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maio 08, 2010

Uma rosa com amor

          Aqui estou eu, novamente, voltando ao tema: novela. Desta vez para falar da novela do SBT, Uma rosa com amor. Sabemos que esta emissora jamais primou por dar continuidade a seu núcleo de novela. A vezes produz novelas importadas dos paises, nossos vizinhos, de língua espanhola ou apresenta  do original, literalmente, outras vezes tenta reproduzir novelas que foram "sucesso" em outros canais e até "ressuscita" novelas como foi o caso de Pantanal, Xica da Silva e Dona Beija, ambas da falecida Tv Manchete. Quase nunca produz novelas orginais. Isso, de início, já deixa todos de pé atrás.
          O mesmo acontece agora com Uma rosa com amor. Sílvio Santos, o dono do canal, parece ter comprado as novelas que Vicente Sesso escreveu como contratado da Tv Globo nos anos de 1970. Até aí nada de mais, além, é claro, do fato de nosso amigo Sílvio Santos ter o dom de querer produzir apenas aquilo que foi testado e aprovado. Creio que ele não é dado a investir no novo, no desconhecido. A meu ver, um grande erro. As novelas já produzidas, quando o foram, tiveram seu momento e sua razão de ser. É raro o ramake que repete o sucesso e empatia da primeira versão. Salvo, é claro, as novelas que a Ivani Ribeiro reescreveu para a Tv Globo, a maioria ramake de sucessos dela na Tv Tupi. Faço lembrar também os ramakes do próprio SBT (Éramos Seis, As púpilas do Senhor Reitor e até Sangue do Meu Sangue, do mesmo Vicente Sesso) que foram boas produções e que não fizeram feio. No mais, até a Tv Globo patina no IBOPE quando tenta refazer suas próprias novelas ( as de Janete Clair são verdadeiros fiascos e Ciranda de Pedra, simpática novela dos anos 1980, ficou, irreconhecívelmente,  ruim) que foram grandes sucessos.
           Devo salientar o fato de que os ramakes da Globo quase sempre são praticamente novas produções com o erro grave de ser conduzidos por autores renomados e com universos muito diferentes daquele do autor original. Dias Gomes com Irmãos Coragem, Glória Perez com Pecado Capital são dois bons exemplos desse desastre.
          Porém, Uma rosa com amor parece não seguir esse caminho. Tiago Santiago não fez modificações muito grandes no original e demonstra um certo respeito à obra. Isso é bom, pois não a descaracteriza, Por outro lado, a novela é dos anos 1970, uma época em que as novelas eram mais lentas e o público não se importava com isso. Situações de fácil solução se arrastavam por semanas e o público se mantinha fiel. Hoje as coisas são diferentes. Com o surgimento e popularização de várias tecnologias, o público se tornou mais exigente. Não suporta mais tramas arrastadas e um tanto bobinhas.
          Posso afirmar que Uma rosa com amor não é uma novela ruim. Pelo contrário, tem uma produção esmerada e que até merece meu aplauso. O elenco, salvo alguns equivocos como Isadora Ribeiro como Roberta Velmont ( parece que ela viu a versão original e tenta imitar a nia Carreiro) e Mônica Carvalho como Nara Paranhos (que embora bonita e lembrando a Yoná Magalhães, não passa a maturidade que o papel precisa), o restante cumpre bem a tarefa. Destaque para Jussara Freire (sempre boa), Bete Faria ( surpreedente), Edney Giovenazzi, Etty Frazer( dá saudade da Tv Tupi da minha infância) e muitos outros.
           Não seria demais pedir ao Tiago Santiago que imprimisse um ritmo um pouco mais acelerado para as tramas, além de melhorar, seu maior pecado, os diálogos. As vezes chegam a parecer um tanto caóticos ou com fumaças intectualóides, ou seja, chatos. Além de lembrar que essa trama, hoje em dia, tem um pouco de dificuldade de convencer. Essa história de solteirona que obedece cegamente ao pai... Sei lá. Hoje, uma moça como Serafina Rosa ( que nome, hien?) que trabalha, já teria dado seu grito de inependência. Até o Pimpioni talvez esteja um tanto perdido nos nossos dias. A única coisa que continua extremamente atual e que não foi muito explorada é a solidão. Serafina mandar flores para ela mesma figindo recebê-las de um namorado  imaginário, merecia ter sido mais explorado. Mas o verdeiro senão é o horário. Não pederia ser pior. 20:15 não é um bom horário. Talvez esteja aí a raiz do problema da audiência ainda não ter decolado como está merecendo.
          No mais, é torcer para que o Sílvio Santos não bote tudo a perder com sua mania de caçador de tesouros perdidos.
  

maio 07, 2010

Tempos Modernos - a novela

            Eu sei que todos ficam pensando o que leva uma pessoa a escrever sobre novelas de televisão, programa que muitos afirmam não assisitir (não é o meu caso), com tantos assuntos, digamos, mais na ordem do dia. Mas, calma, eu explico. Não desejo falar exatamente da novela das sete da Tv Globo, Tempos Modernos. Embora a novela seja um assunto palpitantem, a começar pelo título.
          Acredito que, como eu, muitos pensaram que viria pela frente uma novela daquelas que iriam revolucionar a, atualmente morna, dramaturgia nacional. Que nada! Trata-se de uma trama confusa, requentada ( aquela trama dos apaixonados que se julgam irmãos, é o fim) e que a modernidade do título é promessa falsa. Não posso deixar de falar daquele robô com voz filme dublado, antigo.
          A trama lembra, não sei se propositalmente, a peça Rei Lear do Shakespeare. A velha história do Rei Lear, seu reino e  suas três filhas. Essa peça do Shakespeare já foi "adaptada" em, pelo menos, duas novelas: uma na antiga Tv Tupi,  que se chamava "Roda de Fogo" e outra na Tv Globo, batizada de "Suave Veneno'', do Aguinaldo Silva. Nenhuma das duas foi sucesso. Pelo contrário. A da Tv Tupi, criada, inicialmente, pelo Sérgio Jockman, só serviu para levar a emissora ainda mais para o buraco. A da Globo, uma tentativa do Aguinaldo Silva de deixar para traz o tema "nordeste povoado de seres estranhos", também ficou a desejar. Ou seja, essa peça, no que diz respeito à adaptação, é uma verdadeira "caveira de burro". Porém, parece que o nosso amigo Bosco Brasil não sabia disso. Egresso do teatro, ele deve ter achado o máximo a referência a Shakespeare. Deu no que deu.
          Agora, o que me  leva mesmo a escrever é o número de vezes que a Rede Globo tem errado em suas novelas. Nos últimos tempos é raro a novela que dá certo. Das que estão no ar, nenhuma chega a ser sucesso. Malhação se arrasta há anos, Escrito nas estrelas, ainda não aconteceu, Tempos |Modernos vem sofrendo modificações para ver se pega no tranco e Viver a vida, simplesmente não conseguiu contar uma história que, no mínimo, envolvesse o público.
         Isso tudo me leva a uma pergunta: será que na Globo não existe um departamento que analisa as histórias das novelas que vão ser produzidas ou a emissora perdeu o tão aclamado "konow-how"? Fico sem saber. Porque não dá para acreditar que as histórias não sejam submetidas à algum tipo de apreciação. Pelo que sei, os autores fazem sinopses onde detalham suas histórias e através desse detalhamento pode-se saber se uma história é boa ou não.
         Não é de mais dizer que alguém está dorminndo no ponto ou as histórias apresentadas são tão ruins   que o que sobra é o que vemos no ar: histórias sem conflitos verdadeiramente consistentes onde a busca dos personagens não se justifica através de suas falas e ações. Tudo é apenas pretexto para se fazer merchadizing.

abril 23, 2010

Você sabe o que fazer com aqueles "benditos" ou "malditos" papeizinhos?

Antes eram poucos e raros, mas agora virou uma febre. Basta você colocar o pé na rua e lá vem uma multidão deles. São os distribuidores de papel. Eles existem aos montes e estão em pontos estratégicos das ruas. Não adianta você tentar se desvencilhar deles; eles são insistentes e vêm no seu encalço. Não há como escapar. Alguns são um tanto agressivos em sua abordagem, mas  a maioria faz a abordagem de maneira polida e educada: Bom dia! ou Boa tarde! Muito obrigado, completam ao ter o tal papelzinho aceito. Sem dúvida, isso deixa a gente um tanto "sem jeito". O problema mesmo, depois de aceitar o papelzinho e que geralmente não tem nenhuma utlidade para nós, é saber o que fazer com ele. No meu caso, eu guardo até encontrar uma lixeira para poder depositá-lo. Só que a maioria das pessoas tem o hábito de jogar no chão, sujando mais ainda as nossas ruas e dando mais trabalho aos nossos amigos varredores, que já têm bastante trabalho. Ou seja, isso virou um problema. É claro que não podemos esquecer que esses distribuidores de papel são, em sua maioria, desempregados, quase todos jovens, e que não estão fazendo nada mais que garantir algum trocado no final do dia. É essa visão  que me faz, muitas vezes, aceitar os papeizinhos, mesmo sabendo que não farei outra coisa senão jogá-lo no lixo. Dependendo da hora e da minha pressa, procuro passar longe dos distribuidores, o que não é nada fácil; eles estão por toda parte.


Em tempo: Salve São Jorge!  Salve Ogum! Que ele, seja na sua forma de santo guerreiro da igreja católica ou de orixá da umbanda, nos proteja a todos, seus filhos e devotos.

abril 22, 2010

Chico Xavier, o filme.

Finalmente, ontem, fui com  minha irmã, a Eloisa, ver o filme sobre a vida do médium mineiro Chico Xavier. Confesso que, apesar de que já tinha ouvido muitos comentários elogiosos sobre o filme, estava um tanto apreensivo. Pensei que ia ver um filme "cinema de lágrimas" onde você é estimulado a verter lágrimas da primeira à ultima cena, sem muita preocupação com a coerência, principalmente neste tipo de filme. Além, é claro, por se tratar, não só de uma figura controversa, pois Chico Xavier jamais foi uma  pessoa comprendida em sua totalidade - uns amam, outros desprezam, outros talvez até odeiem -  e ainda tem a questão espírita, outro assunto que sempre dá pano para manga. Porém, fui surpreendido com um filme, que se não é perfeito, também não compromete a figura  do grande médium e mestre. Ao usar a entrevista que Chico deu ao programa Pinga Fogo, da tv Tupi, o filme coloca todas as questões e dúvidas que o espiritismo desperta em todos, sem parecer preconceituoso ou mesmo fazer proselitismo. Com  isso, o filme é justo com Chico Xavier e também o é com o espíritismo e pode ser visto por qualquer um, espírita ou não. Chega até a fazer um carinho na igreja católica ao mostrar os dois padres; o primeiro que, apesar de não ter capacidade de entender os fenônemos vividos pelo menino e depois jovem Chico, também não o execrava e o segungo, um ferrenho opositor de Chico e do espiritismo. Mostrando o que ocorre na verdade; no fundo a igreja se divide sobre o assunto. Quanto aos atores, todos estão muito bem. Destaque para o trio que interpreta Chico nas tr|ês fases de sua vida. Também não se pode esquecer de nomes como Pedro Paulo Rangel, Luís Melo, Giula Gam, Carla Daniel, dentre outros. A direção do Daniel Filho é segura e sabia exatamente o que queria e a imagem é digna de um grande filme. Enfim, se você não viu, corra aos cinemas.  Veja um grande filme "brasileiro", é preciso destacar, e de quebra receba uma aula de vida.

Em tempo, apenas um senão: em nenhum momento do filme ouvi o nome de André Luís, espírito que ditou inúmeras obras a Chico, dentre elas o famoso "Nosso Lar".  Sei que o Emmanuel era o seu guia espíritual, mas André Luís também foi muito importante para o Chico e para a difusão do espiritismo. Precisava ser, pelo menos, citado.

abril 20, 2010

Você consegue se fazer ouvir?

Sei que a pergunta aí de cima pode parecer estranha, mas se você acha isso, creio que vai mudar de ideia. Ela surgiu depois que analisei as muitas vezes em que tentei colocar alguma coisa de possoal numa conversa e me senti frustrado. A conversa ia muita animada entre mim e um amigo (ou amiga), ela (ou ele) falando tudo sobre sua vida, seus sonhos, suas decepções, alegrias, tristezas, ganhos e perdas e tudo o mais e bastava que eu começasse a falar de algum projeto, ideia ou plano e pronto, o amigo(ou amiga) logo dizia estar com pressa ou simplesmente diagnosticava que o meu problema era muito pequeno diante do dele (ou dela) ou que eu estava reclamando de "barriga cheia". Saí, muitas vezes, desse tipo de encontro ou conversa, convencido de que era verdade: sim, eu era um grande egoista ou mesmo um simples reclamão: problema mesmo tinha o meu amigo(ou amiga). Porém, ao analisar, como disse acima, chequei a conclusão que talvez não seja bem assim. conclui que o egoista não sou eu e sim o meu amigo (ou amiga) que muito mais preocupado (a) com os seus próprios problemas não me dá chance de nem sequer de começar a falar. Faço parte, espero que você não faça, daquele grupo de pessoas que só fazem ouvir, jamais podem falar: os famosos "orelhas". Ouço tudo, dou meu parecer, e volto para casa remoendo os meus problemas. Decidi mudar. Não acho justo. Afinal, amizade é troca, não é? Posso ouvir, mas também quero falar, dar a minha opinião, questionar, falar bobagem, como todo mundo. Vou passar a fugir desse tipo de pessoa. Abaixo aos sugadores, egoistas!

março 27, 2010

Autoindulgência

Oi, gente! Estou um pouco sumido, né? Não foi por falta de assunto. Afinal, nesse nosso mundo louco, as coisas não param de acontecer. Hoje quero falar sobre indulgência, que é a capacidade de perdoar. Mais precisamente quero falar da autoindulgência, essa capacidade que temos para perdoar os nossos próprios erros e falhas. Até aí, creio, nada demais. Penso que temos mesmo que perdoar os nossos próprios erros sempre que isso significar uma retomada de caminho, um repensar na vida, nas nossas atitudes:  "erramos sim, mas estamos dispostos a aprender com o erro e nos emendar." Porém, não é isso o que acontece na maioria das vezes. Estamos sempre prontos a perdoar os nossos erros, mas quanto aos erros dos outros... Bem, com os outros agimos como verdadeiros juízes, sempre prontos a imputar a pena máxima aos nossos pobres julgados. Ai de quem tenha a infelicidade errar perto de nós. E se o erro for cometido contra nós? Aí, não tem jeito mesmo. Vamos logo para os tribunais querendo ver o erro ser punido. Não precisa ser uma falta muito grave. Basta um encontrão no meio da rua, um bom dia não respondido, um pedido não atendido, um atraso, enfim, qualquer coisa. Somos implacáveis. Carrascos mesmo. Já quanto a nós mesmos, queremos sempre ter a compreensão de todos, a ajuda de todos, o amor e solidariedade do mundo inteiro. Somos verdadeiramente autoindulgentes. Nada mais justo. Até porque aquele tempo de bater a mão contra o peito e afirmar "minha culpa, minha máxima culpa" já passou. A própria igreja católica já não estimula muito essa visão de eternos culpados, eternos condenados ao fogo do inferno. Na verdade precisamos ser amados, perdoados, compreendidos, ajudados. Só que o contrário é mais justo ainda. Na medida que pedimos perdão, temos também que perdoar. A lei é a mesma para todos. Então, que tal em vez de só perdoarmos a nós mesmos, perdoar os outros da mesma forma? A autoindulgência é, muitas vezes, um tipo de egoísmo: aqueles que querem tudo de bom para si e nada para os outros. Que tal pensarmos no assunto? Boa sorte!