Mas não estamos para falar do famoso e controverso livro de Saint Exupéry. Eu, particularmente, gosto muito e acho que é sempre oportuno que alguém nos chame a atenção para esses detalhes da vida que teimamos em classificar como coisas sem muita importância ou às quais não devamos prestar muita atenção.
É baseado nesse tipo de visão que fechamos os olhos para tudo o que está acontecendo ao nosso lado. É como se nada nos dissesse respeito e que tudo o que acontece com o outro não é da nossa conta.
Até quando vamos viver essa mentira? Tudo o que acontece com os outros nos interessa sim, estamos todos interligados sim. Não podemos ficar indiferentes a nada. Mesmo com todo o esforço que fazemos par provar o contrário, ninguém pode negar
que a dor do outro doe em nós e que a alegria do outro também é a nossa alegria.
Parece piegas falar assim, mas não existe outra maneira de encarar os fatos. Ninguém é tão insensível quanto tenta provar ser. Somos todos irmãos, membros de uma mesma família e, portanto, responsáveis uns pelos outros.
Nesses nossos dias, convencionou-se que o ideal é ninguém falar nada, concordar com tudo em nome da boa convivência, para não se aborrecer, para não parecer chato ou inconveniente.
Por isso, deixamos que tudo aconteça à nossa volta: deixamos que depredem a cidade, que joguem lixo nas ruas e todos fiquemos ilhados nos dias de chuva e coisas assim porque este é a melhor maneira de se viver. Será mesmo? Acredito que a raposa estava certa: somos responsáveis por aqueles que cativamos: os parentes, os amigos, os conhecidos, aqueles a quem nem conhecemos (principalmente esses), nossa casa, a nossa cidade e por nós mesmos.
Precisamos aprender a cuidar melhor de tudo isso. Ou nos sucumbiremos todos acreditando que tudo é responsabilidade do outro, do governo e de quem mais se queira acreditar.
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