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janeiro 17, 2015

Em nome de Deus.

     Muito se fala, mais ainda se faz em nome de Deus. A crença num ser superior que tudo governa, há muito deixou de ser um apoio, um amparo.  Muito pelo contrário, acreditar num deus passou a ser escudo de guerra, motivo para que povos se digladiem, para que irmãos de voltem contra irmãos, para que se torture, mate e se cometa as maiores atrocidades.
     Que Deus é esse que manda seus "filhos" agirem de maneira tão cruel e desumana? Naturalmente, não é um Deus piedoso, não é um Deus clemente que esteja pronto para perdoar o seu povo. Desde Moisés que temos notícia desse Deus que para salvar o seu povo não pensa duas vezes em sacrificar outros povos. Essa ideia de "povo escolhido" sempre me assustou por eu ter dificuldade de acreditar num Deus que preferisse um povo em detrimento de outro povo tão seus "filhos" quanto.
     Tudo bem que tem aquela explicação de que ele (Deus) tentou de diversas maneiras atraí-los e eles foram insensíveis aos seus chamados. Eu não perdi essa parte, mas mesmo assim a dificuldade permaneceu por não conseguir imaginar Deus perdendo a paciência, desistindo da humanidade. Impossível para mim.
     Porém, não estou aqui para discutir os critérios de Deus e sim para falar de algo que também sempre me intrigou: a Sua vontade. Quanta barbaridade se comete em nome dessa vontade. Em nome de Deus povos destroem uns aos outros numa luta sem fim. 
     Não é nada mais que isso que estamos vendo agora. Não foi nada mais que isso que aconteceu durante a sedimentação do cristianismo quando os cristãos convertidos eram trucidados para negarem a sua fé e, mais tarde, foi isso o que aconteceu durante as cruzadas. Os cristãos que morreram em nome de sua fé, agora matavam aqueles que a negavam.
      É a roda do mundo girando. A cada momento estamos em pontos de diferentes. Agora é a vez dos muçulmanos considerarem todos aqueles que não seguem a sua fé como ímpios e impuros e, por isso, merecedores das piores crueldades.
     Triste destino para a humanidade que poderia estar buscando o entendimento, a paz e não  discórdia e a guerra. Se, para mim, é difícil acreditar num Deus que desiste de seus "filhos",  igualmente tenho dificuldade de entender que sua vontade seja que seus "filhos" saem matando e arrasando com tudo por aí. Tenha esse Deus o nome que tenha. Deus é paz, é amor, é perdão, é entendimento e não conhece a intolerância.

Bom domingo.

P. S. - A questão da liberdade de expressão tão falada recentemente é um capítulo à parte.

janeiro 10, 2015

Por acaso, você quer ocupar o meu lugar?

     Não se assuste. Essa pergunta não é dirigida a você que lê esse post. E nem poderia. Aliás, eu não me sinto detentor de nenhum lugar especificamente meu o qual eu pudesse temer que alguém pudesse estar de olho. 
     Portanto, não precisa pensar bobagens. Eu estou apenas querendo chamar atenção para esse tipo de situação. Ou não vai me dizer que você nunca ouviu alguém proferir esse pergunta assim meio como quem está brincando, embora estela mesmo falando sério? 
     Se a resposta for não, sorte sua. Se for sim, pelo menos a gente tem alguma coisa em comum. Porque vez outra escuto alguém com esse tipo de direta ou indireta. Tanto que acabei desenvolvendo uma espécie de resposta pronta:
- O que eu faria com o seu lugar, se ele é seu?
     Você percebeu que a resposta é uma pergunta, não é? Mas ela resume exatamente o que eu penso. Se o lugar tem um dono somente esse dono pode ocupá-lo. Ninguém ocupa lugar de ninguém. Cada pessoa tem o seu lugar. Mesmo que, aparentemente, alguém deixe "um lugar" ( no caso, cargo) e outro venha a ocupá-lo depois.
     Os únicos cargos que, parecem, serem ocupados durante uma vida inteira são os tronos.  E assim mesmo há reis que abdicam em favor de filhos, esposas etc. Até o papado já não é tão vitalício. Veja o caso de Bento XVI que saiu para dar lugar ao papa Francisco. 
     Dessa forma, ninguém precisa ficar se achando dono do pedaço ou viver aterrorizado pensando que pode perder seu lugar a qualquer momento. O que a gente tem que fazer é cuidar bem do "nosso lugar" para que nunca pareça vago. Pois de nada adianta estarmos sentado no posto mais alto se todos têm a impressão de não há ninguém nele.
     A garantia que temos para manter o espaço que julgamos ser nosso é fazer bem o nosso papel, preenchendo com talento os nossos espaços de atuação. Assim sendo, ninguém ameaçará o nosso posto e a tal perguntinha cretina poderá descansar dentro da boca.

Bom domingo.

janeiro 03, 2015

Gato por lebre.

      Dizem que a propaganda é a alma do negócio. É preciso alardear as suas habilidades e talentos para todo mundo saber. Caso contrário, acredita-se, você pode passar a vinda no anonimato sem que ninguém saiba de sua existência e muito menos dos seus talentos.
     Portanto, vá, literalmente, para praça e faça com que todos saibam o que você faz de melhor. Pensando bem, acho que nem precisava desse incentivo. As pessoas já estão na praça gritando aos quatro ventos o que sabem fazer de melhor  e também o que não sabem fazer de melhor.
      Infelizmente, é isso mesmo. A praça é território livre e apregoa quem quer. Tem muita gente que vende gato por lebre. Prometem mundos e fundos e na hora h a coisa não é bem o que foi anunciado.  E isso não vale apenas para profissionais, vale para tudo.
     Tem muita gente exagerando quando vai se vender. Prometem muito e esquecem que vai chegar a a hora em que vai ter que provar tanto talento, tanta capacidade, tanta destreza, tanta habilidade. É aí que se descobre quem mente e quem fala a verdade.  Mas a essa altura, contratos já foram assinados, compromissos assumidos e despesas já foram feitas.
     Os falastrões sempre evitam falar na possibilidade da coisa não dar certo. Com eles tudo sempre fica perfeito, pois eles são os melhores do mundo. Ninguém trabalha como eles. Na hora da verdade, a história é outra.
     Portanto, é preciso ter muito cuidado com esses "profissionais" que prometem demais. É sempre bom manter um pé atrás com esses tipos que vendem o "fácil" e que têm solução para tudo. Fuja deles. O melhor a fazer é acercar-se daqueles que ainda mantêm um pouco de modéstia ao propalar as sua habilidades e vender os seus serviços.

Bom domingo.
    

dezembro 31, 2014

2015, uma nova oportunidade.

     Bem disse o poeta: "o tempo não para e, no entanto, ele nunca envelhece". É uma grande verdade. Ele está sempre se renovando. Quando um ano chega ao fim, é certo que um outro novinho em folha nos será ofertado. É o que vai acontecer daqui a pouco. 2015 surgirá trazendo consigo todas esperanças de realizar os desejos que não puderam virar realidade em 2014 e nos anos anteriores.
     Essa é a grande mágica da passagem do tempo: a renovação. Assim podemos não somente renovar as novas esperanças de dias melhores, de grandes conquistas e realizações, mas podemos também vislumbrar a oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores revendo nossas posições, acertando as arestas, desentortando os passos.
     Cada ano que vem, é uma nova chance que temos de rever se o caminho que estamos trilhando realmente nos levará ao encontro de nossas aspirações. Por isso, é muito importante, apesar de tudo nos convidar a simples folia, aproveitar esse momento para refletir, refazer as energias e, se for necessário, refazer todas as promessas. Principalmente aquelas que fizemos no ano anterior e por um motivo ou outro deixamos de cumprir.
     Não precisa ter medo de parecer repetitivo(a). A vida é assim mesmo. Nem sempre acertamos da primeira vez. Às vezes é preciso tentar uma, duas, milhares de vezes até conseguir. Portanto, não se acanhe. Refaça todas as promessas antigas, faça novas promessas e entre em 2015 certo(a) de que será o grande ano de sua vida.
     Essa é a grande mágica de tudo isso. Mesmo que você já não seja tão jovem, um ano novo rejuvenesce tudo. Faz com que crianças, jovens, adultos e idosos estejam unidos na mesma corrente da renovação. Basta entrar nesse barco e se deixar levar. Aproveite essa onda e seja feliz.  É isso o que importa hoje e sempre: a fé de que tudo vai dar certo.

Feliz 2015!

dezembro 27, 2014

Na onda do natal.

     Eu sei que você está achando que eu estou atrasado. O natal já passou e sua cabeça está totalmente voltada para a passagem do ano. Mas não existe engano algum. Eu deixei para falar do natal somente quando ele tivesse passado. Fiz isso por um motivo muito simples: o natal é um período lindo, quando todos -  crianças, jovens e adultos -   se preparam para algo de extraordinário que vai acontecer.
     Esse acontecimento extraordinário é o nascimento de Jesus. Apesar de somente isso justificar tanta festividade, essa data marca também a possibilidade de uma grande revolução dentro de cada um de nós. De certa forma, como Maria, a mãe do menino que vai nascer, todos ficamos "grávidos" de esperança, de amor, de vontade que tudo de bom aconteça.
    Nos dias antecedem a data, andamos pelas ruas como que encantados. Mesmo com a pressa diária, parece que as pessoas ficam mais suaves, tolerantes. As crianças, os namorados, os casais, os amigos todos aguardam ansiosos. Muitos escrevem cartas, fazem pedidos, fazem insinuações, outros gritam bem alto suas expectativas.
     É claro que nem tem todo mundo tem os seus desejos atendidos. Há crianças que que ficam tristes, namorados que esquecem a data, casais que passam o dia separados, idosos que ficam apenas com suas recordações e não se pode esquecer dos solitários. No entanto, a maioria parece não ter muito do que se queixar. 
    Religiosos ou não, a data é de comemoração e alegria. As luzes do natal brilham dentro e fora dos corações. É muito bom ver essa capacidade que temos para deixar de lado os problemas do dia a dia  e entrarmos nessa onda de felicidade, ainda que todos saibamos que é uma onda curta. Ela não costuma ir além do próprio dia vinte e cinco.
    E isso é muito triste. Nossos votos e desejos de um feliz natal têm prazo de validade muito curtos. Precisamos estender esses votos por um tempo maior. Não somente os votos, mas também a nossa disposição para a alegria, para o belo, para a esperança de dias melhores, o congraçamento entre todos. Nossa capacidade de perdoar, amar, sonhar.
    Não podemos usar o período de natal como se estivéssemos em guerra e um "cessar fogo" foi acordado para que pudéssemos comemorar o nascimento do Filho de Deus. O ideal seria que o natal não fosse apenas um dia, mas uma festa constante em nossos corações. É isso que desejos a todos.

Feliz natal!

dezembro 20, 2014

Gastando os créditos.

     Acho que  as pessoas nunca se comunicaram tanto. Nunca fomos tão interativos como somos agora. Parece que a grande necessidade do mundo é a comunicação. Por isso, tudo se tem feito para que essa comunicação seja facilitada e agilizada.
      Nada mal. Com o incremento dos meios de comunicação ficamos mais próximos uns dos outros e aquela velha sensação de distância já não assusta mais. Podemos não estar presentes fisicamente e, acredita, acabaram-se as distâncias. Basta um clique e chegamos, ainda que virtualmente, aonde queremos.
      No entanto, vem uma pergunta: será que estamos mesmo nos comunicando melhor? Será que toda essa parafernália eletrônica está mesmo nos unindo? Tenho a impressão que não. Isso tudo em nada melhorou nossa interação. 
    Pelo contrário, tornou tudo muito superficial. Ligamos uns para os outros pelas razões mais estapafúrdias sem que tenhamos realmente algo para dizer. Mandamos recados inócuos, comentamos coisas sem grande interesse apenas porque temos uns créditos que precisam ser gastos dentro de alguns dias e se não forem usados se perderão.
     Será esse um motivo para ligar para alguém? Apenas para gastar os créditos conseguidos numa promoção da operadora da linha telefônica? Pode parecer estranho, mas é a pura verdade. Toca o telefone, você atende, lá pelas tantas você faz a clássica pergunta:
- Você ligou por que mesmo?
- Nada especial. Só tô gastando uns créditos que a operadora me deu, acabam hoje. Resolvi te ligar para aproveitar...
   Difícil continuar qualquer conversa depois disso, não? Dá vontade de mandar a pessoa procurar o que fazer. Porém, usando o pouco de educação que ainda lhe resta, você continua uma conversa que geralmente não vai chegar a lugar nenhum. 
    É preciso aceitar que, na era dos celulares, essa é a realidade. Fala-se apenas para gastar os créditos e não porque realmente se tem necessidade de se comunicar.

Bom domingo.

dezembro 13, 2014

"Diga com quem andas".

     Embora muitos possam considerar o dito popular "diga com quem andas que te direi quem és" algo preconceituoso, e não há dúvida de que seja mesmo, há alguma verdade nele. Principalmente quando essas companhias são de vital importância em nossas vidas. Ou seja, delas dependem nosso desenvolvimento profissional e até pessoal.
      Alguém já disse que ninguém é uma ilha e que viver em sociedade é necessário. Temos que dividir os espaços e somar esforços para que tudo siga seu rumo convenientemente.  É natural que surjam líderes, que pessoas se destaquem e que existam comandantes e comandados. Sem dúvida, é necessário que nos agrupemos escolhendo aqueles com os quais vamos partilhar esse mundo.
    Essas escolhas podem ser naturais surgidas através do nascimento, da convivência diária, mas também pode ser buscada através dos mecanismos de aproximação. Vamos atrás daquilo que acreditamos ser bom para nós.  As relações estão incluídas nesse pacote, pois acreditamos que essa ou aquela pessoa poderá ser útil ao nosso projeto de vida ou nos serve como modelo a seguir.
      É aí que mora o perigo. A gente pode encontrar pessoas que vão nos impulsionar e aquelas que vão nos impedir de alcançar nossos objetivos. Porque há pessoas que têm o dom de nos tornar grandes, fazer com superemos obstáculos e cresçamos junto com elas e, por outro lado, há aquelas que nos tornam pequenos e incapazes.
     É preciso ter cuidado. Ao lado de quem você está caminhando? Quem é o seu parceiro ou parceira de vida? Será que tem valido à pena essa caminhada? Difícil responder, não é? Mas não se pode deixar de fazer esse exame. E para isso basta reparar a forma como se dá esse convívio e como as suas expectativas têm sido alcançadas ou não.
     Parece coisa antiga, mas uma boa companhia faz toda a diferença.

Bom domingo.