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novembro 02, 2013

Vida e eternidade.

     O que é a vida? O que realmente significa viver?  São essas perguntas que nos fazemos toda vez que nos deparamos com algo que não conseguimos entender de maneira racional,  principalmente quando lidamos com a ideia de que tudo é passageiro, embora tenhamos todos a impressão de que tudo dura para sempre.
       Talvez não estejamos tão errados assim. Essa impressão faz sentido. Basta a gente levar em conta que passam os anos, .os meses, os dias, as horas e os segundos e continuamos nós mesmos, ainda que com algumas mudanças.
       Essas mudanças são provocadas por nossas vivências, nossas experiências e os caminhos que trilhamos e podem ser boas ou ruins dependendo das escolhas que fizemos ou da mão do destino. Pois acredito também que muitas vezes somos arrastados de roldão e não conseguimos nos livrar das teias e armadilhas que a vida nos prepara.
       Independente de qualquer coisa, estamos sempre lidando com as coisas eternas sem se dar conta disso ou mesmos levar isso em conta. É  a nossa eternidade que nos carrega por aí desde o início dos tempos até hoje e é ela que nos levará para sempre.
      Acreditando nisso, podemos viver sem temer esse fim que tanto nos incomoda e assusta. Mas longe de nos deixar livres de preocupação, essa eternidade nos faz mais responsáveis por tudo: por nós, pelo outro, pelo planeta que habitamos e habitaremos sempre, independente da forma que estaremos assumindo a cada momento da nossa existência, uma vez que essa "eternidade" nos faz uma coisa só e passamos a fazer parte de um todo que não se divide.
      Muitos usam o fim (a morte) como forma de nos obrigar a ser pessoas melhores, mas isso é apenas agir por medo, como se a vida fosse uma prisão. Não é nada disso. A vida é eterna. A morte do corpo é apenas uma mudança de estágio numa caminhada sem limites.

outubro 25, 2013

Crônica da novela que acabou antes de sair do ar.

     Parece estranho falar assim, mas essa é a mais pura verdade. "Amor à vida", a novela que não faz jus ao no nome que tem, agoniza no ar. Faz tempo que a novela acabou. O grande mote da novela era a mãe que procurava a filha que lhe foi tirada, isso deveria, na minha parca visão, nortear toda a história.
    Paloma, a dita mãe, passaria a novela (ou parte dela) procurando a filha, o destino a faria se envolver com o homem que, sem saber, criara a menina e o resto caberia à boa imaginação do autor para manter todo mundo ligado durante os sete (ou oito) meses que dura uma novela.
   A novela começou com fôlego e, por um momento, pensou-se que estávamos diante de uma nova "Avenida Brasil" tal era o volume de acontecimentos, passagens de tempo e mistérios que envolviam os personagens.
    Mas tudo não passou de alarme falso. Valcir Carrasco não conseguiu deixar de ser Valcir Carrasco e sua trama resvalou para o lugar comum e os acontecimentos se precipitaram. 
    Até aí, nada de mais. Acreditava-se que o autor tinha algumas cartas na manga e que embora desfazendo logo de cara alguns mistérios e outros tão absurdos (vide, por exemplo, o fato de Félix ter abandonando um bebê numa caçamba de lixo apenas porque esse bebê viria a ser mais um herdeiro de seu pai e com isso ele perderia alguns trocados) que perderam o valor dramático e agora não são nem mesmo lembrados pelo público e nem citados pelo autor em sua obra.
A trama do sumiço da garota já foi resolvida. A garota já está com a mãe e agora caminha para ficar com o pai biológico também. O que falta para acontecer na história? Além de umas tramas chinfrins, para não dizer outra coisa, tem a disputa do tal hospital San Magno (nome que em nenhum momento é explicado e todo mundo fica sem saber quem foi São Magno e quem era devoto que homenageou o santo e por quê) e mais nada.
    Caótica, a novela segue tentando parecer séria e relevante, mas não é. Tudo que se vê é uma produção da Rede Globo, onde é sabido que se gasta muito dinheiro, que não faz jus ao horário e a casa. Lamentável saber que autores da Globo ganhem tanto dinheiro para ter imaginação tão curta e rasteira.
Tramas como a da Perséfone, (que saco essa história virgindade, não?), a da rica morta no casamento, a do casal que faz sexo o tempo todo não fazem sentido e seguem sem nem mesmo o autor saber o que está querendo com elas. Sobra a trama da Márcia, a filha e o Luís Melo, mas também já passou do ponto e patinha como as outras. O resto parece um grande velório. E, convenhamos, velório todos os dias às nove da noite não dá, não é?
    E ainda temos que suportar a Suzana Vieira fingindo que é a Suzana Vieira fingindo que não é ela e as tiradas, infelizes, do Félix. Além, é claro, da mania que o autor tem de criar cenas desnecessárias recheadas de situações absurdas. Definitivamente, essa não é uma novela padrão Globo.

outubro 20, 2013

Ninguém é obrigado a ver você como você si vê

    Todos nós, salvo algumas exceções, costumamos nos ver com olhos bastante condescendentes. Alguns chegam até a ficar o  tempo todo tecendo longos elogios a si mesmos: "Olha como eu sou bom nisso", "olha como eu sou bom naquilo", "ninguém faz melhor do que eu" e vai por ai afora.
     Nada mau, não é mesmo? Afinal de contas, como dizem por aí: se a gente não gostar de si quem é que vai gostar, não é? Devemos mesmo ser os primeiros a nos elogiar. Principalmente quanto esse elogio vem na forma de incentivo, com o objetivo de nos jogar para frente e nos fazer manter a caminhada sem nos deter diante dos muitos problemas que a gente sempre encontra.
   Só que daí surge um problema. Nem sempre as pessoas com as quais nós convivemos ou precisamos conviver nos veem da mesma forma que nós nos vemos. Algumas chegam a não simpatizar nem um pouco com a nossa pessoa e há casos em que não fazem nenhuma questão de esconder isso. Basta ouvir o nosso nome ou saber do nosso envolvimento em algum negócio para começar a desfiar um rosário de  coisas ruins ao nosso respeito.
    O que fazer quando isso acontece? Tem gente que parte para a ignorância logo de uma vez,  há outros que simplesmente não tomam conhecimento e tem aqueles que tentam provar que não são bem assim e que a pessoa (ou pessoas) em questão está enganada ao seu respeito.
    Está bem. Qualquer reação é bastante natural. Mas pensa bem: ninguém é obrigado a nos ver pela ótica que nós nos vemos. Se somos "bonzinhos" como achamos que somos, os outros têm todo o direito de pensar diferente.  
    Não há dúvida que seria maravilhoso se todos nos conhecêssemos como nós nos conhecemos e que pudessem entender os motivos de agirmos dessa ou daquela maneira ou se soubessem que nunca fazemos nada gratuitamente e que cada ação nossa tem um significado e uma razão de existir.
    Como não é bem assim que a banda toca, o jeito é aceitar o veredicto do outro e perceber que nós também costumamos ver segundas e terceiras intenções nas pessoas com as quais convivemos e que achamos isso totalmente normal.
    Por isso, quando ouvir alguém dizer que acha isso ou aquilo de você, não se importe. Principalmente se for algo um tanto desabonador. Use a sua autoestima e diga para si mesmo que a outra pessoa não consegue ver o quanto você é bom (boa) e não sabe o que está perdendo.
    Podemos também usar a situação para fazer uma boa análise. Principalmente, quando muitas pessoas falam a mesma coisa, não é? De repente, as pessoas têm razão e está na hora de mudar alguma coisa. Mas essa é uma outra história...

outubro 12, 2013

Oração aos caídos.

     Alguém que conhece um pouco de espiritismo ou tem alguma noção de céu e inferno deve concordar comigo. Ao andar pelas ruas, sobretudo em grandes centros como o Rio de Janeiro, onde eu moro, muitas vezes tem-se a sensação de que estamos andando no vale das sombras, o local habitado por espíritos sem luz e sem paz.
     Eu sei que a imagem é forte e eu corro o risco de estar sendo exagerado, mas é assim mesmo que eu me sinto toda vez que passo pela região da Lapa. Pessoas bêbadas, drogadas, caídas e jogadas pelo chão. Uma visão, como já disse, infernal.
     Isso, além de me fazer sentir impotente, me faz pensar muito: o que leva uma pessoa à essa situação extrema? O que leva alguém a perder qualquer tipo de amor próprio e se deixar jogar pelas ruas como se fosse um animal irracional?
    As respostas podem ser muitas, não é mesmo? Desemprego, desilusão amorosa ou não, drogas, abandono, loucura, enfim, qualquer motivo pode levar alguém a esse tipo de situação. E quem tem que cuidar disso? Alguns já tem logo a resposta na ponta da língua: o governo. Sim, o governo. O tão aclamado "governo".
    Será que temos mesmo "governo"? Às vezes, eu tenho dúvida de que isso que temos seja mesmo governo. Mas esse é um assunto controverso, resvala para a polêmica e não é isso o que eu pretendo aqui. O que quero salientar é que se alguém, como eu, vê essas pessoas que vivem pelas ruas caídas como espíritos que se afastaram da "luz", o único jeito é orar para que elas retomem o caminho perdido, que levantem e sigam.
      Não é do homem ficar  caído. Talvez seja natural cair. Ninguém está livre de ter quedas, mas é preciso sempre se levantar e a oração é sempre uma boa maneira de fortalecer o espírito para que ele volte a animar o corpo de maneira que ele fique de pé e senhor dos seus atos e ações.
     Antes de ser feio ver pessoas caídas pelas ruas, é triste. Triste ver irmãos nossos sem razão para viver ou vivendo simplesmente como bichos. Quanto passar por alguém nessa situação você pode até dar esmolas. oferecer ajuda material, mas o que ela está precisamos mesmo é de oração. Ofereça à ela sua oração. Ore pedindo  a Deus, no seu credo e da sua forma, para que aquele irmão retome a sua vida.
    Por mais que a terra seja um planeta de expiação, aqui não é o vale das sombras, é onde devemos aprender a nos levantar sempre que cairmos.
Fé e luz no seu caminho.

outubro 05, 2013

O real inimigo.

     Existem muitas orações onde se pede a Deus ou aos santos que nos livrem dos inimigos. Uma das mais conhecidas, e que eu particularmente gosto, é aquela de São Jorge onde se diz "que os inimigos tenham olhos e não me vejam, tenham pés e não me alcancem" e vai por aí. É uma oração forte e ao recitá-la já nos sentimos mais capazes de enfrentar o, digamos, inimigo e a sua maldade.
      Porém, é comum que esse "inimigo" não esteja ao alcance dessa e de outras orações, pois ele não está fora, mas dentro de nós. Às vezes vemos inimigos por todos os lados.  No entanto, esquecemos de olhar para dentro de nós. Com isso, não nos damos conta do quanto nós, muitas vezes, somos os nossos mais cruéis inimigos. Em linguagem moderna, poderíamos dizer que somos os nossos próprios sabotadores.
    Nem sempre o inimigo está fora ou no outro. Ele está em nós mesmos, na forma como nos tratamos, na forma como nos apresentamos para o mundo, na forma que conduzimos as nossas vidas. 
     Se queremos muito alguma coisa, o que fazemos? Ficamos parados esperando que essa "coisa" caia do céu ou saímos em campo para conquistá-la? E quando vamos para esse dito "campo de batalha" procuramos ir munidos das armas necessárias ou vamos de "peito aberto" acreditando apenas em nossa boa estrela?
    Respondendo essas e outras perguntas, talvez possamos ter uma ideia exata de como estamos agindo com a gente mesmo. Não podemos colocar a culpa sempre no nosso adversário, se não procuramos estar preparados para uma disputa limpa e justa.   
    Sim, porque estamos sempre disputando algo com alguém. Desde a nossa concepção fazemos isso. Já naquele  primeiro momento foi preciso que fôssemos mais ágeis e tomássemos a dianteira. E isso não aconteceu por acaso. Aconteceu porque nos mostramos empenhamos em ganhar a batalha e agimos como o nosso maior aliado e incentivador.  E assim devemos seguir pela vida à fora: lutando sempre do nosso lado.
    Nada de falsa modéstia.  Não é errado acreditar no nosso "taco", errado é fazer apenas isso. Quando acreditamos em nós mesmos e nos preparamos afastamos todas as possibilidade de o "inimigo" agir. E isso acompanhado de uma boa oração é melhor ainda.
Bom fim de semana.

setembro 20, 2013

AMOR ou TEMOR?

     Outro dia estava andando pela rua quando ouvi uma moça falando em alto e bom som que a ira de Deus ia cair sobre esses e aqueles e que logo todos seriam aniquilados. Não me lembro de ter ouvido se ela se incluía entre eles ou se ela se julgava fora do alcance da ira de Deus. Creio que dá para pensar que sim. Afinal, todos que invocam a ira de Deus se reservam no direito de escapar dela, não é mesmo? Trocando em miúdos, Deus só usa a Sua ira contra os outros, nunca contra quem está clamando por ela.
     Mas deixemos isso pra lá.  Quando o assunto é o criador de todas as coisas é sempre bom a gente não fazer muitas afirmações. Até porque ninguém pode dizer com certeza o que agrada e o que desagrada a Deus.
     No entanto, uma coisa se pode dizer: Deus é amor. Foi isso que Jesus veio dizer a todos nós em sua passagem pela terra. Só que as pessoas, sobretudo aquelas que de uma hora para a outra se empunham de uma Bíblia e se tornam donas e senhoras da palavra de Deus, insistem em não acreditar nisso. Elas baseiam as suas afirmações nos livros do Velho Testamento onde Deus, às voltas com um povo desobediente e idolatra, tem necessidade de falar, através dos profetas, de maneira mais dura e incisiva.
     Esse tempo passou e Deus viu que o temor não aproximava o povo Dele e, por isso, nos mandou Jesus com sua mensagem de amor e fraternidade.  Não acho com isso que se deve esquecer o Velho Testamento. Pelo contrário. A vida dos primeiros homens (e mulheres) é sempre uma excelente maneira da gente entender a nossa vida de hoje com seus exemplos de vida e de fé. 
     Assim  percebemos o quanto ainda estamos distantes de entender que Deus quer apenas o nosso bem. Tanto que nos deu a vida e o direto de decidir os nossos próprios caminhos. São essas escolhas que podem nos levar a ter paz ou guerra, amor ou ódio.
    Clamar nas praças pela ira de Deus é, antes de tudo, loucura. É acreditar mais no TEMOR que no AMOR.

setembro 15, 2013

O "Fantástico" e as doenças

     Por esses dias, o programa dominical  "FANTÁSTICO" da Rede Globo comemorou os seus quarenta anos de existência. Juntamente com o programa Silvio Santos, o Fantástico deve ser o programa mais longevo dos nossos domingos. Nada mau, quando lembramos que vivemos um tempo onde as coisas já nascem fadadas a terem curta duração devido à nossa busca incessante por novidades e a nossa mania de não valorizar o que é, digamos, mais antigo. Com tudo isso, esse é um feito para se comemorar.e muito.
    Não quero dizer com isso que o programa esteja acima de qualquer crítica. Pelo contrário, em  muitos momentos deixa a desejar e não passa de um repetidor dos fatos da semana e tem ares de revista descompromissada. Inclusive, e é preciso dizer, com os seus três apresentadores batendo cabeça sem  entenderem direito o que estão fazendo ali.
    Deixando isso de lado, até porque eu não pretendo fazer uma crítica ao programa, eu quero mesmo falar de como o Fantástico esteve presente na vida dos brasileiros com suas aberturas e os seus clipes memoráveis (ambos sumiram sem deixar vestígios) e a certeza de que no final do domingo poderemos tomar pé do que anda acontecendo pelo Brasil e pelo mundo ou ver um resumão da semana, mesmo nesse tempo de internet.
    Porém, tem uma coisa que fez a fama do programa, principalmente nos anos 1980. Todos os domingos era certo que o jornalista (mais tarde, político) Hélio Costa, com sua voz cavernosa, iria anunciar a todos, além de outras coisas, uma nova doença que atacava a humanidade. Destaque para a Aids que naqueles anos (e até hoje) assustava a todos.
    Se hoje já não temos a voz "cavernosa" do Hélio Costa, temos a aparência frágil e esquelética do médico Drauzio Varela que nos fala de (olha elas aí) doenças. Num domingo desses ele falou, e muito bem, de autismo. Cheguei a me lembrar do Hélio Costa de anos atrás e fiquei pensando que o médico acaba fazendo com que todo mundo fique se perguntando se tem ou não os sintomas da doença da qual ele está falando no momento. É claro que essa não é a sua intenção, mas não dá evitar ou dá?
    Com ou sem hipocondria, parabéns para o Fantástico.