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março 26, 2011

Melhorando a receita.

     Eu sei que esse papo é antigo e que você já ouviu um milhão de vezes as pessoas dizerem que não existe receita para ser feliz, que felicidade é algo que se conquista meio por acaso. Tipo: estava passando e de repente dei  de cara com a minha alma gêmea. Trocamos olhares, paramos, nos apresentamos e nunca mais nos separamos... Ou seja, nada que seja programado antecipadamente, planejado.
     Outros dizem que felicidade, antes de ser uma fórmula, é algo que não tem uma explicação exata: ou se é feliz ou não se é feliz. Não existe meio temo para a felicidade. O que levaria uma pessoa às nuvens de tanta felicidade, pode nem ao menos tirar do chão uma outra pessoa. E você, caro(a) leitor(a), o que acha disso? Difícil chegar a um veredito, não é mesmo? Pois é. Eu, cá comigo, acho que existe receita de felicidade sim. O problema é que a gente insiste em ficar usando receitas de felicidade dos outros. Usamos a receita de felicidade dos artistas da música, do cinema, da televisão que vemos sempre belos e perfeitos na mídia, dos ricos e milionários que na nossa visão podem tudo através das facilidades que o dinheiro pode proporcionar (será mesmo?), daqueles que conquistaram a felicidade através do desenvolvimento espiritual, daqueles que encontram felicidade no desapego material e até dos alienados, aqueles  que preferem não se envolver com nada para não se aborrecerem.
     Só que nós, muito provavelmente, não fazemos parte de nenhum dos grupos citados acima. E até se fizermos é preciso lembrar que temos a nossa individualidade, a nossa marca pessoal, aquilo que nos faz diferentes de todas as outras criaturas. É claro que isso não nos faz melhores, nem piores, apenas diferentes. E levando isso em consideração, devemos chegar a conclusão de que podemos ter a nossa própria receita de felicidade, o nosso jeito próprio de ser feliz e é isso que interessa. Podemos ser felizes do nosso jeito.
     E se a receita de felicidade do outro parece boa, por que não usá-la com algumas adaptações? Não é assim que nascem as novas receitas na culinária? O(a) cozinheiro(a) geralmente pega uma velha e conhecida receita e dá o seu toque pessoal e, não raro, acaba criando uma nova e deliciosa receita. Por que não podemos fazer o mesmo? Não quero com isso fazer crer  que acho que a vida ou a felicidade podem ser comparadas com uma receita de bolo. Não é isso. Quero apenas dizer que a gente pode melhorar antigas receitas(os exemplos que temos ao nosso redor, na nossa família e no mundo inteiro) e fazer a nossa receita. Porque, convenhamos, não dá para viver sem se programar, sem planejar a nossa vida. Precisamos de um plano de ação que nos nortei, que nos sirva de guia. No mais, é não esquecer de estar sempre de olho se estamos usando os ingredientes certos nessa receita. Mãos à obra e seja feliz!

março 22, 2011

Somos todos iguais?

     É dito pela sabedoria popular, confirmado pela nossa constituição e pregado pelas religiões que somos todos iguais. Porém, não é isso que pensa uma certa parcela da humanidade. É muito comum as pessoas saírem por aí alardeando de que são especiais por esse ou aquele motivo. Até aí, nada demais. Creio que é até bom que as pessoas se valorizem, que vendam o seu peixe. Até porque a vida moderna nos obriga a estar sempre lembrando a todos que estamos vivos, que existimos e que, sobretudo, temos algo de diferente das outras pessoas e que vale a pena ouvir o que temos a dizer. Só que tem gente que usa isso de forma um tanto distorcida que beira o egoísmo, o mau caratismo e a prepotência.
     Vá lá que somos obrigados a uma disputazinha desde o momento de nossa concepção: lembra da famosa corrida dos espermatozóide no momento de sua concepção? Pois é. Parabéns.Você começou vencendo essa corrida. Mas daí a passar a vida acreditando que está numa pista de provas e para vencer não medir as consequências, ser capaz de qualquer coisa para estar no lugar mais alto do pódio, vai uma grande distância.
     Sou favorável à uma competição. Acho, acima de tudo, saudável. Saber que se conseguiu um emprego, um prêmio  ou qualquer outro benefício numa disputa justa e honesta dá uma sensação muito boa. O sabor da vitória, nesse caso, é alguma coisa que nem dá para explicar. É simplesmente muito bom, uma grande realização. Já o contrário...
     Mas tem muita gente que não se importa com a forma pela qual consegue as coisas. Para elas vale tudo, contanto que consigam realizar os seus desejos. Essas pessoas usam de formas inescrupulosas para vencer uma concorrência, compram as pessoas, seduzem, usam de violência, matam, corrompem, seviciam, furam filas, estacionam o carro em lugar proibido, andam de bicicleta na calçada, levam o cachorro para defecar na rua e não limpam, falam aos berros no celular na rua, fumam e jogam fumaça na cara dos outros, param em grupos para conversar na calçada atrapalhando a passagem das pessoas, mentem, zombam daqueles que estão passando por privações, acham que são melhores que todo mundo, sujam as ruas, depredam a natureza...
     Esse tipo é incapaz de uma disputa justa onde todos, seguindo aquele velho preceito da igualdade, tem os mesmos direitos. Caso não existissem tanta gente com crachá especial a vez daqueles que jogam limpo chegaria mais rápido. Infelizmente prevalece a lei da carteirada para tudo e vai levar ainda algum tempo para que todos passemos a respeitar os direitos dos outros e saibamos esperar a nossa vez. Nesse dia, sim, seremos todos iguais.

março 19, 2011

Questão de atitude.

     Todos nós sabemos desde sempre (alguns até muito mais que outros) que a vida não é fácil para ninguém e que, às vezes, a cruz fica mesmo muito  difícil de ser carregada vida à fora. Muitos, infelizmente, acabam sucumbindo ao peso da "cruz" e caem pelo caminho. O peso foi grande demais e não pode suportar. Até aí nada fora do comum. Parece que é normal que isso aconteça. Os mais radicais costumam dizer que nascemos para sofrer e, segundo o espiritismo, o mundo (em particular, a terra) é um lugar de expiação e dor, pois vimos aqui porque temos necessidade de nos tornarmos espíritos melhores e isso só pode se dar através do sofrimento.
     Que seja. Não vamos discutir aqui a doutrina espírita (afinal, este não é o nosso propósito e sim falar das coisas que nos vão no corpo e no espírito).  Acontece que, acreditando ou não, a todo momento nos vemos cara à cara com esses "caídos à beira do caminho", ou em alguns momentos os "caídos" somos nós mesmos. E não precisamos de muita coisa para  clamar aos céus os nossos insolúveis problemas. Qualquer unha encravada (sem exagerar) é o bastante para que nos sintamos os mais desgraçados de todos os seremos humanos sobre a terra. Parece absurdo, não? Mas é assim mesmo que acontece. Quase nunca (para não dizer nunca mesmo) estamos preparados para enfrentar os dissabores da vida.
     Gostamos de tudo enquanto está tudo bem, enquanto não somos chamados a agir de alguma maneira que não estamos acostumados. Aí voltamos a ser crianças e agimos como elas agem quando alguém lhes tira o brinquedo preferido ou lhes nega alguma coisa.
      É claro que poucas vezes temos verdadeira noção do "mico" que estamos pagando e agimos certos de que somos os donos da razão e que o mundo inteiro está errado e somente nós estamos com certos.  É mais ou menos isso que acontece com a gente quando "caímos à beira do caminho". O que poderia ser apenas um simples tropeço acaba se transformando naquilo que, muitas vezes, vai nos deixar no chão por muito tempo ou até mesmo pela vida inteira. O que, convenhamos, é uma perda de tempo. Afinal, não vimos a este mundo para ficar a vida inteira caídos no chão reclamando da vida, esperando que as coisas caiam do céu, esperando que um Deus ( no qual nem sempre acreditamos de verdade) nos ajude. Esquecidos de que a única maneira que Deus ( ou o que quer que você acredite) tem para ajudá-lo é através de você mesmo. Só você pode lhe ajudar. Ninguém mais.
     E isso se dá através de algo muito simples: mudando de atitude diante da vida. Precisamos aprender a nos posicionar de maneira adulta diante da vida e os problemas, antes grandes demais, tornam-se pequenos ou passam a ter a dimensão que verdadeiramente têm. E então? O que está esperando? Levanta, sacode a poeira e dá  volta por cima. Não é isso que diz aquela canção popular? Isso mesmo. A voz do povo é a voz de Deus, não há dúvida. Ou há?

fevereiro 26, 2011

Para dizer a verdade.

     Alguns diriam que faz parte do  podemos chamar de contrato social, essa coisa de passarmos o tempo todo dizendo e fazendo, principalmente em nossas convivências sociais, exatamente o contrário daquilo que pensamos ou queremos. É comum uma pessoa pedir a nossa opinião num determinado assunto e nós simplesmente mentirmos, seja por falta de coragem de dizer a verdade, seja por achar que aquela pessoa não está preparada para ouvir a verdade (e muitas vezes não está mesmo) ou porque não queremos ser um "estraga prazeres".
     A verdade é que, seja qual for a nossa intenção ou o motivo que tenhamos, estamos mentindo de qualquer jeito. Perdendo aí uma grande chance de fazer com que a aquela pessoa tenha em nós uma pessoa na qual ela possa realmente confiar. Aliás, não é isso que esperamos de uma pessoa amiga? Alguém que seja verdadeiro(a), que esteja sempre pronto(a) a nos mostrar que podemos estar enganados nessa ou naquela posição, ou que estamos agindo feito crianças mimadas, negando-se a ver a realidade da vida e dos fatos como pessoas adultas e responsáveis.
     Porém, parece que as pessoas preferem o caminho da mentira, do silêncio, do "deixa pra lá, eu não tenho nada com isso", do "eu não quero me envolver". E isso é uma pena. Afinal, salvo raras exceções, quando uma pessoa nos procura ou quando procuramos alguém para pedir uma opinião, uma ajuda qualquer, não creio que estejamos procurando alguém para referendar a nossa opinião e sim queremos (ou querem) uma visão diferente daquela que se tem. Pode também ser alguém que ajude a perceber que aquele caminho é mesmo o melhor. Mas alguém que não tenha coragem de dizer a verdade, não costuma ser de muita ajuda, não é mesmo?
     Mas tem o lado oposto de tudo isso: aquelas pessoas que saem por aí ofendendo a todo mundo com suas opiniões catastróficas dizendo-se verdadeiras (ou donas da verdade) e que só querem ajudar. Não creio que isso seja verdade. Muitas vezes essas pessoas querem mesmo é deixar todos para baixo, onde quase sempre elas mesmas estão. Ser verdadeiro não é pegar uma metralhadora e sair atirando a torto e a direito sem medir as consequências de seus atos. Ser verdadeiro é optar por dizer a verdade sem ferir ninguém, sem colocar as pessoas em estado de confusão, aumentando suas dúvidas, seu desespero. Ser verdadeiro é abrir o coração e deixar fluir nosso amor por aquela pessoa que nos ouve
naquele momento e por toda a humanidade.

fevereiro 19, 2011

Você gosta do horário de verão?

     Hoje à meia noite termina o horário de verão. Creio que isso já é do conhecimento de todos e que eu não precisava estar aqui falando disso. Até porque todos os meios de comunicação estão avisando à toda hora. Só que, para mim, esse não é um aviso qualquer. Chego a esperar ansiosamente por esse dia, pois não suporto horário de verão. Durante esse período fico me sentindo como se tivesse me faltando alguma coisa e estou sempre pensando que estou vivendo num horário falso: algo como estar sempre uma hora antes de tudo. Não consigo entender qual a verdadeira economia que se faz atrasando os relógios em uma hora durante a estação do verão numa cidade, ou país, onde praticamente é verão o ano todo. E que nas cidades do nordeste, onde o verão não é menos verão que aqui no sudeste, não têm  horário de verão. Dá para entender?
     Sei que os entendidos dizem que os benefícios são muitos e que na Europa e nos Estados Unidos também têm essa mudança de horário no verão. Outros justificam dizendo que a economia feita durante esse período dá para iluminar uma cidade do tamanho de Brasília por um mesmo inteiro. Mesmo assim não me sinto convencido. Acho que toda a economia do mundo não justificaria o transtorno que causa essa mudança de horário. Sem falar da questão sono (dormir, para mim, é tão essencial quanto comer), chego a levar uns dois meses tentando me adaptar ao novo horário de dormir e de acordar. E quando já estou me acostumando, o horário chega ao fim e tenho que me readaptar ao horário antigo. Você pode me chamar de exagerado (acho que sou mesmo), mas eu não gosto dessa mudança e acho que muita gente concorda comigo.
     Sou da opinião que se devia consultar a população se todos estão de acordo com uso desse horário. Se pelo menos a energia fosse mais barata nesse período. Que nada! Criaram até uma taxa de iluminação pública. De que vale a economia se ela não se reverte em benefício do consumidor, ao contrário cria-se mais ônus. Não raro, é possível ver postes de iluminação pública acesos durante todo o dia fazendo com que a tal economia escoa pelo ralo.
     Seria muito mais econômico fazer uma campanha onde a população fosse educada no sentido de usar racionalmente a energia elétrica, a água, o telefone, o gás, a coleta de lixo e tudo o mais. Não apenas impor saídas que apenas mascaram os efeitos, sem resultados efetivos. Prova disso foram os vários apagões que tivemos por aí. Educar a população (em todos os níveis do que se pode chamar de educação) é sempre a melhor saída. Nossos governantes deveriam ter o cuidado de não nos tratar como se fôssemos todos um bando de idiotas prontos a receber goela abaixo o que eles quiserem nos impor. Esse horário de verão é uma dessas coisas indegestas. Já vai tarde.

fevereiro 12, 2011

Hora de praticar.

      Passamos a vida inteira nos protegendo ou pedindo proteção (aos céus, de preferência) para que nada de mal nos aconteça. Sei de gente que não sai de casa sem se benzer, outros que usam figa, patuá, medalhinha da sorte, dente de alho e toda uma parafernália para afastar as coisas ruins de seu caminho. Mesmo assim, um belo dia eis que você dá de cara com algum infortúnio e aí não tem jeito, o negócio é encarar a coisa de frente.  
     Mas como? Por mais que nos preparemos, nunca nos julgamos prontos. Afinal temos o costume de projetar tudo para o futuro (se possível, bem distante) e com as chamadas coisas ruins não é diferente. Admitimos as doenças, a velhice, a morte, a solidão, os acidentes, as fatalidades apenas para os outros. Quando damos de cara com algum problema, esquecemos tudo aquilo que passamos a vida inteira repetindo: que devemos ser fortes e estar preparados para os inconvenientes da vida que cedo ou tarde batem à nossa porta.
     No entanto, essa é a hora de colocarmos em prática tudo o que lemos, ouvimos, aprendemos, experimentamos e que, sobretudo, vivemos apregoando aos quatro ventos. Quantas vezes ao visitarmos um amigo ou parente em dificuldades repetimos aquelas antigas fórmulas: seja forte! não se deixe abater! isso logo passa... Pois é. Ironicamente chega uma hora em que temos que dizer isso para nós mesmos. Temos  que nos consolar, nos animar, nos tirar da letargia e as palavras que temos para nós são as mesmas que recitamos para os outros. E aí que descobrimos algo incrível: aquelas palavras que recitamos, muitas vezes sem muita convicção, são mágicas. Elas têm um poder incrível. Elas realmente podem levantar o astral de uma pessoa, tirá-la do chão. Ao dizer a alguém que seja forte, estamos apenas lembrando a ela que a força está dentro de cada um de nós. Nós podemos nos curar, principalmente da baixa autoestima, do medo de viver, da preguiça, da letargia. Não precisamos esperar que o outro venha nos dizer as tais palavrinhas mágicas. Nós podemos e devemos ser os primeiros a nos lembrar que a força para vencer os obstáculos que a vida apresenta, sejam eles quais forem, vem de dentro de nós mesmos. E aí, vai encarar?

fevereiro 05, 2011

Vale Tudo - vale a pena ver de novo.

     Eu sei que tem muito marmanjo por aí que vira a cara quando o assunto é novela.  Pelo contrário, eu sempre fui noveleiro. Confesso que tenho lá minhas fumaças de autor de novela. Mas esse não é o caso agora. O fato é que estou assistinto à reprise da novela Vale Tudo, em cartaz no canal Viva, à 0:30 e às 12:00, respectivamente. Para quem não sabe, se trata de uma novela escrita por Gilberto Braga e Aguinaldo Silva e apresentada pela Rede Globo por volta de 1988/1989, às 20:30, no tempo em que a novela das oito começava às 20:30.
      Poderia ser mais uma reprise de novela antiga para matar as saudades dos fãs de plantão, não fosse a novela um típico exemplo da forma como se vivia nos anos oitenta do século passado. Vale Tudo tem em seu pior e seu melhor o fato de que mostra, sem meias palavras, exatamente a forma de viver daqueles anos. Seja na moda (para os olhares de hoje, nada mais cafona), seja forma assumidamente metida de falar dos personagens (principalmente os ricos com sua eterna mania de ficar o tempo todo desfazendo da vida no Brasil em comparação com a vida em outros países, sobretudo da Europa), na falta de esperança que o brasileiro encarava a vida e o futuro no pais (todo mundo queria a mesmo era ir viver fora do país e os Estados Unidos era a melhor pedida) ou na falta de fé nos políticos (sobretudo nos planos econômicos que só faziam deixar o povo mais perdido e mais pobre).
     Ver tudo isso hoje, para quem viveu aqueles anos, parece que estamos assistindo à pura ficção. Não é verdade. Se Vale Tudo tem algum mérito. esse mérito é o de retratar o Brasil de então de maneira muito real e eu diria até mesmo de maneira muito cruel. As imagens das pessoas nas ruas, o abandono da cidade do Rio de Janeiro, o caos do transito, só servem para confirmar que vivíamos um tempo onde tudo parecia não ter rumo. Não havia, principalmente pela via política, esperanças de dias melhores. O pior de tudo é que os dias de Fernando Collor de Mello com seu confisco da poupança ainda nem tinham chegado. Dá para acreditar?
     É claro que toda essa visão pessimista do país passa pelo crivo do principal autor da novela: Gilberto Braga. Gilberto Braga é conhecido por escrever novelas onde os ricos têm mais voz que os pobres. É preciso dar esse desconto. Porém, não se pode negar que ele tenha sido bastante feliz quando resolveu escrever uma história onde os personagens faziam qualquer coisa para subir na vida  para viver ao lado dos privilegiados ricos. Ao mostrar um Rio de Janeiro (microcosmo do Brasil) como uma Havana sem futuro onde só os ricos tem vez, onde só os ricos são felizes, o autor não peca muito. Ainda não tínhamos nos livrado (pelo menos espiritualmente falando) dos anos de ditadura, da cultura da opressão, da inflação comendo os salários, do medo do desemprego, da ideia de que o país não valia a pena e que o último que saísse apagasse a luz.
     Graças a Deus, algo de bom aconteceu. Hoje o país não é nenhuma maravilha, mas aqueles anos ficaram para traz. Não sei de definitivamente ou não. Torço para que sim, que o Brasil tenha encontrado o seu rumo e que não voltemos a viver dias como os que vivemos no final dos anos oitenta e início dos anos noventa. Por isso, vale a pena ver de novo a novela Vale Tudo. Para os que viram ver de novo e matar a "saudade" (se é que seja possível sentir saudades daqueles anos) e para quem não viu para saber como a vida nesse a país já foi bem pior. Fora isso, tem os modismos: o começo da era dos CDs, a falta que fazia o celular, a internet...