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setembro 21, 2014

As novelas e a coerência.

     Já faz tempo que a coerência em novelas de televisão é um assunto fora da ordem do dia e confunde aqueles que às acompanham. Vira e mexe e lá estão eles tentando fazer com que o telespectador engula aquilo que eles apresentam como certo, verdadeiro e indiscutível.
      A questão perpassa por vários caminhos. Pode ser uma questão de querer fazer que você engula um modismo goela abaixo, podem te venderem um ator (atriz) de quinta categoria como uma grande estrela, um texto que não passe de um amontoado de besteiras, noções de chique e brega segundo a visão de quem nem parece chique nem brega, enfim, somos "obrigados" a fingir que acreditamos em tudo. Afinal de contas, esse é um dos trunfos da arte, nos convencer de que algo que na vida real é impossível ou difícil de acontecer se faça sem grandes percalços.
     No entanto, é preciso que haja um mínimo possível de coerência. A fé cega do telespectador também tem limites. E isso tem se relevador preocupante no assunto idade dos atores e personagens que desfilam em nossa telinha.
      O problema não é novo. Desde sempre é comum ver atores mais velhos fazendo papéis de mais novos e vice versa. Até aí nada de mais, não é? Tem gente que não aparenta a idade que tem, uns para mais e outros para menos. E como em televisão, acima de tudo, o que conta é a imagem, isso acaba sendo visto como natural.
     Temos grandes exemplos como Cláudio Correia e Castro, Elias Gleiser, Maria Estela, dentre outros que nas novelas da Tv Tupi sempre faziam papéis de mais velhos e que, muitas vezes, eram mais novos ou da mesma idade daqueles que faziam papéis de seus filhos.
      Só que o tempo da Tv Tupi e suas produções quase artesanais passou. Hoje, já faz tempo, vivemos os dias da "profissionalíssima" Globo e a coisa tem descambado para o risível.   Um notável exemplo foi a encruada novela "Em família". Nela, além de ter que suportar uma trama que nunca disse a que veio, tínhamos que ver atores em situação de quase vexame fazendo papéis para os quais não tinham nem idade nem tipo físico.
      Ana Beatriz Nogueira fazendo irmã mais velha de Natália do Vale e mãe de um cara de mais de quarenta anos (Gabriel Braga Nunes) foi impossível de aturar. Vá lá que a atriz tenha lá o seu jeitão de ter mais a idade do que realmente tem, mas não chegava para tanto. Isso para não falar de outras tantas incoerências e inconsistências presentes na mesma obra.
     Porém, parece que na atual (Império) a coisa está fazendo escola. Principalmente quanto se trata do personagem principal da novela, o tal comendador. Para começar: alguém conhece algum comendador ou quem queira ser um? Provavelmente não. Acho que isso é coisa de Portugal onde o autor parece gostar de passar a maior parte de seu tempo livre.
    Deixando as comendas para lá, o que assusta é a escalação de Alexandre Nero. O rapaz não é  ruim, mas está longe de ser a primeira opção para um personagem como esse, que também terá  que nos convencer se tem algo a dizer além de suas esquisitices.  E a questão da idade? Ele fazendo pai da Leandra Leal e do Caio Blat chega a doer.
     Não sei quem toma decisões na Rede Globo, mas essa pessoa precisa, urgentemente, aprender algumas lições de coerência e coesão. Talvez seja por falta dessas duas coisas que as novelas da emissora têm deixado tanto a desejar nos últimos tempos.

Bom domingo!

setembro 13, 2014

Faça, mas também deixe que façam.

    Principalmente quando o assunto é trabalho comunitário, é comum encontramos por aí pessoas que absorvem tudo para elas, que querem fazer tudo e que não deixam espaço para outros mostrarem que também querem e podem ajudar.. Para essas pessoas as coisas somente vão  funcionar se forem feitas por elas próprias, pois não confiam em ninguém que não seja elas mesmas.
    Para quem gosta de encontrar tudo pronto, essas pessoas são, como dizem por aí, uma mão na roda. Elas fazem barba, cabelo e bigode e você não é bobo de reclamar, não é? Pois devia. Esse tipo de pessoa, muitas vezes, quer apenas provar o quanto são eficientes e coisa e tal e são, quase sempre, mal intencionadas.
    Digo isso por que acho que não pode haver boa intenção em alguém botar o resto do mundo para descansar, ou simplesmente na condição de espectador, e fazer tudo sozinho. Nem Deus age assim, não é? Apesar de acreditamos em Sua ajuda, temos que fazer a nossa parte. Por que seria diferente quando se trata de pessoas como nós?
    Isso quando a intenção não é claramente boicotar aqueles que querem e podem ajudar. Assim, essas pessoas posam de necessárias e, muitas vezes, a únicas  capazes não deixando que ninguém além delas possam realizar algo em prol daquilo que se quer construir.
    Não estou com isso dizendo que ninguém deve aceitar ajuda dos outros ou mesmo  que algum faz-tudo da vida seja privado (a) de mostrar a sua capacidade. Longe disso. Toda ajuda é sempre muito bem-vinda. Só não permita que alguém em nome disso ocupe o lugar que só você pode ocupar ou te relegue ao ócio.
Nem podemos, em nome de nossas capacidades, impedir que outros mostrem que também têm valor. As coisas ficam  bem melhores quando feitas com a participação de todos, quando cada dá um pouco que tem ou sabe para construir algo maior e do qual todos possam se orgulhar.

Bom domingo.

agosto 31, 2014

"Direito divino".

     Os mais velhos costumam dizer algo mais ou menos parecido com: o que é da onça o lobo não come. Traduzindo, isso quer dizer que há coisas que são nossas e que mesmo que elas nos sejam negadas, acabam vindo parar em nossas mãos porque são nossas por "direito divino". e, portanto, ninguém nos pode tirar.
    Mas por que eu estou falando disso? É para, mais uma vez, falar do que aconteceu com ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela, pela segunda vez, tentou ser candidata à presidência da república e isso lhe foi negado através da impossibilidade do registro do partido que ela pretendia criar.
    No entanto, como, parece, este era o seu destino natural, ela acabou candidata depois do trágico acidente que vitimou seu colega de chapa Eduardo Campos. Uma visão apressada, pode achar que  é muito macabro, estranho, e até repulsivo uma pessoa precisar que a outra morra para que a vida lhe faça justiça e lhe dê aquilo que é de direito.
    Porém, basta que recorremos a outro dito:'"Deus escreve certo por linhas tortas". Os desígnios de Deus, e a Bíblia não nos deixa mentir, não seguem a  lógica humana. Por exemplo, Esaú era o filho, digamos, certinho, mas foi Jacó, o nem tão certinho assim, o escolhido.
    Não endosso assim essa visão "messiânica" de Marina silva e acho isso não significa que ela será eleita presidente. Isso é outro assunto. O que quero dizer aqui é que uma vez que nós de alguma forma adquirimos o direito à alguma coisa, de nada adianta que trabalhem contra. A vontade de Deus é soberana.
    E isso vale para tudo em nossas vidas. Ninguém  nos tira nem nos dá nada que não seja com a permissão do Criador. O que é nosso sempre vem parar em nossas mãos, seja pelo caminho que for e enfrentando as barreiras que enfrentar. Para isso, basta ter fé.
    No mais, é torcer para que os nossos desejos e aspirações sejam os mesmos desejos e aspirações que Deus tem para nós.

Bom domingo.

agosto 24, 2014

A divina providência.

     Em parte devido à uma frase que teria sido proferida pela, agora,  candidata à presidência da república nas próximas eleições, Marina  Silva, muito se falou nos últimos dias em "divina providência". Até aí nada de mais. Afinal de contas, é muito bom saber que temos uma força maior cuidando de nós e nos livrando dos percalços da vida, não é mesmo?
     Marina   Silva mostrou-se  sentir uma privilegiada por ter sido poupada do trágico acidente que pós fim à vida do candidato Eduardo Campos e seis outras pessoas. Mais uma digo que isso nada tem de mais. A vida é mesmo para ser comemorada.
     Só que isso acaba soando estranho. E aí vem um monte de perguntas: que divina providência é essa que poupa uns e não os outros? A mesma "divina providência" não  poderia ter agido de forma igual com os outros ocupantes do avião?
     Sim e não. A vida não é tão simples quanto pode parecer. Nem a morte é essa coisa terrível que nos faz sentir afortunados por ter-se livrado dela.  A fala da candidata está carregada de ignorância e grosseria. Porque é preciso acreditar que Deus, ou a divina providência, aja de maneira tão cruel com uns e livra outros do mesmo fim.
     Ao mesmo tempo é preciso pensar nos familiares das vítimas e pensar o quanto é difícil para eles ouviram ou verem alguém comemorar o fato de não ter entrado num avião ou estado no local de uma tragédia que em que perderam seus entes queridos. No caso, eles podiam dizer que a "divina providência" deixara seus parentes "na mão".
     Não existe privilegiados ou não. O que existe é que alguns precisam passar por determinados caminhos num certo momento e outros não. Cada um de nós tem a sua história. Às vezes essa história segue por linhas diferentes. Enquanto alguns encerram sua caminhada, outros ainda precisam seguir por mais algum tempo.
     Não há privilégio em continuar no mundo ou em sair dele. O único privilégio que existe é que todos somos filhos de Deus e que Ele nos protege a todos. Mesmo quando pensamos que fomos abandonados à nossa própria sorte.

Bom domingo.

agosto 17, 2014

A difícil arte de agradar a todos.

     É claro que saber que as pessoas gostam de mim é muito importante. Quem não se sente feliz em ser querido por todos, não é? Porém, nem sempre é possível  agradar a todo mundo. Dizem por aí que nem Deus agrada a todo mundo e seria uma grande pretensão da minha parte querer conseguir uma coisa que, acredita-se, nem o Criador consegue.
     Mesmo assim, ficamos muitos incomodados quando alguém resolve deixar claro que não vai como a nossa cara, não é mesmo? Vira e mexe e lá está a pessoa fazendo questão de mostrar o quanto nos detesta, o quanto ficaria feliz com a nossa ausência, com o nosso insucesso e até, em muitos casos, com a nossa morte. Quer nos ver evaporar desse planeta, pois julgam que só assim seriam completamente felizes.
     É óbvio que isso é uma grande mentira. Uma pessoa que perde o seu precioso tempo e a sua energia odiando e desejando a morte de outros não é para ser levada a sério. Além do mais, pense comigo, geralmente essas pessoas não endereçam as suas antipatias à apenas uma pessoa, elas odeiam e detestam aos montes.
     Portanto, se você descobriu que é desgostado por alguém, não se incomode. Essa pessoa, com certeza, detesta tudo e todos. Você é apenas mais um(a) nessa imensa lista. O que acaba, de certa forma, deixando de ser um problema, não é?
     Reze por essa alma sofredora. Ela precisa de oração, de harmonização astral.. Não entre caia na besteira de devolver na mesma moeda. É perda de tempo e energia e também é grande atraso espiritual. E sempre que possível, afaste-se dela. O mundo não tão pequeno assim, não é?
 
Boa sorte!

agosto 09, 2014

Você é comprometido (a) ?

     Não precisa se espantar.  Calma. Esta não é uma cantada.  Nem eu estou querendo saber se você ou não numa relação estável no momento. O que eu estou querendo saber passa muito longe disso. É se você é uma pessoa comprometida com algum tipo de ideologia ou se é uma pessoa livre de amarras.
    Parece papo de louco, mas não é. Cada vez mais as pessoas estão aderindo a esse ou aquele movimento em nome de uma participação maior na vida social, política ou cultural de onde vive. Falando assim, parece algo bastante bem-vindo, não é? Poderia ser, se esse engajamento fosse mais consciente e não estreitasse tanto a visão das pessoas e as levasse a viver segregadas em guetos onde só são aceitos aqueles que pensam da mesma maneira.
   Muita gente ao aderir a determinada corrente de pensamento ou modo de vida, passa a desconsiderar qualquer outra visão tornando-se intolerante aos que vivem e pensam de maneira diferente. É  a isso que eu chamo de ser "comprometido(a)". Fato que vem se tornando cada vez mais comum em nossa sociedade e acontece em diversos setores: na religião, na politica, no sexo etc.
    Cada vez mais as pessoas têm se agrupado acreditando assim estarem mais fortes e protegidas. Tudo bem. a união faz a força, alguém já disse. Mas não podemos agir acreditando que vivemos num mundo em que as pessoas devam viver em trincheiras atacando umas as outras com  vemos na política: de um lado petistas e do ouro psdbistas. Os petistas achando que tudo vai bem e os psdebistas achando que tudo vai mal e que só eles podem consertar.
    Nas nossas vidas isso também ocorre. Somos comprometidos a partir do momento em que deixamos de ter uma visão das coisas livre de amarras e aceitamos ter uma visão que não é nossa. Pensamos com os outros, seguimos essa ou aquela tendência até mesmo por comodismo ou preguiça de pensar.
     Eu vejo esse tipo coisa toda vez que peço uma opinião sincera sobre algum assunto. As pessoas  não se sentem muito à vontade para expressar seu real pensamento. Todo mundo morre de medo de falar algo que não esteja dentro de uma corrente, de um modo de pensar. digamos, conhecido e aceito.
     Será isso uma herança desse tal de "pensamento politicamente correto"? Essa máscara que se criou e que todos vestem para não sair mal na foto. Isso, no mínimo, nos deixa todos com cara de produtos em série. Ficamos todos com a mesma cara e o mesmo conteúdo. Somos comprometidos com as mesmas causas, os mesmos ideais sem que consigamos pensar no alcance de tudo isso.
E isso é bom? Tenho a leve impressão que não. Comprometimento sim, mas com as coisas nas quais acreditamos de verdade e que nascem do nosso íntimo. Não como "vaquinhas de presépio.".

Bom domingo!

agosto 02, 2014

Pessoas dominadoras.

     Alguém já disse que ninguém é uma folha de papel em branco. Por mais que julguemos que nada aconteça em nossas vidas, está sempre acontecendo alguma coisa. Ninguém aqui está falando essas coisas são importantes ou não. Não se trata disso.
     Todos, tão logo nascemos, e mesmo antes disso, passamos a protagonizar nossa própria história e o ponto final só é colocado, se é que é colocado, quando morremos. E até mesmo esse ato tão temido pela maioria é protagonizado por cada um. 
     Como dizem os filósofos, e os não filósofos também, ninguém pode viver e amar por você, sua vida só você a vive. O mesmo pode se aplicar à morte, ao sofrimento, à alegria, ao prazer e vai por aí.
     Por aí também está indo o nosso post. Não era esse o caminho que eu estava pretendendo. O que quero é falar de uma coisa que acontece com alguma constância por onde quer que a gente passe. Há  muita gente que esquece disso e acha que pode viver as vidas dos outros.
    São pais, namorados, maridos, mulheres, amigos que entram na vida de determinadas pessoas para decidir para onde elas vão, o que pensam, o que devem comer, vestir, pensar. É claro que isso, em muitos casos, acontece com a permissão da outra pessoa. O que é lamentável, pois é triste ver alguém se negar a protagonizar a sua própria história e passar esse posto para outra pessoa, passando a viver na condição de simples boneco.
     No entanto, há os casos em que isso acontece sem que a pessoa possa fazer qualquer coisa para evitar, seja porque ela não percebe ou porque se sente enredada de tal forma que tem que se submeter.
    Nesses casos, é preciso buscar a ajuda ou livrar-se o quanto antes desse domínio. Ter esse tipo de pessoa por perto não pode ser bom para ninguém. Mesmo para aqueles que gostam de ter alguém pensando e vivendo em seus lugares. Uma hora dessas a pessoa pode ficar sozinha e na falta da muleta pode não conseguir ficar de pé.
   Voar se aprende voando, andar se aprende andando. E de preferência com as próprias pernas.