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março 21, 2012

Saindo da zona de conforto.

     Outra dia, diante de uma reportagem falando sobre esportes radicais, me vi perguntando o que leva uma pessoa a arriscar a vida saltando do alto de um prédio. É verdade que a pessoa não pula de peito aberto, tem todo um equipamento que inclui até um providencial e necessário paraquedas. Mesmo assim, classifiquei o esporte como uma loucura e jurei que jamais me exporia a esse tipo de risco.
     Em suma, eu não trocaria minha vida "segura" aqui embaixo para me arriscar num pulo que poderia, ainda que por alguns minutos, me deixar com os pés literalmente foras do chão. E, segundo a minha visão naquele momento, sem nenhum motivo que o justificasse. Apenas por um prazer momentâneo, por uma visão de cartão postal.
     Era um domingo. O dia correu como todo domingo, sempre com aquela sensação de que tem-se muito para fazer, mas, com certeza, não se vai acabar fazendo nada.  E não fiz mesmo. A não ser ficar pensando na minha posição diante do tal esporte. Posição que, aliás, eu costumo ter diante de qualquer  situação em que se coloque a vida em risco. Mas, pela primeira vez, me vi colocando essa postura em xeque.
     Afinal, é até prudente não sair por ai arriscando a vida, não é? Ao mesmo tempo me vei o questionamento: será que é justo também passar a vida tentando se proteger o tempo todo? Cheguei a conclusão que não. Não é justo, nem certo ficar plantado na terra como uma árvore sem nunca arriscar nada. Descobri que essa minha atitude diante daqueles que não medem esforços para desbravar novos territórios é covarde. É isso mesmo.
     Sei que você pode estar achando que eu estou sendo duro demais comigo mesmo. Pode até ser. Mas  você não acha que às vezes temos que nos dar uma sacudida, mexer com a nossa estrutura? Temos que nos tirar um pouco da chamada "zona de conforto" e nos jugar "sem rede de proteção".  Está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas... Não dá para ficar seguro sempre, ter certeza de tudo sempre, seguir sempre a mesma rotina, o mesmo roteiro de todo dia. É preciso variar. Dizem que faz bem para o cérebro exercitar coisas novas, andar por caminhos diferentes.
     Acho que essa reportagem de domingo veio para me lembrar disso. Diz o ditado que "quem não arrisca, não petisca". Ou será que estou me enganando de ditado? Não importa. O que sei é que eu ando um pouco parado demais e  estou precisando me arriscar mais. Não pense, é claro, que vou sair por ai me atirando de montanhas ou prédios. Também não é assim, né?  Se bem que...

março 16, 2012

Pequenas ações, grandes resultados,

     Quando Neil Armstrong esteve na lua (há quem duvide) ele proferiu aquela frase que ficaria famosa: "um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade". Acreditando ou na não na ida do homem à lua, o fato é que a frase trazia em si muito de profético. De lá para cá a humanidade tem caminhado a passos largos no que diz respeito aos avanços tecnológicos. Dá até a impressão de que o tão aclamado "futuro" já chegou e que estamos vivendo uma realidade que há tempos mal poderia ser imaginada.
     Exageros à parte, não se pode negar que a cada dia temos nossas vidas melhoradas pelos inventos trazidos no bojo das viagens pelo espaço. Viagens essas, nascidas da cabeça de uma turna que até pode ser vista como meros visionários, mas que, sem eles, provavelmente ainda estaríamos no tempo da pedra lascada ou nem teríamos saído da caverna.
     Porém, mesmo com todos os exemplos que temos agimos como se nossas ações não representassem nada, como se estivéssemos "sozinhos no mundo" e que, se nossos atos tivessem alguma implicação, os únicos atingidos seríamos nós mesmos. Só que, infelizmente, isso não é verdade. Nossas pequenas ou grandes ações têm sempre um resultado positivo ou negativo sobre nós e sobre àqueles com os quais convivemos. Cada gesto nosso, por menor que seja, tem um fim, um destino. Nada é em vão.
     Sei que você dirá que isso já foi dito muitas vezes e exaustivamente. É verdade. Muitos antes já disseram isso, mas as pessoas continuam teimando em pensar que seus atos e ações caem no vazio, que nada tem a menor importância.
     Para que mudemos esse nosso velho paradigma é preciso que nos voltemos para nossa própria vida. Muitos de nós reclamamos que nossas vidas estão paradas, que não conseguimos alcançar nossos objetivos, que o mundo parece estar contra nós, que não temos sorte com nada e mais não sei o quê. Pois é isso mesmo.  Aos invés de partirmos para tomar pequenas e acertadas atitudes que vão nos levar à conquista daquilo que necessitamos, partimos para querer dar grandes saltos que além de não nos levar ao destino pretendido, ainda pode nos deixar de perna quebrada.
     Viver um dia de cada vez. Valorizar as conquistas do presente sem perder de vista o passado, lugar onde ficaram as experiências boas e ruins, mas, sem dúvida, importantes para nos posicionar agora e no futuro. Esse, sim, construído com nossas atitudes presentes e pretéritas. O passo que damos hoje nos leva até o amanhã. Assim, não é difícil saber porque estamos aqui e agora e imaginar onde chegaremos amanhã.

março 13, 2012

"Salve-se quem puder".

     Não é novidade para ninguém que quase todos os animais, e aí estão incluídos os seres humanos, têm o hábito de viver em grupos. Isso acontece por várias razões: seja para conseguir comida mais fácil, para procriação e perpetuação da espécie, para se protegerem dos predadores ou por qualquer outro motivo. E assim nasceu o que chamamos de vida em sociedade. Trocando em miúdos, vivemos juntos porque precisamos uns dos outros. Assim podemos dizer que é bastante natural que uns cuidem dos outros, os fortes cuidem dos mais fracos, os mais novos dos mais velhos, os pais dos filhos, os mais sábios ensinem aos ignorantes e por aí vai.
    No nosso caso, os seres humanos, existe, antes de qualquer coisa, a família. É nesse núcleo que aprendemos (ou pelo menos deveríamos) a importância dessa troca, dessa ajuda mútua que é viver em sociedade. A criança, aprende que pode confiar nos pais e esperar deles amor, carinho, proteção. Também receberá educação aprendendo que para viver em comunidade é preciso respeitar regras. Do contrário, a vida se tornaria insuportável.
    As regras, não se pode negar, existem para ordenar esse convívio. Só que (outro fato inquestionável) e provavelmente diferente dos outros animais, nós não apreciamos muito seguí-las. Tudo vai muito bem até que descobrimos que temos que obedecer algumas regras. É lógico que muitos, mesmo a contra gosto,  cumprem direitinho o que está escrito.
    Já outros... Bem, esses são capazes de qualquer coisa para burlá-las, infringí-las, subvertê-las. E isso, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro, é o que vemos acontecer no trânsito. Ninguém quer saber de seguir regra nenhuma. O (a) cara entra no carro e não quer saber de mais nada a não ser que o caminho esteja livre para ele(a). É um absurdo. Parece que todos precisam, como se diria antigamente, "tirar o pai da forca" e por isso não têm tempo a perder. Quem quiser que saia da frente. E aí a mão não sai da buzina, nem o pé do acelerador. É um verdadeiro "salve-se quem puder". O pior é que sabemos que muitos não podem e o resultado está nas estatísticas de acidente de trânsito.
    Pelo seu lado, os pedestres também são um bando de sem-lei. Andam todos às tontas como se vivêssemos numa cidade de transito educado e condutores de veículos que respeitam regras e sinais. Não conseguimos  sequer esperar um sinal abrir para nós, atravessando na frente de carros como se ele (o semáforo) não existisse ou estivesse ali só para enfeitar a rua.
     Falando assim, parece que estou querendo que nossa cidade fosse habitada por um bando de robôs. Não é nada disso. Apenas acho que deveríamos prestar mais atenção às leis, principalmente as de trânsito, que foram criadas para nossa proteção.  Assim, a "vida" fluirá muito mais facilmente.                       

março 09, 2012

As mulheres querem é igualdade.

Mulheres ceramistas. Gran Canaria     Ninguém é louco de negar que uma data comemorativa seja uma coisa boa e muito bem-vinda. Nesses momentos, o lado celebrativo da vida ganha mais força e paramos para olhar a coisa celebrada como não a vemos nos dias comuns. Nesses dias, elas ganham destaque e com isso ficam mais visíveis, mesmo que no resto do ano fiquem um tanto esquecidas. É assim com o natal, dia das mães e dos pais, dos namorados, dos professores, dia da pátria (se é que ainda existe), dia das crianças...
     O mesmo se pode dizer do dia internacional das mulheres, comemorado todo dia 8 de março. Nesse dia, elas recebem homenagens, condecorações, suas lutas e conquistas são exaltadas e tudo é motivo para festa. Até aí, nada de mais. Afinal, as mulheres são mesmo merecedoras de muitas homenagens, festas, pompa e circunstância. Quem vai negar isso?
     Só que, pensando bem, acho que apesar de todos os avanços e conquistas, estamos longe do dia em que elas terão mesmo motivo para comemorar de verdade, pois seus salários ainda continuam menores que dos dos homens, suas chances de cargo de chefia ainda não são iguais aos dos seus companheiros e, o que é pior, muitas ainda têm dupla jornada, ou seja, trabalham o dia inteiro e à noite vão para as suas casas onde todo o serviço da casa, incluindo aí o cuidado dos filhos, espera por elas.
    Vendo por esse ângulo, acredito que ainda não haja muito o que comemorar. Embora muitos possam dizer que as conquistas já foram muitas e que temos até uma mulher na presidência da república e isso não deixa de ser um bom sinal e motivo para pensar que as coisas estão no caminho certo.  Porém,  não estamos falando apenas das mulheres com acesso à cultura e aos postos de destaque.
     E essas, no Brasil,  Dilma é sem dúvida o exemplo máximo, sempre tiveram algum destaque e meios para lutar pelos seus interesses. Falo aqui das donas de casa, mulheres de pouca ou nenhuma cultura que, não raro, são chefes de família sobrevivendo a salários baixos e à condições precárias de trabalho.  Para essas, o dia 8 de março ainda é uma data folclórica, sem grande importância e que passa despercebida. Até porque, ocupadas em correr de um lado para o outro para conseguir dar conta de todas as suas tarefas diárias, elas não têm tempo de parar para, sequer, pensar que aquele dia é dedicado à elas.
    Para essas mulheres, ter um dia dedicado à elas soa estranho, parece mesmo uma brincadeira de mau gosto ou uma discriminação. Afinal, o que todas querem mesmo é a igualdade: as mesmas oportunidades, a equiparação salarial, a divisão dos cuidados com os filhos e a casa. Isso só para citar algumas prioridades. No dia em que conquistarem isso, não precisaremos ter o dia das mulheres, dos homens ou de quem quer que seja. Nesse dia vai prevalecer a igualdade de direitos e deveres a todos.

março 03, 2012

Formas de comunicação

     Os tempos modernos têm facilitado cada vez mais a comunicação entre as pessoas. Cada vez mais as distâncias estão sendo encurtadas e isso, ninguém dúvida, é muito bom. Quem não gosta de, mesmo longe, estar em contato com aqueles que ama e, com isso, diminuir a saudade? Todo mundo gosta e não abre mão. \Usa tudo o que está à disposição. Tanto que fica até difícil imaginar como era a vida quando todas --essas facilidades não existiam ou eram apenas sonhos distantes. Mas o tempo passou e veiram os celulares, a internet e tudo o mais que nos dias de hoje nos mantém ligados, conectados uns aos outros.
     Só que com toda essa modernidade, a nossa maior (e mais eficaz) comunicação ainda é feita de maneira, digamos, elementar. Ainda nos comunicamos mesmo é através dos pensamentos, dos sonhos noturnos, do olhar, do gesto. Isso, apesar do fato de sempre acharmos que só existe comunicação efetiva quando falamos ou quando escrevemos.
     Há, sem dúvida, uma fé maior no que se fala e no que se escreve, pois temos  necessidade de ouvir o que falamos e registrar isso, seja através de gravadores de voz ou quando escrevemos bilhetes, cartas, torpedos. Tem gente que diz, sobretudo os mais antigos, que só acredita no que está escrito, não é? Isso meio que prova que acreditamos e nos apoiamos muito no registro, na prova da comunicação.
      Com isso, as formas de comunicação mais elementares ficam esquecidas, embora a gente continue comunicando por elas. Se você duvida é só começar a prestar atenção nos seus pensamentos, sonhos enquanto dorme, nos gestos que dirige aos outros na rua, por exemplo. Você vai ficar muito assustado ao descobrir que toda vez que dirige algum pensamento na direção de alguém, esse pensamento acaba chegando até aquela pessoa e quando você a encontra, com certeza, ela já sabe (geralmente de forma inconsciente) o que você pensa e vai reagir de acordo com a maneira que ela recebeu o seu "pensamento".
É por isso que muita gente fica perplexa com determinadas reações que as pessoas têm demonstrando saber de fatos que você não contou nem para o travesseiro.  Aí vem a pergunta:
- Como ele (a) sabia disso, se eu não contei para ninguém?
É simples de descobrir. Você não contou para ninguém, manteve o segredo à sete chaves, só que se esqueceu que o pensamento voa. Sobretudo, os pensamentos emocionais ou emocionados. Aqueles pensamentos que a gente tem que chegam a parecer que estamos vivendo aquela situação. Alguns chegam a travar mentalmente longos diálogos, brigas onde deixam claras as sua posições em relação àquela pessoa ou assunto.
     Se esses pensamentos são de amor, é bem possível que ao encontrar essa pessoa você vai encontrá-la mais receptiva, mais simpática em relação a você. Agora, se esses pensamentos foram de antipatia, discórdia é provável que encontrará algo bem parecido.
     Portanto, cuidado com os seus pensamentos. Eles não conhecem barreiras, distâncias. E, nunca se esqueça, eles não dependem da vontade da pessoa para serem recebidos. Independente da nossa vontade estamos o tempo todo recebendo "comunicações". Isso explica muitos pensamentos e sonhos estranhos que temos. Mais do que isso, explicam  nossas simpatias e antipatias.

fevereiro 25, 2012

Ator, essa profissão ingrata.

     Minha intenção ao criar esse blog era apenas falar sobre espiritualidade. Além de revelar o quanto pretensioso eu sou, ainda acaba me deixando meio assim quando quero falar de outras coisas. Sinto como se estivesse desviando da rota inicialmente traçada. Por isso, peço a compreensão de todos para falar de um outro assunto: a profissão do ator
      Na verdade, eu não quero falar coisa nenhuma. Afinal, quem sou eu para me arvorar de arauto dessa profissão com tanta gente pra lá de boa. pra lá de famosas, competentes e tudo mais que se possa dizer. Seria, novamente, pura pretensão desse que vos fala. Para encurtar o assunto, o que eu quero mesmo é fazer um desabafo, chorar as magoas, enfiar o "pé na jaca", abusar da sua boa vontade e paciência.
      Em primeiro lugar, gostaria de dizer que é mentira era história de profissão. Não existe a profissão. Está bem. Eu sei que você vai dizer que existe sim e que ela foi regulamentada no final da década de 1970 depois de longos anos de luta da chamada classe artística. Até aí, é tudo verdade. Os caras travaram uma luta para que "os artistas", fossem tratados e reconhecidos como profissionais e tivessem seus direitos trabalhista assegurados. O que não deixou de ser um grande feito. Algo que realmente deve ser comemorado.
      Aí vem a outra parte da história. Essa sem muita razão para comemoração e tem a ver com o fato de eu ter dito acima que a profissão de ator não existe. Em outras palavras, o simples fato de estudar e profissionalizar-se (via SATED) não garante que você possa viver como um profissional da arte de representar, pois essa profissão ( hoje tão procurada por aqueles que querem ficar famosos da noite para o dia) não leva em conta apenas preparo e talento como as outras profissões.
     O ator, na verdade, se vê diante de uma realidade completamente diferente. Para conseguir um trabalho, ele tem que estar dentro do perfil do personagem ( até aí nada de mais) e (o que é  mais difícil) estar no lugar certo na hora certa para ser visto pelas pessoas certas. Leve-se em conta que estas pessoas certas são quase sempre seres de outro planeta, entidades especiais às quais só os muito privilegiados têm acesso.
     Chegamos no ponto: só consegue papel se você tiver esse "acesso", quase impossível para um pobre mortal. A menos que você dê uma de louco como ouvimos em muitas histórias relatadas pelos que "chegaram lá". Surge, então, a pergunta que não quer calar: "É preciso ser louco para ser ator e estar sempre inventando meios mirabolantes para conseguir um trabalho?" Não posso acreditar que a reposta seja sim.
     Acredito que a forma de se conseguir trabalho deveria ser mais democrática e justa ou deve-se acabar com essa profissão. Assim os diretores e produtores (e mais quem possa) ficam livres para escolherem quem eles bem entenderem, levando em conta critérios como beleza, amizades, relacionamentos afetivos, interesses financeiros...
    Agora, chamar de profissão algo que qualquer um pode fazer é, no mínimo, um engodo. O que vemos são sempre os amigos dos amigos e gente "virando" ator/atriz porque agradou as  "entidades"  da vez. Abaixo a essa farça. Abaixo a profissão de ator!

fevereiro 24, 2012

O sapo e o escorpião.

     Acho que todo mundo conhece ou já ouviu alguém contar aquela parábola ( creio que de origem africana) onde um escorpião pede ajuda a um sapo para atravessar um rio muito largo. Inicialmente, o sapo recursa. Ele sabe que o escorpião não é nada confiável e não quer correr o risco de ter uma surpresa desagradável. Só que o escorpião insiste muito e o sapo, coitado, acaba aceitando atravessar o rio levando o escorpião às costas.
     O final todos devem lembrar: no meio do rio o escorpião crava impiedosamente seu ferrão nas costas do sapo e este, quase morrendo, vira para ele e pergunta o motivo de tanta crueldade já que ele (o sapo) estava lhe fazendo um favor. A resposta não podia ser mais certeira:
- Desculpa, seu sapo. Essa é a minha natureza. - foi o que o pobre sapo ouviu antes de afundar no rio.
     E tudo isso por que? Porque o sapo acreditou que o escorpião cuja natureza é sair por aí ferroando as pessoas, naquele momento de necessidade, havia mudado sua maneira de ser e pensar e estava disposto a agir de forma diferente. Dá para imaginar o drama do sapo.  Confiar ou não confiar? Essa foi a questão que ele enfrentou e acabou decindo dar uma "carona" para o escorpião.  Ninguém pode chamar o sapo de bobo, pode?  Ninguém está livre de cair numa esparrela dessas. É natural ser solidário, confiar, ajudar a quem nos procura, não é?
   Parece absurdo, mas tem muita gente por aí que age como o velhaco escorpião. Aproximam da gente cheios humildade, mostram-se arrependidos dos erros passados, comovem com suas histórias tristes, se fazem de amigos e aí você não tem outro jeito. Acaba abrindo espaço para aquela pessoa, pois afinal todo mundo merece uma nova chance. 
    Além do mais, é preciso acreditar que as pessoas mudam, que elas aprendem com seus erros e que você pode estar cometendo uma injustiça negando-se a acreditar naquela mudança de atitude. Só que, quando menos se espera, surge a ferroada certeira. E quando você indaga o por que daquela atitude covarde, a resposta é quase a mesma dada pelo escorpião:
- Você sabia que eu era assim. Acreditou na minha história porque quis. - e sai rindo da sua cara, com a certeza de ter enganado mais um trouxa.
    É verdade que esse tipo de situação não tem como evitar, pois os relacionamentos não seguem regras pré-estabelecidas, mas é importante estar sempre de olho. Nunca é de mais ser previdente e saber reconhecer os "escorpiões".