confuso e esperançoso. A qualquer dia eu poderia envergar uma calça velha e sair pelos campos livre como um pássaro para longe da repressão dos meus pais. Doce ilusão de uma criança que não sabia nada da vida. A tal calça velha azul ( calça jeans)  e desbotada era apenas uma forma lúdica de falar de liberdade, principalmente naqueles tempos de ditadura militar, e  estava longe de representar qualquer atitude concreta de liberdade.
     Sei que a essa altura você deve estar perguntando: "Que diabos esse cara está tentando falar com essa conversa mole?" Calma, não precisa tanta pressa. A gente chega lá. É que eu tenho pensando muito nos últimos tempos sobre o fato de se realmente somos seres livres e se essa liberdade é mesmo tão ampla, geral e irrestrita como prometia ser (será que foi?) a anistia que tentava acabar com a ditadura militar de que falei acima.
      A minha opinião é que não somos livres e se às vezes vislumbramos algum tipo de liberdade ela não é nem tão ampla nem tão irrestrita assim. É o que eu chamaria de uma liberdade meia-bomba, de "araque", como diriam outros. Somos, na verdade, pessoas presas a conceitos, padrões de comportamento, grupos, empregos, ideias e estamos sempre adiando para o futuro o dia em que  vamos dar nosso grito de liberdade e viver à nossa maneira, longe de tudo aquilo que nos prende e escraviza. Até lá vamos vivendo com a liberdade que podemos contar, ou seja, quase nenhuma. Embora crentes de que somos os seres mais livres que já pisaram sobre a terra. Ledo engano.
       Somos escravos do trabalho, precisamos ganhar nosso pão de cada dia, senão morremos de fome, ou seremos apontados como vagabundos, sanguessugas, parasitas e corremos o risco de parar no meio da rua onde nos tornaremos mendigos. Esses sim, os únicos a viver uma certa liberdade, mas vocês sabem a que preço, não é? O preço de não serem  escravos da moda ( é preciso estar em dia com ela), do peso ( olha essa "gordurinha" aí!), da aparência (você tem que ser bonito(a) ), do sucesso ( você tem que ser bem-sucedido), da ditadura do consumo (você tem consumir tudo o que lhe oferecem, tenha ou não condições para isso) e tudo o que cerca os "livres" de nossos tempos. Eu, pelo meu lado, ainda continuo cantando aquele gingle: "Liberdade é uma calça velha..."

julho 31, 2010

A cura do corpo.

     Vivemos numa época em que cada vez mais se fala de meios alternativos de buscar uma vida melhor e mais saudável. Muitos são os meios e todos estão disponíveis para todos, basta querer buscar, ler e se informar. Além de toda uma cultura passada de pai para filho, de geração em geração. Quem não tem ou teve um avô, avó ou qualquer parente versado em chás ou garrafadas? Muitos de nós, não é mesmo? Fora isso, existem muitos livros e revistas que tratam do tema, prontos a informar a quem queira penetrar nesse mundo mágico.
     Outro vasto campo de pesquisa é nossa amiga Internet. Os sites de busca e pesquisa estão aí para isso. Difícil é decidir para que lado seguir pesquisando. Deixando de lado mentiras e puras invenções (é sempre necessário estar atento), há um campo vasto e pode-se encontrar verdadeiros tesouros. Em sua maioria trata-se de coisas simples e corriqueiras que nós deixamos para lá porque acreditamos serem apenas lendas ou coisa de gente ignorante. Estamos sempre prontos a colocar em dúvida qualquer coisa que não seja cientificamente provada mesmo sabendo de experiência própria da eficácia de um chá ou de uma simpatia ensinada por uma pessoa mais velha.
     Pelo outro lado, estamos sempre prontos a ingerir qualquer medicamento receitado por qualquer médico, farmacêutico ou balconista de farmácia. Não importamos se eles são ou não pessoas habitadas para isso ou se estão mesmo interessados que nos curemos do mal que sofremos ou apenas querem vender mais um medicamento e aumentar o lucro da indústria farmacêutica.
      Embora essa seja uma questão bastante complexa e que necessita de ser vista com bastante cuidado, não temos aqui a intenção ou capacidade de fazer um julgamento. Quero apenas trazer a baila um lado da questão: outro dia fiquei um tanto assustado de ver uma conhecida ingerindo calmantes dizendo que não consegue viver sem eles por causa da vida agitada que leva. Diante disso, fui levado a pensar no número de pessoas que usam remédios para enfrentar o dia-a-dia, passando suas vidas praticamente dopados. Isso é um absurdo! Não podemos tomar esse caminho. Não sou médico nem nada parecido, mas tenho certeza que esse é um caminho sem volta. A humanidade está cada vez mais se escondendo de si mesma através de remédios que prometem curar o corpo quando na verdade nada mais fazem do que criar mais doenças e a pior delas é a dependência.
     Trabalho num local onde as pessoas passam o dia disputando quem está mais doente que o outro, quem tem a doença mais grave, quem toma maior número de medicamentos ou quem vai mais vezes ao médico. Nenhuma delas não quer nem ouvir falar em formas alternativas de cura ou fazer algum esforço que não seja o de ingerir medicamentos, mesmo sabendo que eles fazem mais mal que bem. Ignorando que remédio não faz milagre, que antes de querermos curar o corpo precisamos buscar a cura de nosso espírito. E a porta da cura de nosso espírito é a nossa mente. Precisamos curar nossas mentes para que elas não adoeçam nossos corpos. Está aí o "mente sã, corpo são" que não me deixa mentir e que ninguém ignora, mas faz questão de esquecer.
     Vamos todos, num esforço conjunto, buscar a cura do nosso corpo através de atos simples como o de respirar corretamente buscando tranquilizar nosso corpo integrando-o à natureza, ao mundo que nos rodeia, buscando toda a beleza que nos rodeia, a beleza que vem dos outros e aquela que parte de nós. Fiquemos todos tranquilos e em paz. Quem sabe assim não descobrimos que saúde também é um estado de espírito?

julho 25, 2010

Passando como um rio.

     Outro dia falei aqui sobre as amizades que, por uma razão e outra, tive que interromper. Falei da dor que essa interrupção, tenha sido ela voluntária ou não, muitas vezes me causou. Isso me levou a uma outra reflexão: vale a pena ir atrás de relacionamentos seja de amor ou amizade que vivemos no passado para tentar reavê-los? A conclusão a que cheguei foi que não, não vale a pena. A vida vive-se para frente, como um rio que nunca volta a irrigar novamente as terras por onde passou, que segue sempre o seu curso cujo  destino é o grande oceano. Assim acredito que somos nós.
     Talvez não seja boa ideia fazer o caminho de volta, sobretudo quando temos a clara intenção e desejo de reviver tudo o que se viveu num passado próximo ou distante. Falo isso porque vive esse tipo de experiência de maneira bastante dolorosa. 
     Nasci em Ibiá, pequena cidade do interior de Minas Gerais, de onde saí "em busca de melhores oportunidades na vida", creio, como qualquer jovem que nasce numa cidade que oferece poucas oportunidades de trabalho e progresso na vida.
     Até aí, nada de mais, não é? Isso acontece todos os dias em todos os lugares do mundo. E como qualquer pessoa que deixa sua cidade natal, no início eu voltei algumas vezes. Confesso que eu não fazia a menor ideia de como é difícil deixar para  trás a família, amigos, vizinhos e até mesmo a paisagem, as ruas, o cheiro da cidade, enfim tudo o que diga respeito àquela vida que você está deixando para trás. Sofri muito, tentei voltar muitas vezes. O tempo passou e acabei ficando.
    Não preciso dizer que enfrentei muitas dificuldades e que isso me afastou de Ibiá. Fiquei muitos anos sem aparecer por lá e sem dar muitas notícias; só o bastante para saberem que eu estava vivo, que estava tudo bem comigo. Um belo dia bateu uma saudade daqueles ares e, como as coisas tinham dado uma melhorada, resolvi ir até lá para rever o pessoal. Fui cheio de amor para dar, certo de que (ingenuamente) encontraria braços abertos e belos sorrisos nos lábios de todos, felizes com a minha "volta".
     Nem tanto. Encontrei pessoas que talvez até estivessem felizes com a minha volta, mas o tempo tinha passado. Elas não eram mais as mesmas, nem eu era mais o mesmo. Posso dizer que chegou a ser constrangedor. Aquela alegria toda, aqueles abraços só existiam na minha cabeça. Eu criei uma fantasia onde as pessoas continuavam as mesmas de antes, mas como o rio, que embora pareça que está sempre no mesmo lugar, elas passaram. Algumas envelheceram, constituíram famílias, desfizeram famílias, mudaram-se como eu para outros cantos e até morreram. As que ficaram não tinham os mesmos objetivos de antes, mudaram por dentro e por fora, como eu. Afinal, eu também não era o mesmo jovenzinho que deixou aquele cidade.
     Por essa experiência passei a acreditar que é preciso pensar bem antes de sair por aí tentando resgatar o passado em busca de pessoas, momentos felizes (ou não) que vivemos. Que cada um de nós, sem magoas, rancores sejamos como o rio que passa, não por acaso ou capricho, mas porque tem como objetivo maior o grande oceano.

Deus nos proteja. 

julho 17, 2010

Amizades interrompidas

      Hoje,17 de julho, um sábado, o dia amanheceu chuvoso no Rio de Janeiro. Nada de se surpreender, há dias o tempo anda meio assim mesmo; chuva e um frio que convida ao recolhimento. Nada melhor nos dias frios do que ler e pensar. E pensando fui dar naquele recanto da mente aonde ficam guardadas nossas lembranças; algumas boas e felizes, outras, nem tanto. Entre elas, a lembrança daquelas pessoas que passaram pela minha vida e que hoje não vejo mais, das quais não tenho notícias se estão vivas ou mortas, se estão bem ou se passam por algum problema. Pessoas que em algum momento da minha vida estiveram muito próximas de mim, fosse por motivo de trabalho, moradia, amizade ou mesmo envolvimento amoroso.
     Não sou nenhum "Matuzalém", mas já vivi o bastante para já ter me despedido de muita gente. Algumas, aquelas que a morte levou, que vejo apenas em sonho ou verei num futuro que acredito esteja distante, e aquelas que, embora continuem "vivinhas da silva", não vejam e , provavelmente, não verei mais. Algumas foram por decisão própria. Em algum momento, por um motivo ou outro, eu (ou elas) decidi que não as veria mais. É, isso acontece. Às vezes as amizades tomam caminhos muito estranhos e é preciso que se coloque um ponto final, da mesma maneira que a gente bota um ponto final num relacionamento amoroso, mesmo ainda amando (ou pensando que ainda ama) aquela pessoa. Na amizade isso também acontece. Amizade é um relaciomento como outro qualquer. Quando se percebe que os objetivos não estão pelo menos parecidos, quando  há muita divergência de opiniões e atitudes, é preciso pensar se está valendo a pena mantê-la ou se é mais prudente um rompimento, um afastamento temporário ou definitivo.
     Sei que parece estranho eu estar falando assim, mas é justamente o que acontece. Comigo já aconteceu várias vezes. Não foram poucas as vezes que tive que tomar a decisão de me afastar de um amigo ou amiga cuja a amizade não estivesse sendo correspondida da maneira que eu desejava. É possível que você esteja pensando: "Nossa, que cara egoísta!" Não acho que seja egoísmo querer ter um relacionamento saudável, baseado no respeito mútuo. Tal como nos relacionamentos amorosos, é justo querermos ter nossos sentimentos correspondidos. Por isso, sou da opinião que devemos nos afastar daqueles que não correspondem às nossas expectativas, que nos magoam, chateiam e aborrecem com suas amizades fingidas, interesseiras e até desleais.
     Mas... Tudo tem um "mas". E lá vem ele: mas ninguém é de ferro. Tem dias que bate uma saudade, um arrependimento de não ter tentado mais, de não ter dado uma última chance... Hoje é um daqueles dias. Estou pensando naquelas pessoas das quais, por um motivo qualquer, eu tive que me afastar. É para elas que quero falar. Não vou citar nomes, afinal foram tantas. Pessoas de todos os lugares onde vivi. Falo também daquelas das quais eu me afastei meio como aquele marido que foi comprar cigarros e nunca mais voltou. Talvez dessas eu sinta mais saudade, porque não houve um motivo para o afastamento. Eu apenas atravessei para a outra margem do rio, prometendo que voltaria sempre que desse, e nunca mais voltei. Pelo menos não voltei até agora. Para elas, desejo tudo de bom. Quem sabe um dia ( nesta vida ou em outras vidas) possamos nos reencontram e refazer juntos esse caminho interrompido? Caminho que de qualquer forma teremos que fazer um dia. Apenas adiamos. Até lá fica a saudade e uma sensação de que era preciso ter tentado mais.

Deus os proteja.

julho 11, 2010

Caso Bruno do Flamengo ou a queda de um anjo.

     Todo mundo sonha em ficar rico e famoso, ganhar muito dinheiro e se tornar um vencedor na vida. Existe alguma coisa de errado nisso? Não. Não existe nada de errado em querer o melhor para nós e, aliás, todos devemos pautar nossas vidas exatamente por esse lado: desejar o melhor e lutar por isso. Analisando, num primeiro momento, a história de vida do goleiro do Flamengo, Bruno, é isso que vemos, não é? Dá até para imaginar ele criança sonhando com o dia em que, adulto, defenderia a camisa de times como o Corinthians e o Flamengo. Ele conseguiu. Ele chegou onde, embora todos sonhem, poucos (muito poucos) chegam.
     Dando asas à nossa imaginação podemos pensar que ele estaria feliz da vida vivendo num verdadeiro oásis, longe dos problemas que nós, simples mortais, vivemos. Nada disso. Clichê ou não, dinheiro e fama não trazem felicidade. Como diria o poeta, também mineiro, Carlos Drumont de Andrade, havia uma pedra no meio do caminho. Em sua corrida para cima e para alto, o jogador não viu, ou não quis ver, a pedra. Ou teria ele mesmo criado a sua pedra de tropeço? Nesse caso  "a pedra"  não é necessariamente um caso amoroso fortuito. A pedra é a vaidade que toma conta daqueles que são bafejados pela sorte, os escolhidos. Como os reis do passado, eles passam a se sentirem como verdadeiros enviados de Deus, quando não se sentem, eles mesmos, deuses ou semideuses.
     É sobre isso que eu quero falar. Não cabe a mim dizer se esse rapaz é culpado ou inocente. Esse é um problema da policia e da justiça. O que quero falar é sobre o lado espiritual da questão, os nossos passos na terra. Não acredito que nasçamos todos com nossos destinos previamente traçados, com tudo determinado; esse vai ser bom, justo e honesto; aquele vai ser um assassino cruel. Nada disso. A cada vez que nascemos aqui na terra meio que zeramos nossos erros passados e assumimos o compromisso de sermos mehores. Nascemos todos marcados com o amor de Deus em nossos corações.
     Durante algum tempo somos educados por nossos pais  ou responsáveis, mas um dia crescemos e passamos a ver a vida com os nossos próprios olhos, a andar com nossos próprios pés, a ser guiados por nossa própria cabeça. E aí que nossa personalidade vai falar mais alto, pois quase sempre a impomos aos outros. Nesse momento podemos confirmar o compromisso de seguir nossa escalada para a luz (o conhecimento, o entendimento) ou se vamos repetir os erros das vidas passadas.
     Eu sei que falando assim tudo parece muito fácil. É claro que não é. As coisas não acontecem de maneira clara, tudo as vezes é muito subjetivo. Depende muito do nosso adiantamento moral e espiritual para entendermos as "entrelinhas" dos acontecimentos. E coube a esse rapaz um dos, digamos, carmas mais difícil: o da facilidade com o dinheiro, fama e prestígio. Muitos usam esse benefício dado por Deus para construir uma vida digna e admirável, mas outros capitulam atraindo para si energias destruidoras, pessoas interesseiras, infladores de ego. Diante disso, somado com seus próprios defeitos, a queda é certa.
     Como falei no início, todos desejam fama, dinheiro e poder, mas poucos sabem lidar com isso. Por isso, além de fama, dinheiro e poder, devemos desejar também ter sabedoria para saber lidar com eles para que não nos sirvam de queda.

Bom domingo e que Deus nos proteja a todos, com alegria.