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agosto 30, 2013

Vivendo em paz com o mundo interior e exterior.

Não é pouco comum as pessoas terem opiniões negativas sobre si mesmas, não é? Têm aqueles que se acham  muito feios, muito gordos, muito magros, os mais baixinhos do mundo, narigudos, orelhudos, carecas, desajeitados, em quem nada combina, os que se sentem "sem graça", enfim, a lista é muito grande. 
     Está bem. Muito  falam assim de brincadeira, apenas para serem simpáticos e modestos ou porque estão querendo ouvir exatamente o contrário: "O que é isso? Você não é nada disso."
     Em qualquer um dos casos, a pessoa está prestando um desserviço à si mesma. Pois a maneira que nos vemos ou nos mostramos é a mesma que somos vistos. Não que a gente deva sair por aí se dizendo aquilo que não é apenas para ser visto dessa ou daquela maneira. Não é isso.
     Acima de qualquer coisa, devemos ser sinceros e justos nos nossos julgamentos. Um defeito e uma qualidade não deixam de ser o que são por serem mascarados ou salientados. O que devemos é buscar motivos para ter uma justa e boa opinião a nosso respeito. Agindo assim, estaremos influenciando as pessoas que vivem ao nosso lado. Se eu gosto de mim, fica mais fácil dos outros também gostarem, não é?
     Ter uma "boa e justa"  a nosso respeito significa olhar no espelho e gostar do que vemos, ser felizes com aquilo que somos e estar sempre prontos a fazer as modificações necessárias, quando necessárias.
     E, antes de qualquer coisa, nos aceitar como somos. A auto aceitação é meio caminho andado para vivermos em paz com a gente mesmo. E quem vive em paz consigo, vive em paz com o mundo.
Amemo-nos cada vez mais.

agosto 22, 2013

Papa Francisco

     Acho que ainda não falei aqui do papa Francisco e sua passagem pelo Brasil na jornada mundial da juventude. Apesar do assunto não ser mais novo, creio ainda seja tempo.
     Festa bonita, grande demonstração de fé do povo brasileiro e dos jovens  (e os nem tanto) do mundo inteiro que aqui se reuniram. Algo para ficar na memória de todos nós: os cariocas, os que aqui vieram e os que assistiram "around the world".
     A presença luminosa do pontífice nos fez esquecer todos os desacertos e percalços na organização do evento e só prestar atenção em sua vitalidade e, por que não dizer,  na sua juventude. Aos setenta e seis anos (me corrijam se eu não estiver certo) o papa provou que não existe limite para ser jovem. 
     Ele demonstrou que ser jovem não é ter pouca idade cronológica é, sim,  ter a capacidade de fazer coisas comuns parecerem novas. Quantos papas já passaram pelo trono de Pedro e não conseguiram tocar o coração dos fiéis em anos de pontificado? Muitos, não é? Francisco mal chegou e parece que já o conhecemos de longa data. Encarna como ninguém a figura do pai, do conselheiro e do amigo que todos queremos ter por perto.
     Talvez seja cedo demais para falar em posteridade, em legado, mas não se pode negar que esse papa representa um sangue novo no Vaticano. Ele foi, sem sombra de dúvida, o mais jovem de todos os que participaram da jornada. E isso não é nada desprezível, quando sabemos que o cargo o leva  exatamente para o caminho oposto
     Tomara que ele não se canse e não perca o seu vigor. Não o vigor físico, mas o vigor missionário. Aquele de que todos nós necessitamos. Afinal, somos todos missionários. Esse vigor  é produzido pela fé e confiança de que caminhamos para um melhor entendimento entre os povos e, sobretudo, com mais comunhão com Deus. E nesse sentido, tenho certeza, que o papa Francisco é um bom modelo a seguir.
Vida longa ao papa.

agosto 04, 2013

Semelhanças entre um coração e um apartamento.

     A comparação pode parecer esdrúxula à primeira vista. O coração, não o órgão do nosso corpo, mas o lugar idealizado onde acreditamos residir toda a força dos nossos sentimentos,  talvez não seja algo que se possa comparar com um apartamento, esse, sim, aquela subdivisão dos prédios de concreto armado onde as pessoas vivem.
     Independente de seus tamanhos, os apartamentos abrigam não só as pessoas ricas, remediadas ou pobres. Acima de tudo, abrigam seres que riem, choram, sonham, fazem planos para o futuro w, mais que tudo, querem ser felizes. Neles podem ficar por meses, por anos ou pela vida inteira e  são chamados de  proprietários ou inquilinos.
     O que há de semelhança  entre um coração e um apartamento? Como os apartamentos, os corações estão sempre "ocupados" ou à espera, digamos, de inquilinos que os "habitem". E esses "inquilinos" podem ser bons ou ruins, ficarem dias, meses ou anos.  Não importa. 
     O que conta é que sejam inquilinos cuidadosos, que cuidem bem do "apartamento" e ao saírem não os deixem tão destruídos que não possam mais serem "habitados" ou com necessidades de grandes reformas. Até porque ninguém gosta de "morar" em lugares que não apresentem condições de "habitação", não é?
     Assim são com os nossos corações. Quando vemos um coração destruído  por "inquilinos maus e descuidados" ficamos com pena, mas geralmente seguimos adiante em busca de outro que não tenha sofrido tanta avaria e  se as tiver sofrido esteja pronto para ser devidamente "restaurado"
    Por isso tantos corações  são mantidos "vazios" por aí, não é? Uns por estarem cheios de marcas da última "ocupação"  e outros por  medo de serem destruídos e abandonados.
   Talvez você diga que esse medo não se justifica , e isso pode ser verdade.  Mas ninguém pode ser um "proprietário" que não se preocupe com a conservação do seu "apartamento". Só resta desejar que venham !inquilinos (as) que cuidem bem da "locação".

Um bom domingo.

julho 19, 2013

Motivo da nossa alegria.

     É comum a gente ouvir as pessoas dizerem que o sofrimento faz parte da vida, que essa é uma condição humana e que dele ninguém escapa, que mais cedo ou mais tarde ele aparece para todo mundo.  Infelizmente, quase sempre a gente acaba constatando que isso é verdade.
    Nascemos, vivemos e morremos. Nada de novo nisso, não é? Mas não aprendemos a lidar bem com esse fato. Carregamos isso como um fardo muito pesado. O que faz com nos tornemos pessoas tristes e incapazes de lidar com tudo o que é passageiro.
   Buscamos o eterno em algo que sabemos que não é eterno. Queremos a todo custo viver para sempre  embora cientes de que o que num momento parece eterno ou duradouro, pode não existir mais no momento seguinte. Tudo é passageiro. Não conseguimos parar o tempo.
   Mas longe disso ser motivo para nossa tristeza e desencanto com a vida, deveria ser a razão da nossa alegria. A razão de vivermos cada minuto como se fosse o último ou o primeiro, depende da visão de cada um de nós.
    Pois tanto podemos transformar a nossa vida em algo prazeroso como num vale de lágrimas, onde tudo é dor e sofrimento,  motivo para revolta e tristeza. /Essa decisão está nas mãos de cada um de nós, Se escolhemos ver a vida pela ótica positiva não eliminamos de vez o sofrimento, mas tornamos tudo mais fácil.    Podemos transformar cada momento em aprendizado, única maneira de afastar o sofrimento do nosso caminho. O sofrimento está intimamente ligado à falta de conhecimento e à eterna negação da sua busca.
   Sem buscar o conhecimento, sem livrarmos da nossa cegueira, não temos como nos livrar do sofrimento Pois só o conhecimento pode trazer a verdadeira alegria de viver.

julho 14, 2013

A internet e as Informações falsas.

      Nesses tempos de internet parece ser muito comum que as pessoas se apropriem de coisas dos outros. Algumas, acredito, com o intuito de passar para frente e divulgar o que outro faz por julgar que aquilo deve ser visto e conhecido por um número maior de pessoas e isso é bastante louvável, mas outros fazem isso para se divertir ou para "roubar" as ideias que não lhe pertencem mesmo. 
     Mas  não se trata de plágio, que é quando a pessoa cria algo em cima de outro e é tão reprovável quanto. O caso é diferente. Trata-se daqueles que divulgam  textos e trabalhos de outros como se seus fossem, escrevem besteiras e colocam nomes de pessoas renomadas creditando à elas coisas que elas nunca sequer pensaram e que nada tem a ver com elas e com o trabalho que elas fazem.
      Como já se sabe, a internet é um campo livre. Cada um faz o que bem quer. Até aí muitos podem dizer que é assim mesmo e que não poderia ser diferente, pois isso reflete a liberdade de expressão e coisa e tal e tal e coisa.
     Mas é preciso ter bom senso, não? Que prazer pode ter uma pessoa em divulgar um texto, uma frase, um pensamento dito por alguém sem ter certeza que aquela pessoa tenha dito ou feito aquilo de verdade? Esse é o lado ruim dessa revolução chamada internet. Se por um lado temos a informação que queremos na hora em que precisamos, esse tipo de atitude bota tudo a perder quando se quer ter certeza da informação coletada. Não é querer ser purista ou ser mais realista que o rei. É uma questão de, por um lado, fazer justiça a quem realmente é o autor e por outro tornar a internet um campo de pesquisas confiável.
    Assim, ao mesmo tempo que se criar facilidade nunca antes vistas, se cria um mundo de mentiras e inverdades que não colabora em nada com ninguém. Essas pessoas deviam pensar melhor antes fazer isso, pois elas também podem precisar de informações e só encontrarem engodo.

julho 05, 2013

Sem uma porta para bater.

     Acho que contei aqui que todas as segundas feiras, juntamente com um grupo de amigos, eu participo da distribuição de sopas pelo centro da cidade do Rio de Janeiro, não é? Para quem não se lembra, faço isso com esse grupo há mais ou menos nove anos. Não é um trabalho fácil. Todas as segundas feiras encontramos pessoas de todo jeito: desempregados, drogados, marginais, ex-presidiários, doentes, abandonados, jovens, velhos, crianças ( muitas crianças), homens e mulheres. Enfim, difícil enumerar todos.
     Mas nesta segunda feira (02/07/2013) encontramos uma família: pai, mãe, filho e filha. A menina de uns doze anos e o menino de uns dez anos. O pai e a mãe, um casal bastante jovem ainda. O curioso é que a gente nunca podia imaginar que eles fossem moradores de rua (o nosso público alvo) e todos ficamos assustados quando as duas crianças entraram na fila para receber a sopa e o pão que distribuímos.
     Isso se deu, em primeiro lugar, pelo fato de termos o hábito (triste hábito) de julgar as pessoas pela aparência e a família referida estava com a aparência normal de qualquer passante da rua Uruguaiana (esquina com o Largo da Carioca). As duas crianças pegaram a sopa para elas e para os pais. Entregamos as sopas e pouco depois elas voltaram para fila e pediram mais, no que foram atendidas.
     Não costumamos tecer comentários a respeito das pessoas que encontramos, mesmo aquelas que se mostram, às vezes, inconvenientes e nos obrigam a ter uma postura diferente da usual. Porém, esse casal e os filhos nos fez quebrar esse costume e antes mesmo de voltar já estávamos falando sobre eles. Sentados os quatro comiam as sopas e o pai fez-nos um aceno de agradecimento. Aí entendemos que os quatro estavam mesmo na rua. Provavelmente chegaram naquele dia (dado o estado de asseio deles).    
     Acontecimentos como esse faz com que acreditemos que, independente do motivo, qualquer um pode um dia se ver nessa situação. E é por isso que a sopa existe: para poder receber aqueles que não têm uma porta onde bater.

junho 29, 2013

O lugar de cada coisa.

     Outro dia reencontrei um amigo que não via há muito tempo. Acho que todo mundo sabe o que acontece nessa ocasiões, não é?. Por mais que a gente tente, não há jeito, o assunto acaba mesmo sendo o passado, aquilo que se viveu "naquele tempo" e por aí vai.
     Até aí nada de mais. Falamos do quão felizes éramos, dos amigos que se perderam na bruma do tempo e daqueles que ainda mantemos contato.A conversa seguiu animada com algumas notícias muito boas, algumas nem tanto e outras que talvez eu preferisse não ficar sabendo. Mas faz parte da vida, não é? 
     Já lá pelo fim do encontro, ele me fez uma pergunta aparentemente banal, mas que me fez pensar. Ele perguntou: "Você tem saudades daquele tempo?" Não me lembro exatamente o que respondi. Provavelmente, eu devo ter respondido que sim, que sentia saudades do tempo vivido. Porém, ao voltar para casa, a pergunta não saiu da minha cabeça e ela foi tomando outros contornos. De repente, não se tratava mais de saber se eu sentia saudade ou não, tratava-se da distância no tempo.
   Algum tempo passou desde que vivi aquelas experiências e pude perceber como havia mudado a percepção que eu tinha das coisas, como mudaram os meus valores, os conceitos. Difícil mensurar se estou melhor hoje e que a minha visão de vida agora é mais acertada. 
   Uma coisa, porém, eu não tenho dúvida: como tempo passou hoje posso ver que eu, em muitos momentos, estive muito enganado comigo mesmo e com as pessoas que cercavam.  Tomei decisões que atrasaram meus caminhos, julguei erradamente pessoas dando valor demais a quem não merecia tanto e deixando de lado aquelas que realmente mereciam muito mais.
    Palavras, atitudes infelizes, presunção, ingenuidade e, sobretudo, pressa. Eu tinha muita pressa. Eu queria tudo naquele momento e me negava a ver as coisas no longo prazo. Pena que a gente só descubra isso depois que o tempo passa. Mas longe de me deixar triste, essa constatação me fez ver que o tempo coloca cada coisa no seu lugar sem pressa e dá o verdadeiro valor de cada coisa. Ainda bem.