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novembro 26, 2014

Lançamento do Livro "Dona Semíramis e os porteiros" de Julio Fernando.

Enfim, chegou a hora de botar o "Dona Semíramis e os porteiros" na rua. Espero que todos gostem como eu gostei de escrevê-lo. 




O livro conta história de Semíramis uma bela mulher que volta ao Brasil depois de morar anos fora e acaba comprando uma destruída cobertura num prédio no bairro da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro. No prédio, ela se vê obrigada a travar uma verdadeira guerra para conseguir fazer uma reforma no imóvel para finalmente poder habitá-lo. E nesta luta, além de enfrentar uma síndica mau caráter e moradores ensandecidos, ela tem que encarar dois porteiros nada convencionais que, entre outras coisas, disputam o seu coração.

Diversão garantida.

novembro 22, 2014

Olhando-se com outro olhar.

      Fala-se muito sobre os preconceitos aos quais estamos expostos no dia a dia. Não há dúvida que eles são muitos e que podem surgir de onde menos se espera. Por isso, a luta para escapar a eles é grande. É preciso não somente enfrentá-los, mas denunciar sempre.
    Porém, há uma forma de preconceito que talvez não se possa enfrentar tão claramente ou mesmos denunciar. É o preconceito que impomos a nós mesmos. Ele às vezes vem mascarado de timidez, de falta de amor próprio, de medo de encarar a vida, mas não se engane, é preconceito mesmo.
     É preconceito s pior espécie que se pode imaginar, pois nos paralisa. Acaba com todas as nossas chances, uma vez que ele está sempre ali dizendo: "você não vai conseguir", "isso não é para você", "você não nasceu pra isso"...
     Não faltam afirmativas destrutivas que, infelizmente, costumamos ouvir vindas do nosso próprio interior. Muita gente vê isso como prevenção. Acreditam que ao nos alertar das nossas limitações estaríamos evitando sofrimentos maiores.
     Pode até ser. No entanto, vejo como preconceito pura e simplesmente. E como se livrar dele já que não podemos denunciá-los às autoridades ou mesmo fazer passeata nas ruas? Olhando para si mesmo com um outro olhar, sem exigências absurdas, sem a intolerância dos preconceituosos e, sobretudo, sem fazer pouco de si, sem diminuir-se diante do outro.
    O preconceito nada mais é do que uma tentativa de aniquilar o outro, julgando-se superior. Quando temos preconceito de nós mesmos estamos dizendo que somos inferiores aos demais, que estamos aquém das exigências da sociedade em que vivemos.
     Livre-se desse  câncer que coroe as nossas vidas e nos transforma em pálidas figuras que se arrastam pela vida fazendo-nos dependentes da aprovação e da bondade dos outros. Antes de querer ser aceito, devemos nos aceitar.

Bom domingo.

novembro 15, 2014

Ganância

     Meu primeiro contato com a palavra ambição não foi positivo. A palavra me foi apresentada primeiramente em seu aspecto negativo. Aprendi em criança que pessoas ambiciosas eram gananciosas e queriam tudo para elas. Portanto, eu tinha, como bom menino, evitar ser ambicioso e mesquinho.
     A vida foi passando e logo descobri que ser ambicioso não era uma coisa tão ruim assim. A ambição me levaria a querer mais da vida e a  lutar para melhorar minha cultura, meu padrão social e a ter metas a alcançar. Com isso, eu já tinha mais que me envergonhar de ser ambicioso e, sim, me orgulhar. Assim eu estava apenas aceitado fazer parte do grupo dos que lutam por um lugar melhor ao sol. Camada de ozônio à parte, nada demais, não é?
     Passei a ambicionar ser melhor do que eu era e a alcançar posições que eu antes achava que estava fora do meu padrão e assim tenho vivido até hoje. Sempre querendo galgar um degrau a mais sabendo, claro, que a vida é feita de vitórias, mas também de derrotas. Mais que isso, sabendo que as derrotas não são vergonhas ou vexames, mas aprendizados, alertas, avisos para que eu me prepare melhor para a próxima tentativa.
     No entanto, nos últimos tempos tenho me perguntado se a palavra ambição não voltou a ter aquele seu único significado da minha infância, ou seja, sinônimo de ganância e "olho grande naquilo que não lhe pertence". E essa dúvida vem desses constantes escândalos políticos que a imprensa noticia dia a dia.
    Não dá para entender como alguém pode ter a desfaçatez de meter a mão no que não lhe pertence apenas levado pelo desejo de viver uma vida melhor. E não se pode dizer que seja sem fazer esforço, porque o que eles fazem para botar a mão no dinheiro público é algo que leva tempo e astúcia.
      Dizem que é a certeza da impunidade que os leva a agir assim, mas pelo que vemos há tempos a maioria acaba indo para a cadeia ou sendo exposta a algum tipo de vexame público. O que resta é mesmo pensar que são pessoas que agem levadas pela ambição, pura e simplesmente, sem medir as consequências de seus atos.
    É triste ver, não só o dinheiro público indo para as contas pessoais de ladrões e larápios travestidos de respeitados homens públicos, mas ver a que ponto o ser humano é capaz de descer para satisfazer a sua ganância.
      Mais triste é perceber que levados pelo que muitos acreditam ser apenas senso de oportunidade, o ser humano torna-se tão somente um predador voraz. Não aquele animal predador que mata para satisfazer a sua fome imediata, mas aquele que abocanha tudo pelo prazer de ver os próprios semelhantes padecerem sem nada.
Bom domingo