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maio 10, 2015

Sinal dos céus.

Resultado de imagem para imagens de sinais no céuO homem sempre buscou sinais do céu para guiar sua vida na terra. Basta uma passada de olhos na Bíblia e lá estão incontáveis exemplos. Talvez o mais conhecido deles seja a "estrela de Belém", aquela que guiou os três Reis Magos até o local onde Jesus tinha nascido. 
Mas não quero falar apenas de sinais. Do céu também vinham vozes, como a que falou com Moisés, e até se abria vez ou outra. O fato é que nos tempos mais remotos havia uma ligação mais estreita entre céu e terra. Era algo como a nossa comunicação de hoje. O homem olhava para o céu e falava diretamente com Deus sem muita burocracia. Parece que o próprio Deus estava mais disponível para o diálogo.
No entanto, com o passar do tempo, essa comunicação foi diminuindo e já não temos mais notícias  de homens que falam com Deus diretamente e ouve as respostas para as suas indagações. O que terá acontecido? Será que o homem perdeu o elo de ligação com o alto ou será que nos afastamos de Deus e Ele de nós.
Talvez nem uma coisa nem outra. O que houve é que ficamos a cada dia mais céticos. Os primeiros homens eram mais crédulos. Para eles, os sinais tinham muitos significados importantes para as suas vidas e era necessário que fossem interpretados. Coisa que hoje não fazemos mais muita questão. Deus fala, manda sinais e nós permanecemos cegos, surdos e mudos. 
Em algum momento, passamos a acreditar mais em nós mesmos que numa força criadora. Ou então, criamos um Deus que cabe exatamente dentro das nossas expectativas. Na verdade, um extensão nossa. Sem querer querendo voltamos aos tempos do paganismo e estamos sempre prontos a criar deuses de acordo com as nossas necessidades.
É por isso que assistimos a criação de tantas igrejas, tantas seitas. Basta uma igreja ou religião não nos agradar para que saiamos por aí criando algo que "caiba dentro dos nossos sonhos e expectativas". Decidimos que devemos ser aceitos do jeito somos, e temos razão de pensar assim, mas até que ponto? 
Precisamos, urgentemente, voltar a olhar para o céu. Quem sabe a gente tem algum "sinal" que nos dê a direção que tanto buscamos?

maio 02, 2015

Ilhas desertas.

Resultado de imagem para imagens de ilhas desertasQuem você levaria para uma ilha deserta? É bem provável que hoje em dia já não existam tantas ilhas desertas assim à nossa disposição e nem as pessoas usam mais esse tipo de indagação. Isso é coisa do passado. Pois é. O tempo passa. Antigamente, na verdade, nem tão antigamente,  essa pergunta era comum. 
Separavam-se as pessoas, ainda que de brincadeira, quais você levaria para uma ilha deserta e quais você não levaria.  Essa ilha poderia ser um lugar bom ou ruim. Dependia de quem você estava disposto a levar para lá. Caso fosse uma pessoa agradável, é claro, você não só não a levaria para a tal ilha como também ficaria lá fazendo companhia a ela, pois nesse caso o local seria uma cópia do paraíso e você não é bobo (a) nem nada parecido, né? Do contrário...
Particularmente, sempre achei a pergunta divertida, mas nunca cheguei a pensar em quem eu levaria e quem não levaria. Sempre achei que ilhas desertas são lugares inóspitos e que ninguém, nem mesmo os meus possíveis desafetos, mereceriam ser encerrados num lugar distante e sem condições mínimas de sobrevivência, ainda que de beleza descomunal. 
Porque, acredito, ilha deserta, por mais paradisíaca que seja, é lugar de desterro. Principalmente, nestes dias de internet e tecnologias avançadíssimas. Ninguém suportaria passar mais que duas horas desconectado do mundo. Sem dúvida, enlouqueceria.
Porém, nos últimos tempos eu tenho pensado muito na tal ilha deserta e cheguei a conclusão que existem sim algumas pessoas que mereceriam passar uma boa temporada por lá totalmente desplugado do mundo. Talvez assim, aprendam a viver em sociedade e a respeitar os direitos dos outros.
Gente que pensa ser dona do mundo, que só tem olhos para o próprio umbigo e que é incapaz de sequer lembrar que não está sozinha, que o mundo, para o bem e para o mal, é a casa de todos. Sim, porque as pessoas estão tão egoístas que agem assim até quando precisam da ajuda dos outros.
Dizem que isso é sinal dos tempos. Prefiro acreditar que talvez seja a ausência deles, os sinais. Estamos todos desnorteados. Ninguém sabe que caminho seguir e resolve criar uma trilha particular. Pensando melhor, acho que não preciso mandar ninguém para uma ilha deserta. Todos estamos nos transformando em ilhas. Ilhas perdidas em oceanos de lixo que fazemos questão de espalhar por onde passamos.

abril 23, 2015

São Jorge, devoção e fé.

Resultado de imagem para imagens de são jorgeHoje é dia de Jorge. A intimidade com o santo guerreiro é tanta que muitos já nem usam o título para se referir a ele, sentem-se tão próximos que dispensam as formalidades que o relacionamento santo e devoto poderia requerer. 
São Jorge é aquele irmão mais velho, aquele pai a quem recorremos todas as vezes (e não são poucas) que nos sentimos fracos, desamparados e, mais que tudo, ameaçados pelas forças do mal. É ele, com sua armadura de bravo guerreiro, que nos protege e livra do inimigo. Seja o inimigo real ou  apenas fruto da nossa imaginação. 
Não importa. Ele não faz distinção. Ajuda a todos, ampara a todos. Seja católico, umbandista, o que for. Ele circula pelos altares, está nos bares e estabelecimentos comerciais de seus devotos, nas casas de família e, como não podia deixar de ser, tornou-se ícone pop dos mais festejados. 
Quanto "Jorge" a gente conhece que nem fazem ideia de que seu nome é uma homenagem ao santo guerreiro,  que seus pais confiara a sua guarda e proteção a ele. Também são incontáveis aqueles que carregam orgulhosamente o seu nome e são seus eternos devotos.
E, como não podia deixar de ser, ele é também motivo de polêmica. Muitos dizem que ele nunca existiu, que é uma lenda. Como esquecer o "São Jorge e o dragão"? Há quem olhe para lua cheia e o veja lutando contra o dragão e acredita que tudo ficará bem enquanto ele lá estiver "dominando a fera". Seja como for, isso não parece fazer diferença e a devoção só aumenta.
A própria igreja católica parece ter alguma dificuldade em lidar com um santo tão "polivalente" e chega até não considerá-lo da mesma maneira que o povo o considera. Mais uma vez, o santo mantém-se arguto montado em seu cavalo branco:
- "Sempre haverá dragões" - ele provavelmente pensa do alto do cavalo.
E, neste seu dia, o que fazermos é reforçar todos os nossos pedidos. Principalmente aquele que está em todas as bocas: que ele nos proteja contra o mal, que o inimigo tenha olhos e não nos veja, tenha pés e não nos alcance.
Sua bênção, meu São Jorge.

Parcerias.

Resultado de imagem para imagem de parceriasNum mundo onde a cada dia as pessoas ficam mais e mais individualistas e por mais que esteja difícil confiar no outro, as parcerias ainda são necessárias que as pessoas possam realizar projetos que sozinhas elas não teriam condições de realizar.
Elas são como um casamento. É preciso encontrar a tal "alma gêmea" para que tudo aconteça dentro do esperado, para que todas as dificuldades do caminho (e elas, quase sempre, são muitas) sejam enfrentadas com paciência, persistência e boa vontade. 
Do contrário, é aquilo que todos já sabem: vêm as brigas e a coisa fica difícil, chegando, muitas vezes, a separações dolorosas. 
Como nas relações amorosas, todos procuram as parcerias perfeitas, onde tudo se encaixe de maneira perfeita e, juntos, façam uma ideia transformar-se num grande acontecimento comercial e que todos sejam felizes.
Mas felicidade, também sabemos, não é algo assim tão fácil de conseguir. É preciso "suar a camisa", fazer concessões e ter uma dose extra de fé de que tudo vai dar certo. Além, é claro, ter um mínimo de certeza de que o negócio, seja ele qual for, tem alguma chance de dar certo. 
O mundo é cheio de loucos visionários que idealizam coisas que não têm nenhuma chance de dar certo e só descobre isso depois de gastar tempo e dinheiro. Nesse caso, tudo o que se arruma é uma grande dor de cabeça e muitas dívidas para pagar.
Por isso é importante valorizar as parcerias. Volto a dizer, é como encontrar o "grande amor". E ninguém quer perder um grande amor por falta de zelo, atenção e, sobretudo, dedicação e esforço, não é? Todo cuidado é pouco, em todos os sentidos, para que uma parceria dê certo.

abril 09, 2015

Má vontade.

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     Parece estranho estar aqui falando de má vontade quando na verdade deveria falar de páscoa, mas ninguém pode negar que nenhuma páscoa é completa sem "boa vontade", sem que tenhamos o compromisso de  contribuirmos para a melhoria da vida ao nosso redor.
    E isso pode começar com a gente tendo um pouco menos de má vontade com aqueles que nos cercam. Sem que exijamos demais dos outros quando nem nós mesmos estamos prontos para servir integralmente por falta de condições ou por pura falta de interesse.
    É comum vivermos apontando os erros dos outros fazendo com que todos saibam onde as pessoas falharam ou falham, o quanto elas foram incompetentes ao desempenhar determinada função. Principalmente quando temos alguma diferença com as referidas pessoas. Nesses casos acostumados agir sem dó nem piedade: são incompetentes, devem ser defenestradas e não tem discussão.
    Será que paramos para pensar se estamos sendo justos no nosso julgamento ou será que agiríamos da mesma maneira se no lugar daquelas pessoas estivessem outras pessoas com as quais costumamos ser mais condescendentes?
   Uma boa pergunta, não é? Isso acontece muito em relação a nossos familiares, amigos e a políticos. Se é o político do nosso partido que faz alguma coisa errada temos sempre uma explicação, mas se é o político do partido contrário não perdoamos mesmo. Saímos as ruas, fazemos protestos, pedimos a sua deposição. Isso tem nome e corporativismo. Com os outros agimos de forma diferente, sempre de "má vontade". Não importa o que a pessoa faça, ela sempre estará errada e merece a nossa condenação.
    Isso é justo? Talvez seja o momento oportuno para pensar nisso: um mundo com justiça para todos. Uma justiça que seja sempre imparcial e que não queira proteger nem condenar ninguém baseado em interesses ou nossa simples má vontade com o outro.

Feliz páscoa.

março 21, 2015

Sonhos renovados..

Resultado de imagem para imagens de sonhos renovados     Toda vez que uma pessoa tem os seus sonhos destruídos é como se ela morresse. Não uma morte de mentirinha, mas uma morte de verdade. Só que não há enterro, a pessoa continua  andando por aí fazendo todas as coisas que os vivos fazem acreditando estar viva, porém não respira mais aquele ar cheio da seiva da vida que são os sonhos.
    Todos os dias trombamos com centenas de pessoas mortas andando pelas ruas e, provavelmente, também fazemos parte desse batalhão. Para termos certeza se fazemos ou não parte dos mortos-vivos basta descobrir se ainda sonhamos. se ainda andamos por aí fazendo planos de conquistas futuras.
     Se a resposta for sim, muito bem. Você é um felizardo (a) e deve continuar assim, sonhando cada vez mais; E toda vez que tiver um sonho realizado crie outros sonhos, queira mais e sempre mais. É disso que é feita a vida: dos sonhos.
     Se a resposta for não, aí a coisa é séria. Você precisa urgentemente recuperar a sua capacidade de sonhar abandonar essa quase morte e voltar sem demora à vida mesmo que alguém tenha destruídos a sua fé. Sempre se pode voltar a sentir essa seiva da vida correndo em suas veias outra vez.
   Apesar de não parecer, não é nenhum bicho de sete cabeças. Apenas e simplesmente volte a acreditar, a ver poesia à sua volta. Plante um sorriso em seus lábios e siga em frente sem dar ouvidos aos destruidores de sonhos. Eles não suportam os sonhadores, os que acreditam mesmo quando tudo se mostra desesperador.
    Jamais se entregue ao pessimismo, não deixe de ter fé em você mesmo mais do que em qualquer outra coisa. Você não nasceu com outro propósito que não seja o de sonhar e realizar sonhos. O que é a vida senão um grande sonho? As  coisas mudam a todo momento permitindo que os sonhos também mudem. Assim, até os sonhos podem ser transformados, aumentados, ampliados.
     
Sonhe mais, viva mais.

Bom domingo.

março 14, 2015

Frases de duplo sentido.

- Não se preocupe.
- Tudo bem, eu não me importo.
- Não tem o menor problema.
- Faz do jeito que você quiser.
- Se você quer assim...
- Não tem pressa. Eu espero o tempo que for necessário.
- Pode deixar. Eu me viro.
Não se trata de um diálogo maluco. As frases aí em cima são muito usadas diariamente e não tenho dúvida que você as ouviu um monte vezes e, muitas vezes, acreditou nelas. Em outras ocasiões foi você que as usou e também acreditou que estava sendo sincero ao proferi-las.
Sinto muito dizer, mas essas frases são, quase sempre, meros amontoados de palavras destituídos de verdade. Elas são ditas por mera formalidade quando na verdade estamos pensando exatamente o contrário e nos falta coragem para demonstrar isso ou porque acreditamos que não é o momento oportuno para fazê-lo ou porque a (s) pessoa (as) em questão poderia (m) ficar magoada (s) com a nossa "sinceridade".
Portanto, quando dizemos "não se preocupe" é porque queremos dizer que a pessoa que nos ouve deve ficar preocupada sim; se dizemos "tudo bem, eu não me importo", estamos dizendo que não está nada bem e que importamos bastante; com "não tem o menor problema", o problema é enorme, quase insolúvel; "faz do jeito que você quiser" significa se a coisa não for feita do jeito que está combinado, é melhor que não seja feita de jeito nenhum; quando usamos "se você quer assim...", nesse caso, estamos à lá Pilatos, lavando as mãos, a responsabilidade do resultado é toda de quem faz; "não tem pressa. eu espero o tempo que for necessário", quer dizer que não precisa mais fazer, esquece, eu estou desistindo do projeto e "pode deixar. eu me viro" é usada quando se quer dizer umas boas verdades na cara da pessoa e respirou fundo antes, não conte com essa pessoa para mais nada, ela não vai esquecer essa desfeita.
Exageros à parte, é assim que eu me sinto quando uso essas e outras frases tão comuns no nosso dia a dia. A convenção social nos obriga em muitos casos a agir de forma quase dissimulada, principalmente nesses tempos do "politicamente correto", quando em nome do "bom convívio" abrimos mão de nossas verdadeiras opiniões. 
Cabe a cada um fazer a sua interpretação do que se diz ou do que se ouve. Nada que é dito, por mais prosaico que seja, é sem significado. E, geralmente, dizemos muito quando falamos pouco, quando usamos frases de duplo sentido. Aliás, paremos por aqui, esse é um outro assunto.

Bom domingo.