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janeiro 10, 2021

Cidadãos cumpridores de seus deveres.



Não são raras as situações em que sacamos da frase "Sou um cidadão cumpridor dos meus deveres e mereço respeito". Infelizmente, quase sempre que lançamos mão dessa frase estamos agindo na direção contrária do que realmente significa ser um "cidadão cumpridor de seus deveres".

Mas o que realmente significa ser "um cidadão cumpridor de seus deveres"? Talvez nunca tenhamos a resposta exata, pois não depende do nosso julgamento e, sim, de uma série de circunstâncias que, muitas vezes, nos escapam no momento em que fazemos essa afirmação. 

O importante é que não usemos o fato de agirmos dentro da lei para desculpar prováveis pequenos deslizes que, por acaso, cometemos no dia a dia. O fato de pagarmos nossos impostos e mantermos nossas contas em dia, respeitarmos idosos e crianças, não furar filas, dirigirmos com prudência, não avançar sinal de trânsito, não jogar lixo na rua, só para citar alguns dos nossos muitos deveres como cidadãos, não nos dá o direito de agir de forma diferente, mesmo que seja de forma acidental.

Ninguém está livre de uma hora ou outra "sair da linha", afinal não é fácil viver em sociedade, principalmente nesses tempos em que todos buscamos nossos direitos. Nunca a ideia de que seu direito termina onde começa o meu, e vice-versa, esteve tão certa. Temos, antes de qualquer coisa, de estarmos atentos às regras do bom-convívio, pois, só dessa forma, estaremos agindo como verdadeiros cidadãos cumpridores de seus deveres.

Boa semana.


janeiro 01, 2021

Enfim, 2021.



Tradicionalmente, a chegada de um novo ano é motivo de muita festa e comemoração. Afinal de contas, marca a chegada de um novo tempo no qual se espera a realização de muitos desejos, sonhos e projetos; na hora da virada, explosões de fogos e gritos se misturam, e mesmo os mais desanimados não conseguem ficar de fora.

Porém, este ano, embora a felicidade de estarmos vivos e bem já fosse razão bastante para festejar, pisamos fundo no freio na hora das comemorações; 2020 não foi um ano fácil para todos nós e 2021, de certa forma, herda as dificuldades que enfrentamos; o recrudescimento da COVID-19 não nos deixa baixar a guarda nos cuidados que a prevenção contra a doença exigem.

No entanto, não podemos desanimar; a vacina vem aí. Sem esquecer tudo o que aprendemos nesses tempos difíceis,  o novo ano chega trazendo em seu bojo a chance de mudarmos o rumo dessa história. Sabemos que só depende de nós; mesmo com a vacina, não podemos voltar aos nossos hábitos de antes da pandemia. É preciso que mantenhamos os cuidados que o combate ao vírus nos ensinou a tomar. Só assim, poderemos viver com um pouco mais de tranquilidade.

Para que 2021 seja realmente melhor que do oi 2020, teremos de cuidar de nós e todos daqueles com os quais convivemos. Não somente dos mais próximos, mas de todos, em geral. 2020 nos ensinou que precisamos deixar de ser egoístas, individualistas. Não vivemos sozinhos no mundo; tudo o que fazemos atinge os outros e tudo o que eles fazem nos atinge, para o bem e para o mal.  "Amai o próximo como a ti mesmo": nunca esse ensinamento de Jesus fez tanto sentido como agora. Portanto, amemos muito em 2021.


Feliz 2021!

dezembro 27, 2020

A viagem, novela de Ivani Ribeiro: muito além do espiritismo.





A volta ao ar da novela A viagem, de Ivani Ribeiro, pelo canal Viva, mostra a força que a obra da autora tem desde que foi lançada pela primeira vez, no já longínquo ano de 1975, pela Rede Tupi de Televisão. O sucesso que a trama, assumidamente de temática espiritualista, faz desde então é incontestável; o público não se cansa de acompanhar a história escrita com base no livro "Nosso Lar", psicografado pelo médium Chico Xavier

A novela, que arrasta multidões de fãs, foi reprisada em 1980, pela própria Rede Tupi, pouco antes de seu, até hoje lamentado, fechamento. Em 1994,  Ivani teve a feliz ideia de reescrever a trama para a Rede Globo, com pequenas alterações, principalmente nos nomes de alguns personagens, repetindo o mesmo sucesso da versão original.

A versão apresentada pela Globo já teve várias reprises, e arrasta uma legião de fãs, porém não pense que são formados apenas por espíritas ou simpatizantes da doutrina; a maioria é composta por pessoas que não professam, nem mesmo aceitam, a possibilidade da vida após a morte, há mesmo aqueles que sequer para pensar no assunto, o que só aumenta sua mística.

Isso faz pensar que a novela tem encantos que extrapolam o espiritismo ou qualquer ideia de proselitismo. A verdade é que Ivani Ribeiro, como não me canso de dizer, era uma novelista incomparável, a maior que jamais se viu. Mulher culta e espiritualizada, ela não era apenas uma novelista que se preocupava em entreter os telespectadores ou conseguir altos índices de audiência; acima de tudo, queria informar e fazer pensar. Quem, após ver a novela não parou para pensar na "vida após a morte" ou se interessou em conhecer, mesmo que por mera curiosidade, a doutrina espírita?

Em sua estreia, em 1975, na Tupi, a novela enfrentou forte resistência da igreja católica, que a considerava contrária aos seus ensinamentos, mas não impediu que os fiéis a acompanhassem. Por outro lado, se analisarmos mais detidamente sua trama veremos que a trama vai além do espiritismo, principalmente de levarmos em conta o ano de sua primeira versão. Falar de separação de casal (Téo e Diná), vida marginal (Alexandre), diferença de idade entre casais (Téo e Diná), emancipação da mulher (Diná, Estela, Carmem, Fátima, para citar algumas), e vários outros assuntos espinhosos, mostram o quanto a autoria tinha preocupação de fugir da alienação normal das novelas da época.

Se você, por acaso, ainda não viu, corra para ver; se já viu, o que é bem mais provável, tem a chance de assistir mais uma vez e absorver todos os seus ensinamentos e se deliciar com os encantos da trama.


Boa semana.

dezembro 25, 2020

Natal: festa da esperança.



Aprendemos desde pequenos que o natal é o dia de ganhar presentes. Por isso, passamos o ano inteiro esperando que chegue logo para recebermos tudo o que tanto desejamos. Para as crianças, os brinquedos cada vez mais sofisticados e que pouco diferem da parafernália que todos usamos no nosso dia; para os adultos, o carro, a casa, a viagem dos sonhos e tudo mais que se possa imaginar.

O "Papai Noel" tem cada vez mais trabalho para atender os mais diferentes, e até mirabolantes, desejos de pequenos e grandes pedintes; na hora de pedir ninguém faz por menos: quer sempre o que há de mais caro e difícil de ser encontrado.

Não são poucos os que julgam que isso desvirtua o verdadeiro sentido da data, pois a transforma apenas num momento de gastança, que faz a alegria dos comerciantes. Afinal, o natal é a festa do nascimento de Jesus e toda a simbologia que sua chegada ao mundo  representou e continua representando para todos nós.

No entanto, em meio a essa corrida comercial para ver quem conquista mais consumidores existe todo um propósito embutido, que não é tão mundano quanto parece; através dessa "farra consumista" as pessoas se dão mais umas às outras, se aproximam mais, se perdoam mais mesmo que seja pelo breve período de uma noite ou um dia.

Seja como for, o Natal  sempre será a festa da esperança, o dia em que paramos, embora muitas vezes sem ter muita consciência disso, para comemorar, pois um menino nos foi dado para acender em nossos corações uma luz que não se apaga: a luz da esperança.


FELIZ NATAL!

dezembro 20, 2020

Surpresas da vida


Sabe aquele momento em que você descobre que sempre esteve da margem oposta da vida, pois o tempo todo caminhou exatamente pelos caminhos que procurou evitar? Casou a pessoa com a qual sequer imaginou ter algo mais sério que um simples flerte, e com ela tem vivido há anos numa integração que jamais poderia imaginar; é próximo das pessoas que de certa forma despreza, mas são elas que têm se mostrado leais e companheiras nos momentos que você mais precisa, e aquelas que admira ou mesmo ama do fundo de seu coração estão o tempo distantes e ocupadas quando as procura. E aquele emprego que tanto almejou, mas que revelou um atraso de vida? Triste, não é? Você fez tantos planos. O salário, o ambiente de trabalho, as chances de crescer... Tudo mera falácia. Conto do vigário. No entanto, aquele outro pelo qual não dava nada se revelou promissor. Faz quanto tempo que você está trabalhando nele? Nem pensa em sair, não é? O casamento que você só topou para não ficar sozinho...  Está comemorando bodas de quê mesmo? Aquele filho, ou filha, que você teve tanta dúvida se deveria ou não deixar vir ao mundo, porque não estava preparado financeira e psicologicamente, virou uma pessoa de bem e não para de te surpreender positivamente desde que nasceu. 

Muitas coisas surpreendentes acontecem o tempo todo, não é mesmo? Não se espante, nem se preocupe; a vida é assim mesmo. O tempo o todo está nos mostrando o quanto estamos enganados, o quanto não temos noção do que é realmente é  bom para nós.  Nosso olhar embotado e  extremamente humano, muitas vezes, nos impede de entender que nossa passagem pela terra faz parte de um plano maior, em que a nossa vontade, ou desejo, nem sempre nos leva para os caminhos que devemos seguir. É nesse momento que algo acontece nos arrastando para o lado que vai fazer nossa vida ter sentido. Podemos chamar isso de destino, acaso, ou qualquer outra nome à nossa escolha. O importante é que o balanço que fazemos, no final das contas, é quase sempre positivo, pois nos sentimos gratificados por ter chegado aonde chegamos. Isso é o que muitos costumam chamar de felicidade. Respire aliviado e siga vivendo; as surpresas não param nunca.


Boa semana para todos.


dezembro 13, 2020

Pelé e Maradona no céu.



Toda vez que morre um artista ou esportista ouvimos alguém dizer que aquela pessoa está no céu fazendo isso aquilo: se for cantor ou cantora, passará a eternidade dando canja; esportista, praticando sua modalidade de esporte, ator ou atriz atuando, bailarinos, dançando; e vai por aí. Uma frase muito usada nessas ocasiões ´´e: "O céu está em festa.", geralmente sacada quando morre um sambista ou comediante.

Porém, dessa vez, o jogador de futebol Pelé resolveu inovar afirmando em suas redes sociais, diante da noticia da morte do também jogador de futebol Maradona, que pretende se encontrar com o colega no céu para juntos jogarem bola. Olha, a afirmação passa, no mínimo, que alguém que morre nas condições em que morreu o craque argentino estaria apto para sair correndo por gramados tão logo chegasse ao "céu". Como se jogadores de futebol, atristas, etc. se ascendessem às altas esferas celestes simplesmente porque exerceram aqui na terra esses ofícios, em detrimento de simples mortais como nós.

Grande equívoco ou simples pretensão, difícil julgar. O que se pode afirmar é que ninguém, famoso ou anônimo, sai da terra diretamente para "céu". Ainda mais em se tratando de pessoas que tendo nascido com dons especiais fizeram disso o seu motivo de queda e não de ascensão espiritual. Aprendemos que àqueles aos quais muito foi dado muito será exigido. Improvável que pessoas como os dois ídolos do futebol por terem alegrado as torcidas dos times pelos quais jogaram estivessem aptos para tal, despeito de suas vidas errantes; futebol e fama não são passaportes para o paraíso.

Bem verdade que Pelé apenas reproduziu uma crença que muitos têm de que quando morrerem vão direito para um lugar especial por que tiveram uma vida de destaque aqui na terra. Ouso dizer que é exatamente por esse motivo que dificilmente esse desejo se concretizará. Temos um longo caminho a percorrer antes de ir para o "céu". Primeiro teremos de nos despir de todas as nossas vaidades, vícios e arrogância.


Boa semana

dezembro 06, 2020

Mandando indiretas.

Muita gente ao se ver impossibilitado de dizer o que está pensando opta por falar sem falar, ou seja, através de indiretas, que nada mais são do que aquelas frases, aparentemente sem sentido, que dizemos como se não quiséssemos dizer nada, mas que dizem muito. 

No entanto, na maioria das vezes, a pessoa a qual se está tentando mandar o recado não entende, ou finge que não entende, fazendo com que o falante seja visto como louco ou lunático.

Falar por meio de indiretas sempre foi bastante usado por aqueles que querem ser sincero sem ferir suscetibilidades; diz-se o que se pensa sem se comprometer, cabendo ao ouvinte "vestir a carapuça" ou não. O problema é que quase  nunca a pessoa veste a carapuça e o dito fica pelo não dito. Ou seja, falar por meio de indiretas é perda de tempo.

Em tempos do "politicamente correto" ficou impossível ser sincero e dizer a verdade um risco incalculável; basta uma palavra dita fora do contesto para que o mundo vire as costas e te julgue como um pária. Tempos difíceis para os amantes da verdade, para aqueles que insistem em acreditar que a sinceridade deve estar acima de qualquer coisa. Devo confessar que faço parte dessa turma e sofro toda vez que tenho de me fazer de surdo para  não correr riscos.

Muitos dizem que o mundo ficou mais chato depois do "politicamente correto". Digo mais: estamos vivendo tempos de retrocesso; quando tínhamos tudo para nos tornarmos mais adultos retornamos à infância. Não aquela infância da qual todos sentimos saudade, mas a infância da humanidade, no tempo em que nada podia ser dito e tudo era proibido.   

O ideal seria se pudéssemos, sem hipocrisia, dizer exatamente o que estamos pensando. Verdade que ninguém pode sair por aí falando o que bem entende, mas um pouco de sinceridade evitaria muito mal-entendido; muitos tomam nosso silêncio ou nossa "mentirinha" como algo nossa verdadeira opinião.

Boa semana.