O exemplo dos persistentes.

Travamos, dia a dia, uma luta ferrenha na busca do chamado "lugar ao sol". Obter êxito é sempre o objetivo de todos. Alguns nascem com habilidades que lhes rendem, além de fama, muito dinheiro, sem que lhes demandem grande esforço; outros, através da força de vontade e da persistência, vencem barreiras quase intransponíveis para os simples mortais.

Por outro lado, a maioria dos mortais, aqueles sem as tais habilidades especiais, passa a vida lutando bravamente, tentando aqui e ali sem conseguir nada mais que esparsos meios de sobrevivência. Infelizmente, há também a parcela, cada vez maior, de indivíduos que não obtém nem mesmo o essencial para garantir o seu sustento. 

Sem dúvida, vivemos num mundo onde a desigualdade não mostra sinais de que vai acabar ou mesmo diminuir, pois o que se vê é que os que têm muito terão cada vez mais, não se importando que do seu lado a pobreza e a miséria aumente numa velocidade espantosa.

Espiritualmente falando, acredito que tudo isso não dá por acaso. Cada um de nós tem um caminho a trilhar neste mundo, e em nenhum momento foi dito que esse caminho seria fácil, que não teríamos de enfrentar os perigos que se apresentassem a cada passo. Pelo contrário, os alertas são sempre de que devemos estar atentos e nunca deixar de prestar atenção aos sinais emitidos a todo instante.

Portanto, se não nascemos com dons nem habilidades especiais, embora ninguém possa duvidar que os possua e ainda não os tenha descoberto, podemos seguir o exemplo daqueles que também não tendo nascido dotados de algum talento especial ou foram bafejados pela sorte rompem os grilhões e conquistam um lugar no pódio da vida. O que não podemos é reclamar sem nada fazer para mudar a situação.

Uma semana de grandes conquistas para todos.

Terra de gigantes e anões

Acredito que não exista nada de errado em almejar subir na vida e se tornar maior do que todas as pessoas de sua cidade, estado, país, continente e assim por diante. Definitivamente, ser ambicioso não é nenhum defeito. Foi exatamente por causa da ambição e curiosidade de alguns indivíduos que a humanidade saiu da escuridão da "caverna" para a luz do conhecimento.

No entanto, em nome da ambição muitos partem para o vale-tudo, não importando com os meios, certos de que o importante são os fins. Como se, para atingir seus objetivos, fosse liberado usar de qualquer meio, ainda que seja prejudicial àqueles que o cercam ou mesmo a toda humanidade.

Esse tipo de visão tem sido bastante comum em nossa sociedade aumentando, cada vez mais, a diferença entre pobres e ricos, criando uma sociedade de gigantes (o número cada vez maior de milionários) e anões (a imensa parte da sociedade que se vê obrigada a sobreviver com muito pouco e mesmo com nada).

Nesse ponto, descobrimos que a ambição que nos move para frente também nos torna seres insensíveis, capazes de não se colocar no lugar daqueles que sofrem as consequências dos nossos atos. Querer um mundo melhor sem nada fazer para melhorar a vida de todos é mera utopia. 

Ninguém precisa abrir mão dos seus desejos e prazeres, mas podemos deixar de lado nosso egoísmo e olhar para o outro como gostaríamos que nos olhassem se estivéssemos na mesma situação. Dessa forma, estaremos agindo para diminuir o abismo que existe entre ricos e pobres, privilegiados e esquecidos da sorte.

Boa semana.

Faça um comentário; sua opinião é muito importante para mim.

Dia das Mães.

Faz muitos anos que perdi minha mãe, motivo pelo qual não costumo não falar muito a respeito desse dia, considerado pelos comerciantes, sempre de olho nas vendas, como o segundo dia do ano de maior faturamento. A imprensa nos dá conta de que a expectativa é grande neste ano de pandemia em que, depois de lockdowns, feriados antecipados e ou criados, medidas de restrições e próprio medo dos fregueses de saírem de casa, não se sabe no que vai dar.

Levando em conta todo esse contexto, não é difícil imaginar que as mães, as homenageadas do dia,  que nada têm a ver com faturamento e lucro, sejam as que mais estão enfrentando dificuldades nesse dia, não só pelo fato de que, dado às circunstâncias, a comemoração não deverá ser como elas merecem, mas pelo fato de que muitas enfrentam a dor da perda de seus filhos. 

Por outro lado, não se pode esquecer dos filhos que perderam suas mães, afinal são mais de 420 mil mortos. Quantas mães que viram seus filhos partirem e também quantos filhos despediram de suas mães, não e mesmo?

Tudo isso faz com que a data seja mais especial ainda. Órfãos de filhos ou de mães, devemos todos nos unir num sentimento de amor e solidariedade nesse dia em que, seja como for, todos ficamos mais sensíveis e necessitados de um colinho e um afago de mãe, seja adotiva ou de sangue.

Feliz domingo das mães, com mãe presente fisicamente ou não, pois o amor vence a barreira do tempo e atravessa os mundos. Estamos sempre conectados.

Boa semana.

A culpa não é da China.

Não há como negar que estamos (toda a humanidade) atravessando um daqueles momentos em que parece impossível ver uma luz no final do túnel, mas ninguém precisa ficar desesperado; não é a primeira vez nem (infelizmente) vai ser a última que a humanidade passa por esse tipo de situação.

Precisamos entender também que esse tipo de acontecimento não se dá por acaso; de tempos em tempos, assim como acontece com cada individuo de forma particular, a humanidade, como um todo, tem necessidade de passar por algum tipo de depuração, pois não estamos no nível de aprender as lições que viemos ao mundo para assimilar de forma natural.  

É por isso que, vez por outra, somos sacudidos por esses "terremotos" que nos tiram completamente do prumo. Calma! Tudo isso vai passar. Basta que cada um faça a sua parte. E "fazer a sua parte" não significa apenas usar máscara, lavar as mãos, usar álcool gel e evitar aglomeração. Vai muito além disso. É preciso, acima de qualquer coisa, que cada um se pergunte o que realmente quer da vida, descubra qual o verdadeiro propósito de estar encarnado nesse mundo e nesse exato momento. 

Sem que cada um assuma seu papel nesse drama, estaremos sempre dando voltas sem sair do lugar. A culpa pelo vírus ou qualquer outro problema não e da /China e de quem quer que seja. Esse triste momento que vivemos é fruto da maneira irresponsável com temos por milhares de anos encarrado a vida. Vivemos que como se tivéssemos no mundo a passeio, não nos sentimos responsáveis por nada. acreditamos que cabe a nós apenas reclamar e apontar culpados.

Necessitamos, sem demora, assumir nosso papel de principais responsáveis por aquilo que nos acontece de bom e de ruim. Apenas dessa forma poderemos interromper esse círculo de tragédias que toda hora  nos assolam. 

Boa semana a todos.

Tente usar a roupa que estou usando.

Sempre ouvi esse verso que faz parte da letra da música "Pérola Negra" cantada por Luiz Melodia, um dos meus cantores preferidos, mas nunca me toquei os muitos significados que existem por trás desse aparentemente simples ajuntamento de palavras. Tentar usar a roupa que alguém está usando vai muito além de seguir a moda, o estilo ou mesmo vestir o número da pessoa; vai muito além disso. Significa, antes de qualquer coisa, se colocar no lugar dela, sentir o que ela está sentindo, e isso, sabemos muito bem, não é algo exatamente fácil de se fazer.

Nos últimos tempos, muito tem se falado de empatia, que a vem a ser a mesma coisa. na mesma proporção em que temos sido cada vez mais egoístas, cada vez mais preocupados com o nosso interesse próprio. O caos está geral e nem por isso deixamos de pensar no nosso bem-estar, no lucro fácil, nas nossas necessidades mais comezinhas, mais desnecessárias. Viramos crianças birrentas que não aceitam ceder um pouquinho, esperar o momento certo de agir, ou mesmo abrir mão dos nossos prazeres em nome do interesse e do bem de todos.

Nunca precisamos tanto "vestir a roupa que o outro está usando". experimentar suas dores e, por que não, também as suas alegrias, porque se colocar no lugar do outro não é apenas nas tristezas, nas dores, doenças, misérias e aflições, mas também é ficar feliz com os sucessos e as vitórias do outro. Somente dessa forma vamos sair do puro e simples "discurso da empatia" e da "gratidão" que inundam as redes sociais em memes fofinhos e cheios de falsas mensagens de altruísmo.

Antes de replicar memes e mensagens de sabedoria e belos exemplos a seguir, devemos parar e pensar se não nós mesmos que estamos precisando assimilar as lições que tanto espalhamos por aí; somente usando a roupa que o outro está usando é que poderemos sentir o que ele está sentindo e, dessa forma, poderemos medir o tamanho de sua dor ou alegria.

Boa semana!

À luz do entendimento

A reprise da novela "A viagem", no canal Viva, traz o assunto espiritismo para a ordem do dia. Dessa vez não pretendo falar da bem estruturada trama de Ivani Ribeiro, mas da forma como, mesmo depois de passados tantos anos da estreia da primeira versão, em 1975, despeito de todo o sucesso das duas versões (a que está sendo exibida no momento é a da Rede Globo, realizada em 1994) encaramos o fenômeno.

Não é de hoje que o mundo encara a prática do espiritismo como algo de origem demoníaca. Não foram poucas as pessoas que acabaram condenadas à morte por serem portadoras de algum tipo de mediunidade ou mesmo por simplesmente se interessarem pelo assunto. Parece que temos mesmo dificuldade para aceitar que antes de encarnar nesse mundo estávamos na condição de espirito e que ao morrermos voltaremos à forma inicial.

Falar em espírito num momento em que estamos mais materialistas do que nunca realmente não é tarefa fácil. Ainda levaremos muitos anos (talvez milhares) para termos esse entendimento e pautarmos nossas vidas pela visão de que entramos e saímos de corpos em sucessivas encarnações e que em cada uma delas ascendemos um degrau na escada da evolução e do conhecimento.

Como os antigos que queimavam os praticantes do espiritismo sob a acusação heresia, ainda preferimos fechar os olhos para as evidências cada vez mais fortes de que a possibilidade (como prega a maioria das religiões) de termos uma única encarnação depois da qual, dependendo de nossos erros e acertos, vamos para o céu ou para o inferno é muito pouco provável.

Cada um é livre para acreditar no que bem entende e pode escolher qual caminho trilhar. No entanto, ninguém pode fechar os olhos para tudo o que temos vivido nos últimos tempos. Talvez se tivéssemos um pouco mais de entendimento dos mistérios que existem entre o céu e a terra não estaríamos passando por esse momento de tanta negação e obscurantismo.

É preciso abrir os olhos e os ouvidos para os sentidos, pois só no momento em que nos voltarmos para dentro de nós mesmos é que vamos poder vislumbrar a luz que vai nos guiar para fora dessa caverna que insistimos em habitar.

Luz para todos.

Bom domingo.

O que esperar do futuro?

As dúvidas quanto ao dia de amanhã sempre estiveram presentes nas vidas mesmo daqueles que se dizem não preocupar com o futuro; nascemos e vivemos sob o signo da incerteza. Desde a antiguidade que o homem busca respostas consultando os astros, os oráculos e fazendo uso de muitos meios, alguns até bastante assustadores.

Seja como for, a busca de sinais que nos informem sobre o que vamos encarar mais à frentes não para um só minuto. Os jovens e crianças, no geral, são os que mais convivem com esse tipo de preocupação. Afinal, eles trazem consigo a possibilidade da continuidade e mesmo de mudanças tão necessárias para a perpetuação da vida em nosso planeta.

A COVID-19, no entanto, fez com que todos, sem distinção de idade, raça, classe social, ou o que quer que seja que nos diferencie enquanto seres humanos,  passássemos a nos perguntar: O que  nos reserva o futuro? Quando é que voltaremos a viver com um mínimo que seja de tranquilidade, sem os fantasmas da doença, sofrimento e morte a nos espreitar?

É bem provável que nunca mais; esse vírus veio para fazer uma verdadeira revolução em nossos hábitos e costumes. Não há como voltarmos para o que era antes da COVID-19. A única saída é nos conscientizarmos de que temos de criar um novo estilo de vida em que nos preocupemos mais com nossa higiene pessoal, nossas relações interpessoais e, sobretudo, nossa relação com o planeta.

Tudo o que estamos vivenciando com essa pandemia é fruto do descaso com que tratamos a natureza; ao poluirmos o ar, o solo, os rios, mares, ao derrubarmos nossas floresta em nome de um progresso, que sempre vem para poucos, estamos destruindo a nós e as pessoas que dizemos amar.

Bom domingo.