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novembro 08, 2012

Motivo de queda ou soerguimento".

     É mais que comum a gente se sentir bastante insatisfeito com tudo aquilo que obtém na vida, sendo possível até mesmo afirmar que dificilmente encontramos pessoas plenamente satisfeitas e realizadas, pois a insatisfação é da natureza humana. Graças á ela é que chegamos, para o bem e para o mal, aonde estamos e o nosso mundo se encontra do jeito que está.
     Somos mesmo movidos pela nossa eterna insatisfação. Estamos sempre desejando coisas novas e quando as conseguimos, ou não, logo passamos a desejar outras num jogo que não tem fim. E isso, como já dissemos, é bastante natural por fazer parte de nós, da nossa condição.
     Porém, há casos em que esta insatisfação, essa busca desenfreada por algo que nem sempre sabemos exatamente o que é, nos leva a caminhos um tanto quanto nebulosos. Desejamos apenas por desejar, sem medir as consequências, sem perguntar se a coisa desejada é mesmo importante ou necessária em nossas vidas ou se apenas queremos acumular.
     É nessa hora que  acabamos sendo vítimas dos nossos desejos. Acompanhando a marcha desse nosso mundo moderno que nos leva ao consumismo desenfreado, julgamos que só seremos felizes se possuirmos isso ou aquilo, do contrários seremos eternamente condenados à infelicidade perene.
     Mas basta adquirir aquela coisa para descobrimos que não era verdade, que não nos tornamos mais felizes com aquela aquisição, muito pelo contrário, a nossa insatisfação permanece intacta, continuamos desejando algo que acreditamos ser material, pois na nossa visão só as coisas materiais podem trazer alegria e satisfação, que só elas podem ser motivo de soerguimento, só elas podem nos elevar.
     Infelizmente, não se pode negar que essa visão tem sido, sim, motivo de queda para muita gente. Ao desejar tão e somente bens materiais nos afundamos no lamaçal da falta de perspectivas futuras mais sólidas que nos levem ao desapego.
     Enquanto vivemos nesse mundo precisamos de bens materiais, dinheiro. Sem eles não se pode viver, é verdade. O que é preciso lembrar é que não ficaremos para sempre nesse mundo. Chega uma hora em que esse amontoado de coisas passa a fazer peso. Apenas peso, nada mais. Os bens que exibimos na praça, os últimos lançamentos não são capazes de melhorar a nossa figura diante de nós mesmos.

novembro 04, 2012

"Caiu na rede".

     Dia desses, rolou na internet, sobretudo no facebook, um alerta de pessoas preocupadas com violação da privacidade nos sites de convivência. Esse alerta era bastante enfático e buscava chamar a atenção para que as pessoas tomassem cuidado com as coisas que publicam em seus perfis.
     Até aí, tudo muito bom. É legal saber que as pessoas se preocupam em alertar umas as outras sobre os perigos e riscos que se corre na internet para que todos tenham a chance de não cair em armadilhas. Bastante louvável a iniciativa e que isso aconteça sempre. As pessoas precisam mesmo ser solidárias umas com as outras. E essa é boa forma de demonstrar isso.
     São essas "pequenas" contribuições que fazem a diferença e podem evitar crimes muito maiores (como pedofilia, roubos de senhas bancárias e muito mais)  e que, todos devem saber, a internet está cheia deles. Mais que isso: a internet ainda parece ser uma "terra sem lei". Dessa forma, todo tipo de cuidado que se possa ter, é pouco.
     Só que existe um porém, ou melhor dizendo, existem perguntas que não querem calar: como pode uma pessoa querer manter a sua privacidade, se ela, por sua própria vontade (pelo menos assim nos parece) posta fotos, vídeos, faz comentários, críticas, dá opiniões, conversa sobre todos os tipos de assuntos de forma aberta e livre? Será que essas pessoas que expõem suas vidas na rede são ingênuas e desinformadas, sem nenhuma noção do que estão fazendo, ou estão, sim, apenas querendo aparecer?
     São perguntas que me faço e, acredito, muitos devem se fazer também. Porque não se pode querer manter sua privacidade ao mesmo tempo que se expõe, acreditando que aquela exposição só está sendo feita para um grupo seleto de pessoas, "os seus amigos virtuais" e que só eles e ninguém mais terá acesso ao que foi postado.
     Infelizmente, é preciso que se diga que isso é pura ingenuidade. Principalmente sabendo que em termos de internet não há ninguém que seja santo. Todos entram em tudo. Para isso, todos sabemos, basta um simples clic. Eu mesmo, no momento em que escrevo esta postagem, sei que não terei o menor controle sobre quem terá acesso à ela e sobre qualquer outra coisa que eu venha a publicar aqui.
     Confesso que não sei se seria bom ter esse controle. Aliás, qualquer tipo de controle assusta um pouco, porque lembra censura, autoritarismo. Por isso, não existe outra saída senão nós mesmos termos o bom senso de sabermos discernir sobre o que queremos e o que não queremos que caia na rede. Depois, como diziam antigamente, muito antes da internet: é reclamar com o bispo.

novembro 01, 2012

Uma pequena confusão.

     "Quem pensa, não casa". Essa afirmação é uma expressão que era muito usada em Ibiá, interior de Minas, minha cidade natal, toda vez que alguém se mostrava muito indeciso nos rumos que daria para sua vida ou a um negócio. E até hoje, toda vez que me vejo um tanto atarantado, meio sem rumo na vida, ela me vem à cabeça.
     O pior é que descobri que esses momentos não assim tão raros como eu pensava que fossem. Vira e mexe e lá vem a conhecida, e também temida, dúvida, indecisão, medo de dar um passo maior que a perna e vai por aí.
     Aliás, não vai coisa nenhuma. Até que seria bom que ela fosse embora. Mas ela é insistente e fica. Ainda que eu tente não dar muita bola, fingindo que ela não existe. É nessa hora que a gente pensa em como seria bom se os oráculos do tempo dos gregos antigos ainda existissem. Bastaria chegar e fazer a pergunta que a resposta vinha. Pelo menos a história nos faz crer que era assim.
     Se era ou não, acho que nem tem importância. Afinal de contas, eles (os oráculos) não existem mais, ou até que existem (estão aí as cartomantes, os videntes e toda sorte de prestidigitadores), mas o que me deixa bastante aliviado é saber que a dúvida é tão velha quanto a humanidade. Ela já nasceu com o homem.
     Haja vista que Adão, o aclamado primeiro homem, teve lá as suas dúvidas (ou será que não teve?) quando Eva, a também aclamada primeira mulher, ofereceu a ele a maçã, ou seja, o fruto proibido. Portanto, eu não tenho motivos para me se sentir infeliz porque a danada da dúvida chegou e montou acampamento.
     O jeito é continuar pensando e pensando. Pesar prós e contras, calcular os riscos, E se depois de tudo isso, ela persistir o jeito vai ser arriscar. Como diziam lá em Ibiá também: quem não arrisca, não petisca. Se bem que entre casar e petiscar (que eu ainda estou para saber o que vem a ser isso exatamente), penso que petiscar deve ser mais fácil e menos perigoso (sem nenhuma conotação contrária ao casamento, por favor).
     Se bem que, dependendo o petisco ( isso, se pesticar for mesmo o que estou pensando que é), pode resultar numa bela dor de barriga. Alguém poderia dizer que dores de barriga são melhores (ou menos piores) que dores de cabeça (novamente, sem maldade). Nesse caso, a saída  mesmo pode ser petiscar, ou melhor, arriscar. Acho que confundi tudo. Na próxima, eu prometo que vou procurar ser mais claro.

Bom feriado a todos.

outubro 27, 2012

A voz das minorias.

     É bastante natural que as pessoas busquem companhia, não é mesmo? Dizem até que as pessoas se atraem umas às outras de acordo com os seus interesses, inclinações, desejos formando grupos e em certos casos, gangues, facções e coisas do gênero. Aparentemente isso não tem nada demais, creio eu, afinal, torna-se mais fácil a convivência quando todas as pessoas ao nosso redor falam a mesma língua, ou seja, a nossa língua.
     Porém, em muitos casos, isso é usado para criar verdadeiros muros separatistas. Grupos se formam e se relacionam entre si fazendo nascer diferenças que acabam sendo transformadas em ódios mortais. É dai que nascem as guerras e todos os tipos de confrontos. Um grupo passa a achar que é melhor do que o outro e que deve lutar para destruir ou dominar o outro.
     A história da humanidade está cheia desse tipo de coisa: impérios contra impérios, povos contra povos, religiões contra religiões numa luta sem fim que atravessa os tempos. Mesmo hoje em dia, quando nos gabamos de sermos tão modernos e adiantados, continuamos a agir como os bárbaros de antigamente.
     Parece que a beligerância faz parte do DNA da humanidade, que nascemos para estar permanentemente em estado de guerra. Países se armam uns contra os outros comprando e construindo armamentos pesados como mísseis e explosivos de toda sorte, gangues dão os gritos de guerra através da internet marcando duelos mortais.
      E tudo isso por que? Porque não sabemos lidar com as diferenças. Não conseguimos aceitá-las e respeita-las como seria o natural. Embora seja comum ouvirmos que somos todos iguais, que temos todos os mesmos direitos. caminhamos na direção contrária: basta que se veja alguém diferente para que essa história de igualdade venha caia por terra.
     Descobrimos que tudo não passa de discurso fácil, que prega-se uma coisa e vive-se outra completamente diferente. Dessa maneira, aqueles que não se enquadram nos padrões ditos normais sofrem para viver e conquistar o seu espaço e terminam por ter que viver segregados à margem, sem direito a voz, sem poder desfrutar daquilo que lhe é de direito.
     Falando assim, parece discurso de maluco, mas, infelizmente, nossa sociedade está cada vez mais intolerante quanto às diferentes quando, na verdade, tentamos fazer crer que estamos cada vez mais liberais e acolhedores.
    Nos jornais, as notícias não nos deixam mentir. E a mais dura delas é a de uma menina que sofreu um atentado. Seu crime: desejar estudar e ter voz em sua sociedade.

outubro 23, 2012

Respeito ao adversário.

     Parece que não tem mesmo jeito. Querendo ou não, vez por outra, a gente se vê disputando algo com outra pessoa: seja um emprego, a atenção de uma pessoa, um lugar à sombra, um acento na condução, a vez de falar, a vez de ser ouvido, enfim, qualquer coisa. Das mais importantes e vitais para a nossa vida, àquelas, aparentemente, sem grande importância, mas que, sabe-se lá por que, fazemos tanta questão.
      Acho que já falei aqui sobre ter cuidado com os nossos adversários, do quanto eles podem ser desleais. E continuo achando que devemos estar alertas, as pessoas costumam perder a linha quando se vêem disputando alguma coisa com alguém. Não medem esforços e, algumas, são capazes de praticar golpes baixos.
     Até aí, nada de novo, não é? As pessoas continuam as mesmas, as situações de repetem indefinidamente. No entanto, como tudo na vida, a questão tem dois lados. É preciso que tenhamos cautela antes de sair classificando esse ou aquele de inimigo ou adversário só porque essa pessoa deseja exatamente aquilo que queremos para nós. Só isso não faz de ninguém, necessariamente, uma pessoa desleal. Há que se ter parcimônia nessa hora. Todos temos os mesmos direitos.
      É aí que entra uma coisa chamada respeito. É esse o sentimento que devemos nutrir por todos aqueles com os quais nos cruzamos na vida. Principalmente aquele que se encontram do lado oposto a nós; aqueles que nunca vimos na vida, mas que o destino quis nos colocar uns contra os outros numa disputa, por exemplo, de uma vaga de emprego, de uma posição vital para nós e que, também, é importante para eles.
     Que Deus não permita que levados por sentimentos de raiva, prepotência, medo, orgulho ou vaidade ou dificuldade de aceitar os fatos tentemos prejudicar aqueles com os quais temos que disputar o que quer que seja. Que saibamos ser imparciais e admitir que o outro merece tanto quanto nós a vitória. Mesmo que isso seja difícil ou quase impossível de aceitar nesse mundo onde o importante não é competir e sim, vencer.
     Respeitando nossos adversários estamos respeitando a nós mesmos, pois, caso vençamos (e é isso que todos sempre esperamos) teremos certeza que a nossa vitória foi justa e honesta, que não trapaceamos ninguém e não aplicamos nenhum golpe sujo que possa manchar a nossa vitória.

outubro 20, 2012

Resistência.

     Não sei se todos vão concordar comigo, mas acho a palavra resistência uma daquelas que a gente não pode deixar de fora do nosso vocabulário cotidiano. Ela vem  do ato de resistir, manter-se firme, suportar e é quase um sinônimo de heroísmo, bravura. Principalmente nesses nossos dias em que somos levados a toda hora a pensar no seu oposto que é a desistência. Tantos são os problemas que enfrentamos, os obstáculos que encontramos.
     Não poucas vezes em nossas vidas ela é necessária. É resistindo que conseguimos chegar ao fim de nossos empreendimentos. Sem ela desistimos, caímos pelo caminho sem atingir os nossos objetivos, dos mais simples aos mais complexos. Nada na vida se obtém sem que ela seja acionada tanto na forma de força física quanto espiritual. Ninguém vai a lugar nenhum sem  acionar dentro de si uma boa dose dela.
     Muitos a tem naturalmente. Traz dentro de si essa força que leva a resistir em momentos difíceis da vida as mais duras provas, vencer os obstáculos que para muitos poderiam ser fatais. Nesse caso, ela pode chamada de fé, confiança, otimismo.
     Por outro lado, quem não a tem, física ou espiritualmente, não raro, luta para encontrá-la. Afinal de contas, ela pode ser obtida através do treino e do estudo, da luta pessoal contra o desânimo, a preguiça e o negativismo.
     Mas não pense que é fácil: ter resistência, em qualquer um dos seus muitos aspéctos não é moleza. É preciso olhar para frente e vislumbrar uma vida melhor com conquistas e vitórias e estar certo de que a vida não é feita de facilidades, que a felicidade passa, muitas vezes, pelo caminho da dor e do sacrifício. Os que pensam que as coisas "caem do céu", geralmente acabam por ter suas expectativas frustradas, pois nossa cota de empenho e resistência a qualquer momento será cobrada.
     No entanto, resistência também pode ser sinônimo de falta de vontade e coragem de aceitar o novo ou lutar por mudanças. Em muitos casos, resistência pode significar estagnação, ficar parado sem ânimo para dar um passo necessário para que novos caminhos se abram e se possa enxergar um mundo melhor. E isso, convenhamos, não é nada bom, não é? Devemos ter resistência para vencer os obstáculos nunca para fortalecê-los.

outubro 18, 2012

A descoberta de Marina.

     Marina era uma daquelas pessoas que, se não podiam ser classificadas como desafortunadas, também não podiam ser chamadas de sortudas. Vivia o que podia classificar de una vida simples e corriqueira. Uma das coisas que a deixava cabreira, era o fato de que parecia que ela estava sempre vivendo numa espécie de contramão de tudo o que ela desejava ou necessitava para sua vida.  Nao raros foram os momentos em que ela se considerou infeliz mesmo.
     Como ela chorou e praguejou contra a vida, contra Deus e contra toda a existência. Não compreendia mesmo o mecanismo da vida: se ela pedia uma coisa, recebia outra completamente diferente ou, quase sempre, não recebia nada. Ficava triste, acabrunhada, resmungava pelos cantos.
     Porém, como todo quase todo mundo, ela logo esquecia aquele infortúnio e tratava de levar a vida adiante. Acreditava muito em Deus e que um ia ela a sua sorte acabaria mudando. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Marina seguiu sua vida vivendo de maneira modesta e vendo muitas pessoas à sua volta terem muito mais do que ela.
     Isso trazia de volta aqueles pensamentos que tanto tentava evitar, mas que vinha sempre à sua mente: Será que Deus é injusto e dá mais para uns do que para outros? Onde está a minha boa carreira, o marido e os filhos que não tive? A casa boa, as viagens que não fiz? Por que uns têm tanto e outros são obrigados a amargarem uma vida de sofrimento, de falta até das coisas básicas?
     Não é preciso dizer que Marina não encontrou resposta para nenhuma de suas indagações, não é? E que chegou um certo tempo em que todas elas, aquelas indagaçoes, desapareceram. O tempo passou, os invernos ficaram cada vez mais rigorosos e Marina morreu.
     Lá do outro lado veio a surpresa: Marina percebeu que a mudança de estado a deixou muito bem e que ela agora sentia-se feliz por ter cumprido uma vida que parecia tão pouco feliz aos olhos da terra de maneira tal que não tinha arrependimentos. Agora ela via que as fortunas da terra, muitas vezes, nos afastam das fortunas do céu.