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dezembro 06, 2012

A lição da árvore.

     Nossas experiências contam muito. Através de nossas vivências podemos entender melhor a nós mesmos e o mundo em que vivemos e assim nos posicionar de forma mais segura diante das situações que a vida nos apresenta.
     Se trazemos dentro de nós a memória de um determinado acontecimento, quando ele por ventura se repete, já sabemos mais ou menos como nos comportar em face a ele e até já sabemos como tudo se desenrolará, o que torna as coisas mais fáceis para nós. Isso é o que se denomina experiência de vida. E ela só se dá mesmo pela vivência, no dia a dia, sofrendo, rindo, chorando, com os sucessos e os insucessos.
     É claro que muita gente, talvez por distração, não costuma prestar atenção nas lições da vida. Daí surgem as repetições, os sofrimentos, porque quase sempre as coisas se repetem desmentindo aquela afirmação que diz que "um raio não cai duas vezes no mesmo lugar". Infelizmente cai. Principalmente quando se é desatento e não se procura aprender logo "a lição de casa".
     Cada um de nós tem a sua maneira própria de assimilar as coisas, de entender as mensagens que estão ocultas em cada acontecimento, cada erro, cada acerto. Dizem que não cai uma folha de uma árvore sem que haja um propósito maior por trás desse simples e corriqueiro fato. E assim é em nossas vidas. Tudo faz parte da nossa escola de vida, do nosso aprendizado.
     Por isso, é tão importante estar sempre atento a tudo. Não que devamos  sair por aí vendo coisas, fazendo associações descabidas, "achando que focinho de proco é tomada". Não é isso. É coisa íntima, pessoal. Um olhar especial, generoso para a vida. Um olhar de quem colhe os frutos da árvore tratando bem dela para que ela sempre dê frutos bons.
     E essa árvore também somos nós mesmos: árvore frondosa, mas  necessitada de carinho, de proteção, de cuidados para enfrentar o vento, as chuvas e tempestades, o sol inclemente do verão, o outono que leva todas as suas folhas, o inverno sem agasalho, mas a certeza (experiência) de que a primavera sempre vem florindo tudo novamente.

dezembro 01, 2012

Nada de fim: recomeço.

     Muito se fala da necessidade que temos de viver em grupo. Talvez esteja essa característica da raça humana, e quase todas as espécies de animais, a razão pela qual ainda continuamos existindo nesse planeta, uma vez que por mais atritos que a convivência possa trazer a verdade é que vivendo todos juntos uns protegem os outros e a vida fica mais fácil para todo mundo.
Quanto a isso creio que ninguém tem dúvida: viver em sociedade é muito melhor que viver sozinho. A convivência, além de tornar a vida melhor e mais prazerosa, também faz com que uns aprendam com os outros, dividindo experiências e conhecimento.
     Isso acontece com mais sucesso principalmente quando essa sociedade é formada por pessoas das mais diferentes procedências, classes sociais, raças, cores, religiões e a convivência seja baseada na tolerância e no respeito à essas diferenças. Onde não haja minorias segregadas e as leis sejam feitas para todos sem  excessões ou privilégios.
     Sei que pode parecer utópico e que você possa estar pensando que estou falando de uma sociedade ideal e não de uma sociedade real. Pode até ser. Mas convenhamos que, levados por uma situação que perdura anos a fio (talvez séculos ou milênios), passamos a acreditar que tudo é assim mesmo e que essa sociedade que discrimina e segrega grande parte de sua população é a sociedade que conhecemos e que não existe outra.
     Muitos dizem que sempre foi assim: os fortes massacrando os fracos e tudo na base do "manda quem pode, obedece quem tem juízo." Será que é assim mesmo? Tenho certeza que não.  Por mais que todo esse estado de coisas pareça estar sacralizado, por mais que as coisas pareçam que não tem mais jeito, ainda existe a esperança de  chegarmos à uma sociedade mais justa e igualitária.
     Falo isso por causa dessa onda que diz que o mundo vai acabar em 21 de dezembro, segundo uma profecia maia.  Embora os próprios maias tenham conhecido o seu fim com a chegada dos europeus às Américas, não acredito que isso vá acontecer. O mundo vai continuar aqui do jeito que está.
     O que é  uma pena, pois já estava mais do que na hora de aproveitarmos essa onda para tentar melhorar  o que está aí. Ao invés de um fim, podemos pensar num recomeço. Onde todos nós nos disponhamos em criar um mundo melhor sem tantas diferenças, sem tanta fome, sem tanta guerra e sem, acima de tudo, tanta degradação.
     Em 21 de dezembro de 2012 ou em qualquer data que a gente escolha, essa é a oportunidade que temos para dar um destino melhor para o nosso mundo.  É só a gente querer.

novembro 29, 2012

O milagre da renovação.

http://imageserve.babycenter.com/24/000/097/V3olRvP0TMs9yOgxhqOq4A0bgJU0DJLy     Como além de ator, e outras coisas mais, sou metido a escrever, um colega pediu que eu ajudasse a escrever uma pecinha de natal para ser apresentada na igreja.  Pois muito bem. Mãos à obra. Pensei comigo: vai ser  fácil, afinal natal é um acontecimento anual e todos estamos acostumados a falar sobre o assunto. 
     Bastava falar de um casal (Maria e José) a caminho de Belém, a estrela que surgiu nos céus, os três reis magos que a seguiam e finalmente o nascimento do menino Jesus numa pobre estrebaria. Quadro bastante conhecido de todos nós  e que é presença constante nos enfeites natalinos que encontramos por aí.
     Porém, ao sentar para escrever dei-me conta de que não é nada disso.  O natal em si é algo muito mais profundo. Com o passar dos anos acabamos ficando apenas em sua superfície: um presépio é montando, uma ceia é preparada, presente são trocados e pronto. Poucos são aqueles que tentam ver algo além disso em todo o barulho que se faz.
     É verdade que essa representação tem o seu valor. E através dela se comemora a vinda do Salvador ao mundo,  o que não nos deixa esquecer do grande plano divino para a salvação do mundo, através da encarnação de seu próprio filho.
     Mas precisamos ir além da simples representação, da comemoração rotineira. Antes de qualquer coisa, natal é tempo de renovação, é o momento em que nos damos conta de que, pelas circunstâncias, levamos uma vida muito alienada, que mal temos tempo de parar para pensar que a nossa vida faz parte de um plano maior, que não somos meras figuras autônomas que vagam por este mundo.
     Acima de tudo, vivemos pelo propósito maior que é o nosso encontro com a luz. Essa luz que se fez quando aquele menino nasceu em Belém despido de luxo e de pompa.
     Diante de tudo isso, cheguei a conclusão de que o natal pode até ser uma festa comum, do conhecimento de todos: crianças, jovens, adultos e os mais velhos. O  natal jamais será é uma festa repetitiva, pois a cada ano que passa descobrimos algo de novo, algo que não tínhamos nos dado conta em anos anteriores, coisas simples (sem jamais deixarem de ser profundas) e que sempre estiveram bem na nossa frente à espera do nosso olhar atento.
     O milagre do nascimento de Cristo. Milagre esse que se repete toda vez que nasce uma criança no mundo, o milagre da renovação.

novembro 24, 2012

Acalme o seu coração.

     Seria bom e desejável que a vida fosse feita apenas de coisas boas, que recebêssemos apenas boas notícias e que nunca ficássemos em estado de apreensão, com a respiração ofegante, o coração batendo descompassado, que é como ficamos nos momentos em que a incerteza toma conta de nossos sentidos e nos deixa à deriva.  
     Coisas ruins, ou não tão boas, acontecem e somos obrigados a encará-las todos os dias querendo ou não. Por isso, precisamos estar preparados para elas. O estranho é que mesmo sabendo disso, não temos como nos conduzir de maneira a que não nos exasperemos diante daquilo que tanto tememos.
Dizem por aí, para não lançar mão de algo mais, digamos,  picante que: "quando não se tem remédio, remediado está". E talvez essa seja mesmo a saída.  Se não tem solução, já está solucionado. Nada de levar a mão à cabeça, nada de desespero. Muita calma nessa hora. Nada como um dia após o outro.
     Para os que acreditam numa força maior, é hora de voltar-se para essa força, seja qual for, e se agarrar à ela até que a tempestade passe. Até porque, graças a Deus, as tempestades sempre passsam. Mesmo que fiquem alguns estragos, elas não duram para sempre.
     Já ouviu aquela que diz que "não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe" ? É outro dito popular que nunca deve ser esquecido. A voz do povo é cheia de sabedoria porque transpira experiência, conhecimento de causa.
     É preciso sempre lembrar que qualquer que seja o problema que a gente esteja vivendo, muita gente já passou por ele antes. Não somos os primeiros e e nem seremos os últimos a passar pela mesma coisa. Se isso não resolve, pelo menos, consola.
     E tudo o que precisamos nos momentos difíceis é de acalmar o nosso coração. Não espere que a palavra amiga venha de fora de você através de uma outra pessoa. Se vier, muito bom. É sempree ter um (a) amigo (a) nessas horas. Mas você mesmo pode, e deve, ser aquele (a) que vai dizer as palavras de encorajamento que você tanto precisa ouvir.
     Fale com você, converse consigo mesmo. É mais fácil ouvir e aceitar a nossa própria voz nos encorajando do que a voz de uma outra pessoa. Faça o teste e comprove. Assim o que é difícil, duro, intransponível pode ficar mais fácil de ser encarado.
     Agindo assim, estamos sendo os nossos melhores amigos.  Sem abrir mão, é claro, de todos aqueles que nos rodeiam e são tão importantes para nós.

novembro 21, 2012

À luz de velas.

     Outro dia uma conhecida minha, ao passar diante de um lugar desses onde se acendem velas, resolveu questionar esse hábito que as pessoas têm. Teceu longo comentário sobre o ato e acabou por concluir que que acender velas para mortos, anjo da guarda, para santos ou coisa que valha é a maior besteira, algo sem o menor sentido prático.
- Quem garante se isso tem mesmo alguma eficácia? - perguntou-me ela, querendo, talvez, que eu fizesse coro à sua posição.           
     Dei uma boa respirada antes de dar qualquer parecer. Além de não ser nenhuma autoridade no assunto, acho que cada um de nós, via educação que recebeu ou alguma postura adquirida durante a vida, tem o direito de ter opiniões e pontos de vista diferentes.
     Não queria, de modo nenhum, me posicionar contra ou a favor de minha conhecida. Apenas chamei sua atenção para o fato de que ninguém tem cem por cento de certeza de nada nessa vida. Estamos todos tateando no escuro e por isso mesmo podemos cometer muitos erros, fazer coisas que não nos levam à nada acreditando estar fazendo algo de bom e grandioso.
     É o caso de acender velas, esse hábito que começou com os povos antigos e que perdura até hoje. Quem em algum momento não lançou mão desse expediente para tentar buscar um contato com os espíritos de luz, os santos e até mesmo para "iluminar" o caminho de um ente querido que já se encontra no outro plano?
     Sem dúvida quase todo mundo já fez isso, acreditando ou não. Não importa. Muitas vezes a pessoa faz issso de forma inconciente, porque está no subconsciente de cada um, principalmente dos católicos, espíritas, umbandistas e tantos outros.
     Nossa fé não é racional. Não acreditamos baseado em números estatísticos, provas cientificas. Acreditamos porque nossa intuição nos leva a acreditar. Quando acendemos uma vela, o fazemos porque aprendemos que esse ato nos coloca em contato com o nosso guia espiritual ou anjo da guarda, nosso santo de devoção, com nossos entes queridos, nos fazendo todos mais próximos.
     Uma simples vela tem o poder de quebrar as barreiiras entre os mundos, de mostrar o quanto somos gratos pelas graças que recebemos, o quanto amamos nossos entes queridos que já se foram (acredita-se que ao acender uma vela na intenção de um morto estamos iluminando o seu caminho e diminuindo o seu sofrimento) e  o quanto piedosos somos.
     Enfim, ao acender uma vela demonstramos nossa humildade e  desejo de que a luz reine em nossas vidas e de todos aqueles que nos cercam.  Na verdade as velas estão presentes em muitos momentos da vida, não só nos tristes ou religiosos, mas também nos festivos como nos aniversários, nos românticos jantares à luz de velas, nos enfeites de natal...
     Não faltam motivos e ocasiões para que acendamos uma vela. O que não muda é o objetivo: o desejo de que a luz esteja presente. Mesmo quando a luz elétrica nos deixa na mão. O resto, é querer ser racional demais

novembro 17, 2012

SIM ou NÃO?

      Ninguém pode negar que diariamente recebemos, vindo de todos os lados que se possa imaginar e sob os mais diversos aspéctos, os mais diferentes tipos de propóstas e que não dá para sair por aí dizendo SIM para tudo o que nos é oferecido.
      Se agirmos assim, corremos o risco de cometer muitos enganos e ter muita dor de cabeça, prejuizo, aborrecimento e tudo o que pode advir quando agimos sem pesar antes os prós e os contras, se vale ou não vale à pena, se temos realmente necessitade de adquirir aquele bem,  se queremos mesmo que aquela pessoa entre na nossa vida e por aí vai.
      O ideal, nesse caso, seria agir com muita prudência. Até proque é nossa vida que está em jogo. E, muitas vezes, em nome de estar antenado com as novidades do momento, para não ficar sozinhos, acabamos adquirindo e fazendo coisas que mais tarde descobrimos que não têm nenhum significado relevante para as nossas vidas ou descobrimos que compramos "gato por lebre".
     Por outro lado,  há aqueles que não querem nem saber: dizem NÃO para tudo o que lhe é proposto sem nem ao menos parar para pensar. O NÃO vem de forma automática, afastando qualquer possiblidade de acesso ao novo, àquilo que pode vir a representar uma mudança em sua vida, muitas vezes bastante esperada e até necessária.
     Nesse caso,  o medo de dizer SIM baseado em experiências ruins do passado faz com que a gente fique um tanto quanto ressabiado quando é apresentado a algo que não conhecemos e isso é totalmente justificável. Afinal, somos mesmo movidos por nossas vivências pretéritas e é com base nelas que tomamos as nossas decisões.
      Mas não se pode negar que esse tipo de atitude paralisa nossas vidas, impedindo que a gente possa seguir adiante. Ficamos excessivamente presos ao passado e não damos chance a que a própria vida nos prove o contrário: que as coisas mudam, ou antes, que nós mudamos. As experiências que tivemos precisam somar a nosso favor,  não contra nós.
      Nada acontece em vão. Cada dia que vivemos experimentamos coisas boas e ruins e é isso que fez de nós as pessoas que somos hoje. O importante é não valorizar de mais as coisas boas nem menosprezar as que não deram muito certo ou não aconteceram exatamente do jeito que a gente queria e planejou.
     Agindo assim, estamos nos comportando como crianças mimadas que só aceitam a brincadeira quando tudo está como elas querem, sem dar chance ao outro (a vida) de lhe ensinar uma nova e agradável brincadeira.
     Mais que dizer SIM ou NÃO, o que conta mesmo é que não nos sabotemos.

novembro 15, 2012

"Ninguém vive pra semente".

     Mesmo sabendo que ela será inevitável, muita gente se nega a sequer falar sobre ela. Basta que alguém toque no assunto para que muitos se afastem temerosos ou  mesmo que tapem os ouvidos, como se dessa maneira conseguissem afastá-la para bem longe. Não há dúvida que ela é algo que todo mundo quer evitar e que para isso seria capaz de fazer qualquer coisa.
     Uma dessas das formas que as pessoas encontram para tentar escapar desse encontro marcado é tentando não falar sobre o assunto. Muitos passam a vida inteira se negando a pensar na hipótese de um dia vir a ter que enfrentá-la de frente.
     Apesar de termos nascido com esse selo. Um dia teremos que deixar esse mundo e continuar a nossa viagem rumo a outros mundos e a outras experiências. E isso nada tem a ver, na minha opinião,  com castigo ou injustiça. Muito pelo contrário. É uma lei natural e um presente que recebemos ao nascer. Como diz o povo: "ninguém vive pra semente".
     E a ideia de que a vida estará sempre em movimento e que estaremos sempre sendo apresentados a novos caminhos deveria antes nos alegrar do que nos entristecer. Quem não gosta de sair de viagem e conhecer novos lugares, novas pessoas, rever amigos, viver novas experiências? Todo mundo gosta, não? Pois é assim que devemos encarar essa travessia.
     É claro que essa atitude de manter absoluto silêncio sobre o assunto merece total respeito. Todos temos o direito de escolher de que maneira vamos enfrentar os desafios que se apresentam em nosso caminho, nao é mesmo?
     Mas, no entanto, as pessoas vivem indo ao encontro dela toda vez que botam suas vidas em risco seja de maneira voluntária ou involuntária. E isso se dá, muitas vezes, sem que percebamos, sem nos darmos conta. Até porque a vida é um risco constante e essa possibilidade sempre existe. Por mais que tenhamos cuidado, por mais que sejamos precavidos, os perigos estão aí a todo momento.
     O importante é vivermos com alegria, agradecendo a todo momento o dom maravilhoso que recebemos que é a vida.