"Que Deus te dê em dobro".

Sempre fomos levados a acreditar que caridade, um dos principais pilares do cristianismo, seja uma via de mão única, como se de um lado estivesse o pedinte de mãos estendidas e do outro o caridoso, com sua alma generosa e desprendida, disposto, num ato de extrema benevolência, suprir as necessidades do pobre desvalido. 

Geralmente, esse tipo de situação faz com que aquele que foi bafejado pela sorte recebendo mais se sinta em posição extremamente superior àquele que, além de não ter recebido na mesma medida, não possui meios de alcançar seu sustento de forma satisfatória.

Muito se engana quem pensa dessa forma. Caridade é, sem sombra de dúvida, uma via de mão dupla, pois tanto se beneficia o que dá quanto o que recebe. Podemos ir um pouco além: caridade é uma troca. No mesmo momento em que proporcionamos algum tipo de bem-estar a alguém, recebemos de volta o equivalente.

Não existe uma relação de 'superioridade' entre aquele que doa e a 'humilhação' e aquele que recebe. Até porque, toda vez que alguém doa alguma coisa é comum ouvir aquela frase mágica proferida pela boca do 'beneficiado': "Que Deus te dê em dobro", ou seja, duas vezes aquilo que doou.

Portanto, dando ou recebendo, a caridade é a mesma. É preciso ser humilde para receber, mas muito mais humilde para doar: doação, seja da natureza que for, é um ato de humildade e empatia.

Bom domingo e excelente semana.

Esperança e fé.

O que virá amanhã.

A ideia de que o mundo terá um fim, sempre postergado, é verdade, acompanha a humanidade desde o início dos tempos. Esse tipo de pensamento nos lembra a todo momento da transitoriedade da vida, que nascemos com prazo de validade: vai chegar uma hora que partiremos e não terá escapatória. 

É por esse motivo que, preocupados por não ter tempo bastante para fazer tudo aquilo que desejamos, agimos de maneira apressada, muitas vezes sem pensar, como se não houvesse amanhã. 

Esse é o nosso maior engano Por mais que a vida seja breve e nosso tempo limitado, não podemos deixar de acreditar que sempre haverá um amanhã aqui ou onde quer que estejamos. A vida não termina com nossa saída da terra ou mesmo quando perdemos o corpo carnal. Vai além, muito além. Podemos até dizer que é infinita. Quando saímos da vida corpórea, essa sim transitória, voltamos para a vida espiritual, que não tem fim.

A cultura da pressa foi instaurada com a chegada dos tempos modernos. As tecnologias e meios de transporte parecem nos impelir a querer estar sempre à frente de tudo, mas também nos faz esquecer que o momento presente precisa ser vivido na sua integralidade, sem grandes preocupações com o futuro, embora com a responsabilidade de quem sabe o que o amanhã é plantado hoje.

O que virá depende única e exclusivamente daquilo que fizermos hoje. A dica é que pensemos nisso com cuidado, não somente hoje, mas todos os dias.

Bom feriado.

Que a força espiritual de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, proteja a todos. 

Sempre algo a conquistar.

Por mais que levemos uma vida considerada boa aos  olhos dos outros, sempre acreditamos ter muito para conquistar. É a eterna insatisfação que geralmente nos acompanha. Quando conquistamos algo que julgávamos ser a razão de nossa vida, logo descobrimos que ainda tem outras coisas vitais pelas quais precisamos continuar lutando.

Esse tipo de sensação nada tem de estranha ou ruim, pois é o que nos move. No momento em que pensarmos que não existe mais nada a ser conquistado, muito provavelmente, perderemos a principal razão para levantar da cama todos os dias.

O simples (pelo menos assim nos parece) ato de abrir os olhos toda manhã e a  necessidade de levantar da cama significam que temos alguma coisa para fazer, que não podemos ficar parados. E é movidos por essa força, aparentemente inexplicável, que nos colocamos em marcha.

A toda hora a vida está nos oferecendo oportunidades de recomeçar, de fazer novas e importantes conquistas. Sempre é hora de retomar os antigos sonhos, transformá-los em realidade. 

Levante da cama com o pé direito e assuma o papel de desbravador de seu próprio caminho.

Avante, o tempo urge.

Bom domingo e uma semana de grandes conquistas.

O 'cramulhão' da novela Pantanal.

Quem acompanha as novelas de Benedito Rui Barbosa, autor original da Pantanal, sabe que vez ou outra ele aborda assuntos ligados ao folclore brasileiro, com ênfase, principalmente, no homem do campo com seus 'causos', geralmente histórias de arrepiar: mulas sem cabeça, cobras que comem gente, fantasmas que abrem porteiras e assustam cavalos e cavaleiros e, como não podia deixar de ser, ele, o capeta.

/Desde criança, aprendemos que Deus e o diabo (capeta, demônio, 'coisa ruim' e, na versão do autor, cramulhão) são os representantes do bem e do mal. Ao mesmo tempo que somos ensinados a respeitar o primeiro e a temer o segundo. Ir para o céu após a existência terrestre  é, sem sombra de dúvida, o maior desejo de qualquer pessoa, ao mesmo tempo que todos evitam desesperadamente ser condenado a gramar no inferno.

No entanto, como bem dizem, o mal  (diabo) é sedutor. Não falta quem, na tentativa de fugir das dificuldades da vida, deseje fazer um  pacto com o 'cramulhão' que, em troca de ser adorado como um verdadeiro deus, promete fortuna e facilidades sem fim.  

Como na novela, na vida real, não são raros os casos daqueles que, cansados de seguir na seara do bem (que exige ter, acima de tudo, paciência) tentam seguir o caminho trilhado por Trindade, em busca de dinheiro, fama e poder. Não estou aqui para fazer a cabeça de ninguém, somos seres livres e aptos a fazer nossas escolhas (particularmente, hoje, 02/10/22, é um dia de fazer escolhas), mas para lembrar que uma vida de facilidades que nos cheguem através de pactos e encantamentos, além de ter seu alto preço, não dura para sempre.

Assistir à novela (excelente, por sinal) e nos encantar com seus personagens e histórias é uma coisa, tentar copiar outra. Pacto com forças ocultas, tenham elas que nome for, é atraso de vida, e as consequências costumam ser graves. Não se pode esquecer que o diabo dá e tira com a mesma mão.

Bom domingo.

Voto consciente, sem pactos.

Esperança e fé.

O dono da fazenda.

Um  homem tinha o costume de passear pelos campos em busca de contato com a natureza, ou seja, o ar puro, os animais, as árvores, a água limpa e cristalina dos riachos, as flores e plantas silvestres. A caminhada, quase sempre sem destino certo, podia durar horas. Muitas vezes, ele se perdia e pernoitava no meio do mato.

Um dia, durante uma dessas caminhadas, ele avistou a sede de uma grande fazenda e, diferentemente das outras vezes, seduzido pelas luzes, decidiu se aproximar. Afinal de contas, estava andando fazia um bom par de horas e o cansaço já se fazia notar. A ideia de uma parada para descanso pareceu apropriada..

Ao chegar perto da casa, ele percebeu que estava acontecendo uma festa, um churrasco, para ser mais exato, uma vez que o cheiro da carne, a fumaça que vinha da churrasqueira, o vozerio e o som de viola e sanfonas não deixavam dúvida. Não demorou para que, levado pela fome de caminhante desprevenido, ele aceitasse um pedacinho de carne para forrar o estômago e um gole de chope para molhar a garganta. 

A partir daí, o caminhante solitário se enturmou com os convidados da festa e, em pouco tempo, se sentiu um deles, mesmo tendo consciência que não passava de um penetra. "Essa fartura toda, ninguém vai notar a minha presença", ele pensou. De repente, uma mão tocou-lhe o ombro. Era um dos empregados da fazenda; viera avisar que o patrão desejava lhe falar. 

Enquanto era conduzido pelo empregado, o caminhante acreditou que fosse engano, pois não conhecia ninguém, chegara ali por acaso. O dono da fazenda, assim que o avistou, saudou educadamente. Em seguida, o convidou a sentar. A atitude fez com que o homem se sentisse relaxado e esquecesse qualquer temor. Após algum tempo de conversa amistosa, o anfitrião levou-o até a parte alta da casa e apontou a vastidão de terras à sua frente.

- Está vendo todas essas terras? - ele perguntou.

-Sim. - respondeu o caminhante.

- É tudo meu. 

O caminhante sentiu vontade de dizer o quão admirado estava, mas não teve tempo; o fazendeiro retomou a palavra:

- Aqui só entra quem eu convido.

Dando a conversa por encerrada, ele ordenou aos empregados que retirassem o caminhante de suas terras.

Boa tarde!

Esperança e fé.

Hoje é o dia, a hora é essa.

 

Muitas vezes, sem perceber, adiamos decisões  importantes e necessárias com medo que deem certo. Mesmo sentindo forte necessidade de mudar o rumo de nossa vida, permanecemos seguindo na mesma direção, cometendo os mesmos erros, agindo como se fossemos inexperientes, ou meros marinheiros de primeira viagem'.

O tempo não dá trégua, ele passa velozmente. Quando acordamos descobrimos que perdemos o bonde da história. Ai, nossa luta passa a ser outra recuperar o tempo perdido, o que, convenhamos, infelizmente não é possível.

O que podemos fazer, de verdade, é deixar o medo de lado, se encher de coragem, e tratar de agir. É isso mesmo. Levanta, deixa de lado os temores, as duvidas infundadas e siga em frente. Sempre haverá uma trilha, uma vereda, basta seguir em em frente.

No começo, tudo pode parecer difícil ou até impossível, mas é apenas aquele velho monstro do temor tentando nos manter acorrentado ao marasmo e à falta de ação e aos velhos medos. 

Aja! Desfaça os antigos laços e nós que te mantem preso. O dia e hoje, a hora é agora.

Bom domingo e uma semana de grandes realizações.

Esperança e fé.

A fronteira entre a negação e a aceitaçao.

 

A mudança dos costumes, somada aos avanços da medicina, tem levado as pessoas a externarem com mais facilidade suas insatisfações de forma, muitas vezes, radical. Há queira mudar o formato do nariz, do rosto, modelar o corpo a seu bel prazer (incluindo a conhecida transição de gênero), livrar-se dos quilinhos a mais, das rugas e as marcas trazidas pela idade e tudo mais que possa (ou não) imaginar.

Acima de qualquer coisa, esses avanços são conquistas que vieram para melhorar a vida de todo mundo e todos temos motivos para comemorar, principalmente no que diz respeito a saúde,  setor em que garante não apenas a longevidade, mas também uma vida mais saudável.

Por outro lado, se pensarmos no real sentido da vida nos deparamos com algumas questões que nos levam a meditar sobre a verdadeira razão de virmos a esse mundo e se, por acaso, não estamos nos desvirtuando do propósito maior da vida que é o nosso crescimento através da superação dos problemas?

Há estudiosos do fenômeno da reencarnação, incluindo aí espíritos comunicantes, que nos ensinam que nossa vinda ao mundo não é imposta, ou seja, jamais alguém seria obrigado a encarnar numa família, raça ou sexo sem que com isso concordasse e estivesse preparado para isso. Vimos (retornamos) a esse mundo na condição que escolhemos pela nossa livre 

É claro que não estamos livres de arrepender das decisões que tomamos e, dessa forma, desejar mudanças, mas sempre devemos lembrar que a escolha foi nossa; o sexo, a raça, cor, tamanho, família e até mesmo os desafios que por ventura deparamos pelo caminho. Sem esquecer que nosso maior desafio é aprender a lidar com as nossas limitações, medos e paixões.

Esperança e fé.