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abril 04, 2021

Um momento delicado.


Desde que o homem (leia-se a humanidade) saiu da "caverna" que tem se deparado com situações cada vez mais desafiadoras. Não foram poucas as vezes em que nesses milhares de anos temos sido sacudidos por acontecimentos que nos deixam sem chão e nos levam a crer que estamos num beco sem saída.

Não há dúvida de que estamos vivendo um momento desses; a pandemia da COVID-19 está aí provocando, além de mortes (no Brasil, neste exato momento, estamos contabilizando mais de 330 mil), uma mudança em nossos costumes e modo de encarar a vida que, muita acertadamente, muitos veem como definitiva; dificilmente voltaremos a viver da mesma forma que antes.

Talvez seja isso que está realmente faltando no enfrentamento à pandemia, essa noção de que estamos atravessando um marco divisório; haverá o antes e o despois da pandemia, ou seja, o AP e o PP. A vida era uma (tínhamos a "inocência" de que podíamos ir e vir, ter contato com as pessoas e o ambiente sem preocupação nenhuma) e está se transformando em outra, onde os cuidados nos relacionamentos serão primordiais para nos manter vivos e saudáveis. Pode estar aí o prenúncio de um fim sempre tão temido.

Parece mórbido falar assim, mas não temos outra saída senão nos conscientizar de que o pior pode mesmo acontecer. Estamos vivendo um momento delicado de nossas existências, não podemos negar isso. No entanto, muitos têm preferido seguir aqueles que acreditam que se trata apenas de uma "gripezinha" sem grandes consequências. Chegamos a esse número absurdo de vítimas e sabemos que a coisa não para por aí. 

Até quando vamos caminhar como gado indo para o matadouro? Chegou a hora de entender que só depende de nós atravessar esse "mar vermelho" e chegar do outro lado "a pé enxuto". Basta que cada um faça sua parte. 


Feliz páscoa!

março 28, 2021

A última encarnação do presidente da Fundação Palmares.


Já dizia o esperto dramaturgo Shakespeare que existem mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia, Essa grande verdade foi dita há, aproximadamente, uns quinhentos anos, mas os mistérios continuam intactos até hoje; continuamos nos perguntando o que realmente existe entre esses dois polos. 

No entanto, se você  quer saber o que isso tem a ver com o título do nosso post a resposta é simples: o presidente da ferida Fundação que, em tese, existe para dignificar a raça negra e suas lutas parece querer, pelo contrário, desmerecê-las através de atitudes, no mínimo esdruxulas, fazendo com que se acredite que exista algum mistério que a "filosofia" não está conseguindo explicar.

Pelo meu lado, prefiro acreditar que a explicação vem através do espiritismo e a teoria da reencarnação; cheguei a conclusão que esse senhor em sua encarnação pretérita foi um branco escravocrata que jamais aceitou a abolição da escravatura. Reencarnado num corpo negro, ele mantém os pensamentos e atitudes da outra vida. Só assim para entender o que se passa na cabeça de um negro que nega a história e as lutas de sua raça.

A solução indicada nesses casos, que são mais comuns do que se pode supor "nossa vã filosofia", é uma regressão à vidas passadas, para que conscientize esse senhor de que ele está vivendo em outro tempo e num corpo negro. Triste saber que a falta de conhecimento, e mesmo competência intelectual e emocional, não impeça alguns indivíduos de ocupar tão importantes posições em nossa sociedade. Só nos resta torcer para que esses tempos difíceis passem e que logo a Fundação Palmares esteja em mãos realmente competentes.

Bom domingo.

Não esquecendo que hoje é domingo de Ramos para os católicos: Jesus, montado num jumentinho, entra em Jerusalém, que é o nosso coração.

março 21, 2021

A campanha da fraternidade de 2021.


É muito triste o que vem acontecendo com a Campanha da Fraternidade,  promovida todos os anos durante a quaresma pela igreja católica, de 2021. Alguns grupos que se dizem cristãos católicos estão se sentindo ofendidos porque, passando longe dos temas de fácil aceitação, este ano a campanha é um claro chamamento a todos, independente de raça, opção sexual ou mesmo a religião que professa a se unirem em nome de Cristo, que faz unidade de toda a divisão.

Capitaneada por nosso valoroso Papa Francisco, a campanha tinha (e tem) tudo para ser um marco na história da igreja, pois representa um passo adiante no tempo. Pela primeira vez, a igreja está se abrindo ao diferente. Como diz a letra da música da campanha: "Venham todos vocês, venham todos. Reunidos num só coração, de mãos dadas formando a aliança, confirmados na mesma missão". O que há de errado em fazer um chamamento para que unamos o que estava divido?

O mundo anda muito polarizado politicamente e isso tem contaminado tudo em volta, caminhando na direção oposta do que e proposto pela Campanha da Fraternidade. As pessoas acreditam que Deus repudia aqueles que vivem e pensam diferente do que é pregado pela Bíblia ou pelos costumes da sociedade. Pelo contrário; Ele criou a todos com o mesmo amor e os mesmos direitos, não para uns viverem apartados dos outros. Precisamos acabar com a intolerância que tem marcado nossas atitudes nos últimos tempos. Onde está o nosso amor ao próximo e a nossa capacidade de aceitar o outro exatamente como ele é?

A quaresma é o momento de refletirmos sobre esse amor que tanto professamos em palavras e tão pouco vivemos na prática do nosso dia a dia. Nunca devemos esquecer que todos temos livre-arbítrio. Se tomamos decisões acertadas ou erradas a responsabilidade é toda nossa; ninguém é responsável pelos erros ou os acertos dos outros. O que devemos fazer quando acharmos que alguém está agindo de maneira considerada errada é dar o nosso exemplo através das nossas ações, pois o único que pode nos julgar é Deus.

Bom domingo.

março 07, 2021

Meias verdades



Tem sido cada vez mais difícil a convivência entre as pessoas em nossos dias, Por um lado a COVID vem impondo que todos vivam afastados para evitar o contágio e, por outro, estamos mesmo ficando dia após dia mais complicados, mais intransigentes, mais intolerantes com o que é diferente; basta que alguém não comungue das mesmas ideias que nós para que partamos para o confronto.

Triste momento esse que estamos vivendo, não é mesmo? Parece que a humanidade de repente resolveu dar um passo atrás ignorando todas as barreiras que vencemos por milênios à custa de muita luta, muita guerra sangrenta, muito genocídio. Perdemos o amor e o respeito ao próximo em nome de ideologias rasteiras e seguimos ídolos com pés de barro que não resistirão o julgamento da história. 

A saída encontrada por aqueles que querem viver em relativa paz, para fugir da polaridade e dos enfrentamentos vigentes em nosso ambiente de trabalho, familiar e social, é partir para as meias-verdades; De certa forma, desistimos de ser diretos e verdadeiros, pois acreditamos que o mais importante é "viver em paz", embora não saibamos mensurar que paz seja essa e se ela vale mesmo a pena.

Resta torcer para que esse tempo de treva passe e que logo tenhamos de volta nossa liberdade, principalmente nossa liberdade de expressão, pois não dá mais para vivermos amordaçados e com venda nos olhos como se estivéssemos na mais sombria das ditaduras, fingindo que somos um país democrático.

Boa semana.


fevereiro 28, 2021

Chorar na cama que é lugar quente.



Não se pode negar que a pandemia do coranavirus provocou uma verdadeira revolução em nossa sociedade. De repente nos vimos preocupados com coisas que antes passavam despercebidas. O maior exemplo disso é o uso de máscaras nas ruas e em ambientes fechados. Há um algum seria difícil imaginar que usar máscaras cobrindo o nariz e a boca e lavar as mãos o tempo todo seriam vistos não como algo exótico, mas como forma de nos proteger contra um vírus mortal.

No entanto, depois de mais de dois milhões de mortes no mundo inteiro ainda tem gente que acha que tudo não passa de boato e se nega a seguir os conselhos das autoridades médicas fazendo coro com o presidente Jair Bolsonaro com seu irresponsável e perigoso "negacionismo". 

É triste ver as pessoas preferirem seguir um louco do que cuidarem da própria saúde. Nem a falta de vagas nos hospitais, a escassez de respiradores e o número de mortes faz as pessoas deixem de se aglomerar em praias, bares e na rua. Parece que todos resolveram viver perigosamente, ou estão se achando com poderes para vencer o vírus.

Não faltam teorias que tentam provar que se prevenir é bobagem. Mesmo quando alguém do seu próprio convívio morre vitimado pelo coronavirus se convencem do contrário. Até quando vamos negar que a coisa é séria e que não vamos sair desse caos antes que cada um aceite fazer o seu papel, ou seja, usar máscaras, lavar as mãos ou usar álcool gel?

Depois, é chorar na cama que é lugar quente, como diz o dito popular. Há quem prefira chorar na televisão, espaço muito usado por aqueles que se julgam vítimas do descaso dos governantes, mas que, na verdade, também se negam a fazer sua parte.

Cuidemos de nós e daqueles que nos rodeiam. Além de ser um ato responsável é um ato de amor.

Boa semana.

fevereiro 14, 2021

Torcendo pelo bandido

Foi-se o tempo em que era certo que todos, ou quase todos, torciam para que no final da história o mocinho, mesmo que fosse lançando mão de forças mágicas. vencesse o bandido, e o bem finalmente triunfasse. Nos últimos tempos, temos visto que as pessoas deixaram isso de lado e estão torcendo para que o malévolo, mas charmoso e sedutor, bandido vença o chato e politicamente correto mocinho.

Ninguém pode negar que na ficção isso possa ser facilmente explicado, pois o apelo do "bandido" é maior, suas ações causam mais impacto e, muitas vezes, seus desejos e aspirações são muito parecidos com os nossos próprios desejos e aspirações. O problema é que não levamos em conta o fato de que os meios que o "bandido" usa para alcançar seus objetivos são, além de ilícitos, prejudiciais àqueles que vivem à sua volta.

É exatamente isso que estamos vendo cada vez mais em nossa sociedade. Basta acompanhar o noticiário para constatar o quanto essa torcida pelo "bandido" tem feito vítimas fatais. Elegemos e reelegemos políticos que sabidamente fazem mau uso de seus mandatos e causam danos irreversíveis ao povo através de politicas que beneficiam grupos de privilegiados, enquanto grande parcela da população padece sem assistência. Não é necessário quebrar a cabeça para dar um exemplo: a pandemia do coronavírus ceifando a população e o presidente da república, quando não está fazendo piada da situação, nega que a doença exista ou seja tão grave quanto as autoridades da medicina afirmam que seja e a quantidade de mortes e infectados não deixa negar.

Cabe a nós, enquanto sociedade e principais prejudicados com o comportamento inadequado de Jair Bolsonaro e sua turma, abrirmos nossos olhos e pararmos de uma vez por todas de torcer pelo bandido. Afinal de contas, não se trata de uma novela de televisão que tem prazo certo para terminar e sim da vida real, a nossa vida. Lutemos por ela com a arma que possuímos: o voto.

Boa semana a todos.

fevereiro 10, 2021

Certo e errado.

Vivemos um tempo em que agir de forma correta ou incorreta não é uma questão de bom senso e discernimento, mas uma questão de ponto de vista. A noção de certo e errado foi posta de lado e passou a ser ditada pela conveniência de cada um. Não basta que os fatos comprovem a incorreção do ato; o que conta é a visão daquele que o cometeu, ou seja, sempre estamos prontos a perdoar a nossas falhas.

Onde chegaremos agindo assim? Difícil saber, não é mesmo? Muitos acreditam que o importante é não fazer mal a ninguém. Agindo dessa forma, cada um está livre para fazer o que bem entender. Não acredito que essa seja a melhor maneira de guiarmos nossos caminhos nessa vida. Mesmo porque, não é fácil saber em que momentos nossas atitudes não estão realmente prejudicando as pessoas com as quais convivemos e também aqueles que, embora distantes, são influenciados direta e indiretamente por elas.

Levados por essa maneira de agir e pensar acabamos, na maioria das vezes, agindo de maneira egoísta, pois não nos damos conta de que vivemos numa sociedade onde todos precisam ser, mais que ouvidos, ser respeitados; a vontade de cada um necessita ter o mesmo peso. Não podemos impor nosso modo de viver, nossa visão de mundo e, sobretudo, querer que o mundo funcione da forma como desejamos.

É preciso que entendamos que somos pessoas com qualidades e defeitos e passíveis de erros e acertos. Ninguém é pior nem melhor do que ninguém; todos às vezes acerta e erram. Quando erramos não somos as pessoas mais indicadas para nos julgar.  O respeito ao outro sempre é o melhor caminho para descobrir se estamos certos ou errados nessa ou naquela atitude que tomamos.


Boa noite!